“José Tolentino Mendonça tem-se afirmado como figura central na cultura portuguesa contemporânea, dando continuidade, por um lado, à presença do cristianismo na sociedade, cultivando, por outro, o diálogo com o mundo laico e os valores humanistas, e resgatando, enfim, ideias de empatia e sabedoria em tudo opostas à polarização, ao imediatismo e à estridência”, escreve o presidente da República, a partir da nota de justificação do júri.
Iniciativa do semanário Expresso e da Caixa Geral de Depósitos, o Prémio Pessoa tem por objetivo “reconhecer a atividade de pessoas portuguesas com papel significativo na vida cultural e científica do país” e tem um valor de 60 mil euros, que o galardoado já indicou querer destinar na sua totalidade a uma instituição.
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) felicitou o cardeal D. José Tolentino Mendonça pela atribuição do Prémio Pessoa 2023, sublinhando o seu “contributo para uma cultura de busca de sentido e de convergência”.
“Bem haja, D. José Tolentino, pelo seu precioso contributo para uma cultura de busca de sentido e de convergência, no mundo complexo e diversificado em que vivemos, alimentando o sonho de um futuro de dignidade, justiça e paz para toda a humanidade, próprias do tempo de Natal que estamos a preparar”, afirma numa nota, assinada pelo presidente da CEP, D. José Ornelas, enviada à Agência ECCLESIA.
Vários bispos reagiram a este anúncio saudando e reconhecendo o valor humanista e cultural do cardeal português, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, do Vaticano.
O dia ficou ainda marcado pela apresentação da mensagem para o Dia Mundial da Paz 2024, onde o Papa Francisco apresenta os riscos de sistemas de regulação das “opções pessoais” baseados em algoritmos, com riscos de manipulação de indivíduos e sociedades.
“Estas formas de manipulação ou controlo social requerem atenção e vigilância cuidadosas, implicando uma clara responsabilidade legal por parte dos produtores, de quem os contrata e das autoridades governamentais”, escreve, num texto intitulado ‘Inteligência Artificial e Paz’.
Numa reflexão sobre os sistemas de inteligência artificial, Francisco observa que estes estão suscetíveis a difundir “formas de preconceito e discriminação”.
O Papa alertou ainda para os riscos da utilização da inteligência artificial em contexto militar, apelando à aplicação das tecnologias em áreas que promovam o desenvolvimento humano.
“A possibilidade de efetuar operações militares através de sistemas de controle remoto levou a uma perceção menor da devastação por eles causada e da responsabilidade da sua utilização, contribuindo para uma abordagem ainda mais fria e destacada da imensa tragédia da guerra”, refere o texto.
Francisco alerta para as “graves questões éticas relacionadas com o setor dos armamentos”, em particular os sistemas de armas letais autónomas.
Finalizada a COP28 a secretária-geral da CIDSE – rede internacional de organizações católicas para o desenvolvimento – saudou o acordo resultante de dias de discussão, que, “pela primeira vez, ilumina o início do fim da era dos combustíveis fósseis”, mas lamentou que o resultado não reflita plenamente “a urgência da ação climática”.
“Os países produtores de combustíveis fósseis e os países do Ocidente não mostraram coragem para superar a sua ganância e os seus estilos de vida. Ao fazer isso, continuamos a ignorar as exigências dos povos indígenas, movimentos jovens e países vulneráveis para abandonar a nossa dependência de combustíveis fósseis de maneira justa, rápida, financiada e permanente”, condena Josianne Gauthier, em nota divulgada pela FEC, Fundação Fé e Cooperação.
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