terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Os sonhos comandam a vida

 “Neste Natal, atreva-se a sonhar.” Li esta frase, há anos, num saco publicitário, e ficou guardada no meu cérebro para sempre, em especial no Natal. De pequenino senti que o Natal era um sonho que continuará até ao fim dos tempos. E quem não gosta de sonhar?

Neste Natal, tenho sonhado com o fim das guerras, tantas guerras, ao longo da história. E nenhuma levou os homens e mulheres procurarem a paz para sempre. Tanto a nível pessoal, local e universal.

O sonho, diz o poeta António Gedeão, comanda a vida. E se assim é, há que encher a vida de sonhos. Sonhos que nos alimentem o espírito e nos garantam forças para prosseguir na jornada, em caminhos de optimismo, tolerância e verdade.

Importa, pois, sonhar, porque a vida não pode ser só trabalho, canseiras, preocupações, tristezas. De permeio, há felicidades pessoais ou coletivas a conquistar.

Urge crer num mundo melhor e lutar por uma sociedade mais justa e mais solidária, para nós e para os nossos filhos e netos. Urge tornar fáceis, através dos sonhos, mas não só, os caminhos que trilhamos, iluminando os que nos rodeiam com sorrisos e projetos de beleza e paz. Urge prosseguir no dia a dia na busca do que é bom para todos os homens e mulheres de boa vontade.

Será ótimo sonhar em espírito natalício todos os dias do ano! É que o sonho, a alma de uma vida melhor, é luz que brilha e ilumina projetos com sentido, porque assentes na ternura que o MENINO do presépio de Belém nos deu para sempre.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Recordando um amigo: Georgino Rocha

Lembrei-me hoje de um amigo que já está no seio de Deus: Georgino Rocha. Um padre amigo e sempre disponível para colaborar neste meu blogue, com reflexões adequadas aos tempos litúrgicos. Não era preciso telefonar-lhe nem sugerir-lhe assuntos para os seus escritos. Estou convicto de que o meu amigo de tantos anos não me levará a mal este modesto elogio, mas sinto que devo fazê-lo por razões de justiça.
A sua fidelidade era tal, que, mesmo doente, os seus escritos não faltavam na hora própria, dando testemunho da sua fé e da sua cultura, que era muito acima do normal. Não será necessário citar os seus doutoramentos porque o padre Georgino não fazia gala disso, embora o provasse, quando escrevia ou falava para gente humilde ou culta.
Em sua memória, republicarei alguns textos seus. É que o padre Georgino continua a acompanhar-me na minha vida terrena.

Fernando Martins

domingo, 17 de dezembro de 2023

O PRESÉPIO de João Saraiva

Menino vestido pela Lita por causa do frio
 

Numas palhinhas deitado,

abrindo os olhos à luz,

loiro, gordinho, rosado,

nasce o Menino Jesus.


Uma vaquinha bafeja

seu lindo corpo divino, 

de mansinho, que a não veja 

e não se assuste o Menino!


Meia-noite. Canta o galo.

Por essa Judeia além

dormem os que hão de matá-lo 

quando for homem também!


E, pensativa, a Mãe pura

ouve, embalando Jesus,

os rouxinóis na espessura

dum cedro que há de ser cruz!


PAPA FAZ HOJE 87 ANOS — PARABÉNS!

PAPA FRANCISCO FAZ HOJE 87 ANOS

 

Pascal: o Homem e Deus

Crónica de Anselmo Borges
no Diário de Notícias

Entre o nada e o Infinito, outras tensões, Jesus Cristo e a salvação.
Desproporção no homem. "O que é um homem no infinito? O que é um homem na natureza? Um nada diante do infinito, um tudo diante do nada, um meio entre nada e tudo, infinitamente longe de compreender os extremos. Todas as coisas saíram do nada e são elevadas até ao infinito."
O homem não se compreende porque está no meio e não se contenta senão com o infinito. "Todos os homens procuram ser felizes. O que não conhece excepção por muito diferentes que sejam os meios para esse fim. A vontade não faz a mais pequena diligência a não ser tendo em vista esse objecto. É este o motivo de todas as acções de todos os homens, até mesmo dos que se enforcam.

sábado, 16 de dezembro de 2023

NATAL — Provérbios

O Nosso Menino Jesus
 

- Ande o frio por onde andar, no Natal cá vem parar.

- Caindo o Natal à segunda-feira, tem o lavrador de alugar a eira.

- Festa do Natal no lar, da Páscoa na praça, do Espírito Santo no campo.

- Mal vai a Portugal se não há três cheias antes do Natal.

- Natal à sexta-feira, por onde puderes semeia; ao domingo, vende bois e compra trigo.

- O Natal ao assoalhar e a Páscoa ao luar.

- Depois que o Menino nasceu, tudo cresceu.

- Natal ao sol, Páscoa ao fogo fazem o ano formoso.

- Depois do Natal, saltinho de pardal

- Pelo Natal, cada ovelha no seu curral.

- Pelo Natal, neve no monte, água na ponte.

- Chuva em Novembro, Natal em Dezembro.

- Do Natal a Santa Luzia, cresce a noite e mingua o dia.

- Dos Santos ao Natal, bom é chover e melhor nevar.

- Dos Santos ao Natal, perde a padeira o seu capital.

- Dos Santos ao Natal, é inverno natural.

- Natal em casa, junto à brasa.

- No dia de Natal têm os dias bico de pardal.

- No Natal semeia o teu alhal se o quiseres cabeçudo pelo Entrudo.

- Pelo natal, se houver luar, senta-te ao lar; se houver escuro, semeia tudo.

- Pelo Natal, sachar o faval.

- Pelo Natal, tem o alho bico de pardal.
:


NB: Há mais provérbios... Quem quer dar uma ajuda?

Homenagem a Tolentino Mendonça

“Mesmo se vivemos rodeados de perguntas, as mais preciosas são, porventura, aquelas que em silêncio nos acompanham desde o princípio, aquelas que se confundem com o que somos, como o espinho no troço da rosa ou como a rosa que, sem sabermos como, floresce no cimo improvável daquela sucessão de espinhos.”

In “O pequeno caminho das grandes perguntas” de José Tolentino Mendonça

NOTA: Ontem, o cardeal, poeta, teólogo e escritor multifacetado esteve na Universidade de Aveiro. Fui informado que só podiam assistir à cerimónia em que foi homenageado os convidados. Tive pena. Aqui o lembro em jeito de homenagem. 

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Férias inesquecíveis

Com os nossos primeiros filhos, Pedro e  Fernando,  já com óculos

Vivemos, ao longo dos tempos, férias inesquecíveis, um pouco por todo o país, do Minho ao Algarve. Não conhecemos todo o país, mas passámos por inúmeras cidades, vilas e aldeias. As nossas preferências inclinavam-se para o interior. Praias? Tínhamos as nossas.
Hoje encontrei esta foto. Éramos quatro e a tenda era grande. Que mais seria preciso? Neste caso, não sei onde estávamos.

Tolentino Mendonça na UA


“José Tolentino Mendonça tem-se afirmado como figura central na cultura portuguesa contemporânea, dando continuidade, por um lado, à presença do cristianismo na sociedade, cultivando, por outro, o diálogo com o mundo laico e os valores humanistas, e resgatando, enfim, ideias de empatia e sabedoria em tudo opostas à polarização, ao imediatismo e à estridência”, escreve o presidente da República, a partir da nota de justificação do júri.
Iniciativa do semanário Expresso e da Caixa Geral de Depósitos, o Prémio Pessoa tem por objetivo “reconhecer a atividade de pessoas portuguesas com papel significativo na vida cultural e científica do país” e tem um valor de 60 mil euros, que o galardoado já indicou querer destinar na sua totalidade a uma instituição.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

"No Peito Quero Guardar-te, Meu Amor!"


Manuel Araújo, meu colega no Diaconado Permanente, teve a gentileza de me oferecer o livro NO PEITO QUERO GUARDAR-TE, MEU AMOR!, dedicado, como é notório, à memória de sua querida esposa, Maria Idalina, que faleceu em 22 de abril de 2022. O autor,  na mesma página, agradece a DEUS pelo dom da vida e pelo Amor da Maria Idalina, mas também agradece aos filhos e às  pessoas que o incentivaram a publicar o livro, de forma especial a João Gamboa (Eugénio Beirão na escrita literária) “pela paciência na revisão dos escritos e preparação desta publicação”.
João Gamboa, na Introdução, começa bem com “É o amor a mola real deste livro, ou o seu fio condutor”. Seria o suficiente, para mim, aceitar os poemas do meu colega e amigo, mas logo me desafia a contemplar a “natureza, com momentos de oração à maneira de São Francisco de Assis, em que o louvado é sempre o Deus-Criador e Senhor”. E cito João Gamboa ainda quando frisa na última parte da sua introdução: “Ele conseguiu, em muitos e muitos dos 62 poemas, fazer aquilo que dizem estes versos: “Para a dança dos fonemas/e das rimas/me visto de alegria./Na luz das palavras”.
Li serenamente os poemas do meu bom amigo Araújo, apreciando a forma como soube traduzir o seu amor pela sua Idalina e como nos sugeriu uma tão bonita forma de perpetuarmos a memória dos que regressaram ao coração maternal de Deus.

*****
PARTIDA

Partiste, meu amor, de manhãzinha,
Serena, sem um ai nem um lamento.
E, como prazenteira andorinha,
Voaste em direção ao firmamento.

E ao olhar e ver-te, amada minha,
A luz da tua estrela é meu alento.
A dor que em minha alma se detinha
Vai-se embora, arrastada pelo vento.

Olho o céu, onde creio que tu moras,
E o teu rosto me invade o pensamento.
E se alguma saudade triste vem,

Lembro o nosso amor de todas as horas,
E imploro a Deus, em cada momento:
Dai-lhe vossa luz e paz, Senhor, Amem.

Manuel Araújo


terça-feira, 12 de dezembro de 2023

As Grandes Navegações Portuguesas


O mais recente livro de Senos da Fonseca vai ser apresentado em Lisboa. Trata-se de uma boa oportunidade para as gentes da nossa região, radicadas por aqueles lados, matarem saudades, conversando com o autor, que tem sempre novidades da nossa região.

GAIVOTAS NA HORA DA SESTA


Depois da labuta diária, de um lado para o outro, na busca de algum peixito para seu sustento, as gaivotas resolveram descansar, sossegadamente, no meio da ria, em sítio inacessível as humanos.

Missa marca aniversário do Correio do Vouga


No dia 16 de novembro de 1930, o Correio do Vouga surgiu em Aveiro. Completam-se amanhã 93 anos de publicação ininterrupta do semanário que desde a restauração da Diocese de Aveiro, em 1938, é o órgão oficial da Igreja aveirense.
O aniversário será assinalado com uma Missa de Ação de Graças, presidida pelo Bispo de Aveiro, na Igreja do Carmo, no dia 20 (próxima segunda-feira), às 18h30. A direção e a administração do jornal, com o Bispo de Aveiro, pretendem agradecer o trabalho desenvolvido e rezar pelos colaboradores, leitores, assinantes, anunciantes e parceiros privilegiados.
Os leitores que quiserem podem associar-se a este momento.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Aveiro — Honoris causa para D. Tolentino

O cardeal D. José Tolentino Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, recebe no dia 15 o doutoramento Honoris Causa da Universidade de Aveiro.
Congratulo-me com a distinção que considero muito merecida, pelo seu contributo multifacetado em prol da cultura.
++++

Biblista, poeta e ensaísta, José Tolentino de Mendonça é uma das vozes mais influentes do catolicismo contemporâneo. Em 2018, o Papa Francisco nomeou-o arquivista do Arquivo Secreto do Vaticano e bibliotecário da Biblioteca Apostólica, nomeando-o Arcebispo de Suava. Um ano depois o Papa elevou-o a Cardeal para, em 2022, o tornar prefeito do novo Dicastério para a Cultura e a Educação. (Texto da UA)
Nota: Foto dos meus arquivos

domingo, 10 de dezembro de 2023

PASCAL: O HOMEM E DEUS

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias 

Quando me perguntam sobre os livros da minha vida, respondo: a Bíblia, a obra de Immanuel Kant, a obra de Hans Küng e Pensamentos de Pascal.
Pascal nasceu em Junho de 1623, portanto, há 400 anos. Neste quarto centenário, fica aí uma modesta homenagem ao matemático, um dos maiores de sempre, mas também a um dos maiores cristãos europeus de sempre, lembrando alguns pensamentos de Pensamentos e outros textos e a sua busca de Deus. Ousei, servindo-me, com arranjos, da tradução de Denis da Luz e Miguel Serras Pereira, uma brevíssima antologia em três momentos.

1. Grandeza e miséria, divertimento, busca de Deus

sábado, 9 de dezembro de 2023

Decoração de Zé Augusto na Praia da Barra


As fotografias são uma forma preciosa de mostrar o bom gosto de decorar uma povoação, por mais modesta que seja. Este trabalho, do artista Zé Augusto, merece ser apreciado na Praia da Barra, Gafanha da Nazaré. Quando puder, passe por lá. E depois de apreciar o nosso mar, procure este painel.  

sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

A VIDA DE MARIA

 

Não resisto à tentação de divulgar, em jeito de publicidade, uma revista famosa que dedica um número especial a Nossa Senhora. Trata-se da revista National Geographic que saiu há tempos com capa onde se sublinha A vida de Maria – A mulher mais amada da história. Li tudo porque sou curioso e porque gosto de conhecer as raízes da minha fé. É claro que não vou falar do que li com prazer, mas não quero ficar zangado comigo mesmo por não a aconselhar aos meus amigos e leitores.
O autor do texto, Daniel S. Levy, aborda os mais diversos temas relacionados com Maria, Mãe de Jesus, “Do mundo bíblico aos dias de hoje”.
Profusamente ilustrada, com a marca de grandes artistas, o autor desenvolve o texto em cinco capítulos: A sua infância, O tempo de Maria, Jesus atinge a maioridade, Santa Maria e Sempre presente.
Tenho para mim que os crentes e mesmo os não crentes têm, no mínimo, a obrigação de conhecer as raízes da nossa fé e das nossas tradições.

Dia da Imaculada Conceição


O Dia da Imaculada Conceição celebra-se a 8 de dezembro. É dia santo e feriado nacional. Como dia santo, a Igreja Católica celebra a vida e as virtudes da Virgem Maria, mãe de Jesus, concebida sem mácula. É dogma católico desde 8 de dezembro de 1864 e, por isso, tem grande significado na Igreja Católica, a nível mundial. Contudo, muito antes de ter sido considerado um dogma, a celebração da festa universal já havia sido decretada em 1476 pelo Papa Sisto IV.
Em 25 de março de 1646, o rei D. João IV organizou uma cerimónia solene, em Vila Viçosa, para agradecer a Nossa Senhora a Restauração da Independência de Portugal em relação à Espanha.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

ESTOU POR CASA

Estou por casa como dita o bom senso. O mau tempo também dita o mesmo, sobretudo aos mais velhos. Confesso, porém, que já estou cansado desta situação. O frio e a chuva vão ditando as suas leis e eu, fragilizado pela idade, por aqui vou andando na esperança de que um dia destes surja um sol acalentador com a chuva e o frio a remar para outras bandas.
Os meus familiares e amigos sabem que eu gosto de saborear um bom ambiente caseiro, sobretudo quando tenho algo a fazer ao calor da fogueira, mas o que é demais cansa, inevitavelmente.
Agora escrevo esta nota, depois de ter lido umas coisinhas, mas não posso cansar os olhos. Então, que o sol venha depressa que tenho mais que fazer. Dizem-me para caminhar, mas como? Pelos curtos corredores da minha casa?

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

JOSÉ TOLENTINO — NATAL NÃO É ORNAMENTO


O NATAL NÃO É ORNAMENTO 

O Natal não é ornamento: é fermento
É um impulso divino que irrompe pelo interior da história
Uma expectativa de semente lançada
Um alvoroço que nos acorda
para a dicção surpreendente que Deus faz
da nossa humanidade

O Natal não é ornamento: é fermento
Dentro de nós recria, amplia, expande

O Natal não se confunde com o tráfico sonolento dos símbolos
nem se deixa aprisionar ao consumismo sonoro de ocasião
A simplicidade que nos propõe
não é o simplismo ágil das frases-feitas
Os gestos que melhor o desenham
não são os da coreografia previsível das convenções

O Natal não é ornamento: é movimento
Teremos sempre de caminhar para o encontrar!

Entre a noite e o dia
Entre a tarefa e o dom
Entre o nosso conhecimento e o nosso desejo
Entre a palavra e o silêncio que buscamos
Uma estrela nos guiará

José Tolentino Mendonça


segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Primeira sede da Junta de Freguesia

Primeiro edifício-sede da Junta de Freguesia 

Presentemente, a Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré possui um bom edifício para a sua sede. É claro que ainda um dia vai ser diferente, para melhor. Para já, a que temos é boa, na minha opinião. Mas reparem na que aqui está retratada por mim, há nem sei quantos anos. Pobrezinha, mas muito digna para a época.

PAPA SEMPRE OPORTUNO


“Urge que as religiões, sem cair na armadilha do sincretismo, deem o bom exemplo de trabalharem juntas, não para os próprios interesses nem para os interesses duma parte, mas para os interesses do mundo. Entre estes, os mais importantes são a paz e o clima”.

Papa Francisco

domingo, 3 de dezembro de 2023

ADVENTO - 3 DE DEZEMBRO


Numa antecipação marcada pela vivência natalícia de décadas, que sempre vivi no seio da família, é saboroso perspetivar o NATAL de 2023 que agrade a todos os meus familiares e amigos, como sinal da cultura de afetos que podemos e devemos recrear com amor.
Recordo os Natais da casa dos meus pais, com todos os membros da família a partilharem as alegrias próprias da quadra, onde os desejos de uma felicidade abençoada pelo Menino-Deus se pressentia nos olhares e atitudes de todos. Tudo isso será possível se soubermos conjugar e reforçar os laço da ternura que almejamos.
O primeiro domingo do Advento é hoje, 3 de dezembro. É também o início do novo ano litúrgico. Mais ainda: É o ponto de partida para recrearmos um mundo melhor, com a bênção do Menino-Deus que celebraremos de modo especial no próximo 25 de Dezembro.
Bom Natal para todos.

Fernando Martins

ETNOGRÁFICO ORGANIZA CONVÍVIO DE NATAL



Honra-me muito o convite do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré para participar no jantar-convívio da época natalícia. Ontem lá estive mais uma vez. Que me lembre, só faltei uma vez por razões de saúde. E gosto de marcar presença por rever amigos, muitos amigos, que comungam das minhas ideias, em relação à importância de um grupo que aposta em investigar, estudar e promover as tradições etnográficas da região das Gafanhas.
É verdade que acompanhei de perto a fundação do grupo desde os primeiros passos, já lá vão 40 anos,  pois foi fundada em 1 de Setembro de 1983. E tenho apreciado a preocupação em se manter em permanente atualização. 

UM CONTO DE NATAL

O REGRESSO DO IRMÃO PRÓDIGO

Nas vésperas da noite de consoada falta sempre qualquer coisa mais ou menos importante para a festa da família, associada, há muito, ao nascimento de Jesus. Prendas, sobretudo. Porque não se contava com a visita de um familiar, porque as destinadas ao filho mais velho ou mais novo não se coadunavam, afinal, com os seus desejos ditos em jeito de brincadeira, porque a filha precisava de algo diferente para decorar a sala.
Não cultivo muito o gosto de fazer compras, exceto de livros, mas acompanhei uma familiar pelas lojas mais na moda ou mais agressivas na publicidade aos seus produtos. Essa minha pouca apetência pelas compras não foi fruto de uma qualquer catequese mal alinhavada, que leva à conta de puro consumismo tudo o que diz respeito a dar lembranças em datas marcantes das nossas vidas, mas, sim, a uma inexplicável falta de jeito. As prendas, no fundo, e em especial as de Natal e Páscoa, são normalmente sinais dos nossos afetos e do nosso amor para quantos nos rodeiam. Por isso, até foi com satisfação que acompanhei, também com a minha opinião, as últimas aquisições para a noite de consoada.

A Imaculada Conceição, o pecado original e o sexo

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Volto ao tema, pois não sei se a maioria dos portugueses sabe a razão do feriado de 8 de Dezembro. Os católicos saberão que se trata de uma festa ligada a Nossa Senhora e, se interrogados, talvez respondessem, na quase totalidade, que tem a ver com a virgindade de Maria. Para dizer o quê, celebrando o quê? Volto ao tema, porque pode ser ou tornar-se uma festa com muitos equívocos.
Logo à partida, que pode significar Imaculada Conceição? De facto, não se refere directamente à virgindade, mas não lhe é completamente alheia. Do que se trata, na realidade, é da afirmação de que Maria, a Mãe de Jesus, foi concebida sem pecado. Mas, aqui, sem hermenêutica, isto é, sem interpretação, pode albergar-se uma série de confusões, profundamente ofensivas sobretudo para as mulheres, minando, desgraçadamente, a mensagem do Evangelho enquanto notícia boa e felicitante também para elas.

sábado, 2 de dezembro de 2023

FEIRA DO LIVRO NA ESGN

Cartaz da autoria de Tiago Louro Vilarinho, aluno do 12.º C. , que aderiu ao convite da biblioteca.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

PARA RECORDAR - 1


Em momentos de alguma solidão que me levam a recordar tempos que não voltam, vou dando por mim a pensar na vida agitada que levei durante anos e anos. Esta foto trouxe-me à memória os trabalhos jornalísticos com prazos marcados com rigor matemático. O PC era peça indispensável e o cérebro não tinha tempo para dormir a sesta. Textos escritos e revistos, era necessário correr para a Biblioteca da Figueira da Foz, onde havia NET para enviar a minha colaboração para os jornais. Bons tempos.

PORTUGAL RETOMA A INDEPENDÊNCIA


O dia 1.º de dezembro de 1640 ficou na história como data simbólica e real da nossa libertação do jugo da monarquia do país vizinho. O rei era o mesmo, Filipe de Espanha e de Portugal, mas o descontentamento generalizou-se com a carestia de vida e o desânimo pátrio. Os conjurados, depressa e com eficácia,  assumiram a luta. Foram, ao paço, onde vivia a representante do Rei de Espanha, Duquesa de Mântua, com o seu secretário, Miguel de Vasconcelos. Este foi liquidado como traidor e lançado pela janela para a rua, onde os populares descarregaram a sua ira. Um arauto, cavalgando pela cidade de Lisboa, anunciou, alto e bom som, que Portugal era, de novo, independente. Assim aprendi, mais ou menos, quando era menino.

RIA DE AVEIRO - BARCO MOLICEIRO


RIA DE AVEIRO

Na ria de Aveiro
Quero um pequenino
Barco moliceiro.
Também sou menino.

Na ria de Aveiro
Podeis vir comigo,
Barco moliceiro
Nunca tem perigo.

Nunca se naufraga
Na ria inocente:
Da crista da vaga
Vêm braços à gente.

Quer vão ao moliço,
Quer soltem as redes,
O mar é submisso
Aos barcos que vedes.

Brancas, amarelas,
Na ria de Aveiro
Se espalham as velas:
Brinquedo ligeiro.

Também sou menino,
Ó moças de Aveiro!
Dai-me um pequenino
Barco moliceiro

RIBEIRO COUTO
1944

Ribeiro Couto (1898-1963)
 terá passado por Aveiro em 1944 
– pelo menos é essa a data do seu poema –,
onde se deixou cativar pela graça 
quase alada dos barcos moliceiros. 
Caso Curioso, na mesma época
estabeleceria relações de Índole literária 
com Mário Sacramento.

“Aveiro e o seu Distrito”, 
n.º 20, Dezembro de 1975

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Dia de Santo André

O Dia de Santo André celebra-se no dia 30 de novembro. Santo André, o irmão mais velho de São Pedro, foi um dos 12 apóstolos de Jesus Cristo. Era pescador como o seu irmão e com ele abandonou tudo para seguir Jesus. A história regista o seu martírio e morte no dia 30 de novembro do ano 63.

Gaspar Albino deixou muitas saudades



Há amigos que gosto de recordar, sobretudo os que já partiram e nos  legaram sinais indeléveis de sensibilidades e artes que os marcaram. Gaspar Albino foi um deles.
Quando procuro ou arrumo livros ou papéis deparo normalmente com curiosidades que me convidam de imediato a partilhá-las com o nosso mundo, tão diferente pelas novas e diversificadas tecnologias da comunicação. 
Hoje encontrei um catálogo sobre uma exposição de pintura de Gaspar Albino no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, com data de 2001, em “Homenagem ao Pescador Manuel”.
O catálogo saiu muito enriquecido com textos de Pedro Calheiros, Professor da Universidade de Aveiro, Vasco Branco, artista multifacetado e proprietário da Farmácia Branco, Jeremias Bandarra, artista plástico e nosso comum amigo, Joaquim Correia, professor da Universidade de Coimbra, e do próprio Gaspar Albino, que desenvolve, em texto singularmente expressivo “Eu, pintor, me confesso — Portas que entreabri; caminhos que não percorri.”

Fernando Martins

AVEIRO - Pequena Holanda


«A região de Aveiro é uma pequena Holanda em clima e luz ocidentais. Provavelmente pela extensa superfície de evaporação de centos de hectares de água salgada, toda esta região se distingue no norte do país pela luz irisada que a banha e de momento a momento muda de tom. Por vezes julgamo-nos aí transportados a uma região ideal.»

António Arroio, 
engenheiro e crítico, Porto, 1856; Lisboa, 1934

Fonte: "Origens da Ria de Aveiro”, 
de Orlando de Oliveira

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Chuva e Sol


Há minutos chovia e agora o sol brilha lá fora. Ainda bem, porque tenho de sair para exame médico. Eu sei que o sol e os dias claros que ele produz são os preferidos, mas a chuva também faz falta. Sem ela, a seca torna-se perigosa. As barragens não têm outra forma de sobreviver e os campos pouco produzem. Bendita seja, pois, a chuva e de permeio que o sol brilhe para nos aquecer a alma.

Sinal de Natal


Sinal de Natal. Outros se seguirão. Ainda bem. De alguns darei conta neste meu espaço de partilha. A porta fica aberta.

terça-feira, 28 de novembro de 2023

Ideias para a Ponte da Vista Alegre

 
O Concurso de Ideias para a Ponte da Vista Alegre já está a decorrer. Visando promover a ligação do lugar da Vista Alegre à Gafanha da Boavista, com este procedimento, o Município de Ílhavo procura a melhor solução para uma nova, ou renovada ponte, que esteja mais preparada para as exigências das dinâmicas atualmente presentes no território.

Fonte: Autarquia ilhavense

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

EFEMÉRIDE - Professor Doutor Egas Moniz

 27 de novembro de 1974
 
Neste dia de 1974 foi inaugurado em Aveiro um monumento à memória do Professor Doutor António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz, natural de Avanca, cientista galardoado com o Prémio Nobel da Medicina. (Correio do Vouga 29-11-1974; Litoral 30-11-1974 e 7-12-1974).

Arcadas das festas



As festas típicas do nosso país remontam a um passado distante. O religioso e o profano parece que se davam bem. Havia missas, sermões e procissões e depois não faltavam os foguetes, as músicas de banda, o folclore, os bolos e os namoricos, rua a baixo, rua acima, sempre sob a proteção das arcadas, como estas que hoje encontrei numa caixa. Boa semana para todos.

domingo, 26 de novembro de 2023

Santa Joana e a sua época

1981 – Em reunião de jornalistas (26 de Novembro), foi publicamente apresentado pelo presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Dr. José Girão Pereira, o novo livro da autoria do Padre João Gonçalves Gaspar - «A Princesa Santa Joana e a sua Época» - editado pela referida Edilidade (Correio do Vouga, 4-12-1981) - J.
 
Nota. A foto diz respeito à 3.ª Edição; A ilustração é de Jeremias Bandarra.

Gafanha da Nazaré - Eletricidade em 1938

Igreja Matriz - Luz elétrica
em 1 de novembro de 1939

 
A geração a que pertenço nasceu à luz do candeeiro a petróleo e a vida era regulada pela luz do sol, em harmonia com um ditado popular que, dizendo respeito às galinhas, também se aplicava às pessoas. Diz assim: “Sol posto, galinha ao poleiro”. A energia elétrica chegou à Gafanha da Nazaré em 1938. Antes, de Ílhavo, atravessou as Gafanhas para chegar à Costa Nova e Barra, mas acabou por chegar até nós graças aos protestos dos nossos antepassados.
Se os Serviços Municipalizados não podiam fornecer-nos a eletricidade, os gafanhões formaram uma Cooperativa Elétrica para resolverem o nosso problema. Foi a Cooperativa Elétrica da Gafanha da Nazaré. Entretanto, quero sublinhar que a nossa Igreja Matriz foi contemplada com a energia elétrica em 1 de novembro de 1939.

sábado, 25 de novembro de 2023

CURIOSIDADE- Rio Vouga divinizado

 

Embora o rio da foto não seja o Vouga, a pedra que se vê na foto da Revista História do JN, mês de outubro, que assino, mostra um pequeno altar romano, descoberto há um bom par de anos durante a demolição de uma casa no concelho de Armamar, confirma que o rio Vouga foi divinizado na altura pelos romanos. Aliás, os romanos divinizavam tudo o que na natureza considerassem importante, tal como o Vouga. Na pedra lê-se: VACO/AVITA/VOTO”, o que significa que uma senhora, chamada Avita, mandou esculpir este altar em cumprimento de uma promessa (voto) feita à divindade Vaco (rio Vouga). 

FOTO da Revista HISTÓRIA DO JN

GOOGLE - A melhor foto de outubro


 Os críticos do Google classificaram esta minha foto como a melhor de outubro. Eles é que sabem! E eu não contesto. Trata-se de um registo feito no Castelo de Montemor-o-Velho, há anos.

Laudate Deum. A crise climática

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias


Com data de 4 de Outubro, o dia da festa de São Francisco de Assis, e 8 anos depois da publicação da encíclica Laudato Sí, Francisco publicou a Exortação Apostólica Laudate Deum, com a intenção de partilhar com todas as pessoas de boa vontade a sua "profunda preocupação pelo cuidado da nossa casa comum", porque, "com o passar do tempo, dá-se conta de que não estamos a reagir de modo satisfatório, pois este mundo que nos acolhe está-se esboroando e talvez aproximando de um ponto de ruptura. Independentemente desta possibilidade, não há dúvida de que o impacto da alteração climática prejudicará cada vez mais a vida de muitas pessoas e famílias. Sentiremos os seus efeitos em termos de saúde, emprego, acesso aos recursos, habitação, migrações forçadas e noutros âmbitos."
Entre a primeira afirmação do texto: "Louvai a Deus (Laudate Deum) por todas as suas criaturas" e a última: "Laudate Deum é o título desta carta, porque um ser humano que pretenda tomar o lugar de Deus torna-se o pior inimigo para si mesmo, Francisco desenvolve o seu grito profético em cinco pontos: 1. a crise climática global; 2. o crescente paradigma tecnocrático; 3. a fragilidade da política internacional; 4. as conferências sobre o clima e o que se espera da COP28, no Dubai; 5. as motivações espirituais: um "antropocentrismo situado".

DIA CHEIO - 85 ANOS DE VIDA

Hoje, 24 de novembro de 2023, completei 85 anos de vida. Foi um dia tranquilo, mas cheio, com  mensagens, telefonemas e visitas de familiares. Nas Redes Sociais, foram imensos os contactos, tornando-se muito difícil reagir a todos. 
Realmente, desde que me libertei de alguns compromissos sociais ou equiparados, voltei-me mais para os meus Blogues, Facebook e leituras, pois o não fazer nada é a pior opção dos homens e mulheres do nosso tempo. O cérebro seca mais depressa e rapidamente se cai num poço sem fundo.
Gostei, portanto, de sentir que, realmente, tenho muitos amigos. Começaram de madrugada e continuam a dar sinais da sua franca amizade. Sinto-me muito feliz
A família é, contudo, o meu maior conforto. Mas no próximo domingo haverá, se Deus quiser, um almoço, onde não faltarão palavras e gestos generosos de amor e o bolo das nossas tradições..
Um fraterno abraço para todos.

Fernando Martins

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

ÍLHAVO - UMA ESPÉCIE INVASORA


 NOTA: Veja bem. Está tudo dito e muito bem explicado.
 

APA vai requalificar zona do Forte da Barra

Forte da Barra

A muito badalada requalificação da área envolvente do Forte da Barra vai finalmente avançar, anunciou a Administração do Porto de Aveiro (APA). O concurso público para a elaboração do projeto vai abranger a zona do edificado que vai ser reconvertido para fins hoteleiros no âmbito da concessão já assinada.
A APA pretende com este projeto, que tem sido preparado nos últimos anos, executar um arranjo urbanístico da zona envolvente ao velho forte, assim como intervir no edificado de que é proprietária, nomeadamente na antiga sede da Junta Autónoma da Barra e da Ria de Aveiro (JARBA), usada como ‘arrumos’ e espaço de arquivo, e nos armazéns (oficina).
Após os trabalhos de restauro, os imóveis deverão ficar dotados de espaços adequados a novas funcionalidades, como auditório e núcleo museológico.
O Forte da Barra foi a primeira fortificação portuguesa a ser concessionada ao abrigo do programa Revive para fins turísticos. Recorde-se que o secular edifício foi também cadeia e depois acolheu uma pequena torre de sinalização de apoio à navegação marítima, ainda existente.

terça-feira, 21 de novembro de 2023

Dia Mundial do Pobre

Crónica de João Barbosa
no Diário de Aveiro

Não sendo para celebrar, deve ser mesmo para nos alertar, para ser uma espécie de marco. E para olhar em volta. Para refletir o nosso mundo, com vias a alguma mudança. É que, se olharmos para os pobres, melhor, se os «encontrarmos» verdadeiramente, poderemos contribuir para acabar com tantas ansiedades e medos inconsistentes, fortalecendo aquilo que verdadeiramente importa na vida e que ninguém nos pode roubar o amor verdadeiro e genuíno. Na realidade, os pobres, antes de serem objeto da nossa esmola são seres humanos, que nos ajudam a libertar das armadilhas da inquietação e da superficialidade.
Reconheço que temos a sorte de conviver e de poder escutar, muitas vezes e ao vivo, uma das vozes mais assertivas, no nosso mundo — o Papa Francisco.
Conhecedor da nossa fragilidade humana, mas também da nossa força e criatividade, ele pede-nos: «Nunca afastes de algum pobre o teu olhar.»