Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo?
Ai Deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado?
Ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs conmigo?
Ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi há jurado?
Ai Deus, e u é?
Vós me preguntades polo voss'amigo
e eu bem vos digo que é san'e vivo.
Ai Deus, e u é?
Vós me preguntades polo voss'amado
e eu bem vos digo que é viv'e sano.
Ai Deus, e u é?
E eu bem vos digo que é san'e vivo
e será vosco ant'o prazo saído.
Ai Deus, e u é?
E eu bem vos digo que é viv'e sano
e será vosc[o] ant'o prazo passado.
Ai Deus, e u é?
Nota: Estava eu na doce tranquilidade da minha casa a ouvir a chuva que caía persistente lá fora. O tempo estava fresquinho e eu sonhava com a Primavera acolhedora e florida que haveria de vir. Entra a Lita com flores do nosso quintal. Coloca-as numa jarra e os meus olhos brilharam. Neste primeiro dia da semana, aqui ficam os meus votos de muita paz com saúde e poesia. D. Dinis dá o mote. Falem com as flores.