quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Faleceu o Pe. Vítor Feytor Pinto


«O padre Vítor Feytor Pinto, antigo coordenador nacional da Pastoral da Saúde, faleceu hoje aos 89 anos, anunciou a Paróquia do Campo Grande, Patriarcado de Lisboa.
“Faleceu esta manhã o nosso querido Padre Vítor Feytor Pinto, no Hospital da Luz. Foi para tantos o amigo generoso, o companheiro de caminhada, o padre profundo e feliz e um homem de pensamento que deixa um legado extraordinário. As saudades são muitas, mas sabemos que ele olha por nós, envolvido na ‘ternura maravilhosa de Deus que nos acolhe”, indica uma nota divulgada pela paróquia.
O sacerdote, natural de Coimbra, foi ordenado na Diocese da Guarda a 10 de julho de 1955, tendo ficado ligado à divulgação do Concílio Vaticano II no Movimento ‘Por um Mundo Melhor’; ao trabalho na Ação Católica e à vivência do 25 de Abril, antes de chegar à reflexão sobre a Pastoral da Saúde e a defesa dos direitos fundamentais; nos últimos anos, destacou-se pelo trabalho na paróquia do Campo Grande.»


Nota: Tive o privilégio de ouvir e falar com o Pe. Vítor Feytor Pinto, na nossa diocese e também na nossa paróquia. Mas ainda em Fátima, sobretudo abordando temas relacionados com a pastoral da saúde. Era um gosto ouvi-lo e sentir a alegria e a facilidade com que abordava os mais variados assuntos,  sobre os quais mostrava conhecimentos bem elaborados e convincentes. Deus já o acolheu no seu regaço maternal. 

terça-feira, 5 de outubro de 2021

República Portuguesa nasceu há 111 anos

Portugal foi Monarquia 767 anos 
e é  República há 111 anos

José Relvas
A República Portuguesa nasceu há 111 anos, no já célebre 5 de Outubro. A Monarquia fundou Portugal, também no dia 5 de Outubro de 1143, no Tratada de Zamora. 
Desde a data longínqua em que D. Afonso Henriques se assumiu como rei, Portugal resistiu ao tempo e impôs-se na História Universal como nação independente, ao mesmo tempo que deu Novos Mundos ao Mundo. 
Hoje, portanto, celebramos duas datas que são, ou devem ser, o nosso orgulho pátrio.




Marcelo Rebelo de Sousa
Mas hoje apenas se falou da República na Câmara Municipal de Lisboa, no mesmo local em que José Relvas fez a proclamação da mudança de regime, há 111 anos. E o nosso Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, bem ao seu estilo, deixou algumas notas de reflexão. "Se queremos que o 5 de Outubro tenha algum sentido para todos nós, então há que dele fazer uma data viva e não uma memória sem futuro ou um ritual sem alma", disse. E sublinhou: "um Portugal mais atento ao povo e às suas necessidades, à sua voz nos direitos sociais, actividade económica e educação."
Noutra passagem, afirmou: “O Portugal que somos nunca vencerá os desafios da entrada a tempo no novo ciclo económico com dois milhões de pobres e alguns mais em risco de pobreza.”

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Luta constante


"Ver aquilo que temos diante do nariz requer uma luta constante"

George Orwell (1903-1950) 
Escritor, jornalista e ensaísta político


Nota: Escrito na Pedra no PÚBLICO 

domingo, 3 de outubro de 2021

Não há família. Há famílias

Crónica de Bento Domingues
no PÚBLICO


Os modelos de família dependem das culturas em que se afirmam. Nunca foram os mesmos em todo o tempo. A sua diversidade não é contra a família, são formas diferentes de testemunhar a sua importância. Nenhuma delas é o céu na terra.

1. A crise religiosa de muitos adolescentes e jovens, que frequentaram a catequese, revela-se sobretudo na escola, quando as descobertas que vão fazendo desautorizam o que ouvem na Igreja. O padre Resina, que ensinou Física no Instituto Superior Técnico, defendia que a catequese devia antecipar-se a desfazer os conflitos entre as apresentações e interpretações da fé e a linguagem das ciências. As próprias narrativas bíblicas, na grande diversidade dos géneros literários, nunca pretendem fazer ciência, mas a sua floresta simbólica deu e dá muito que pensar, com grande presença na literatura, na música e na pintura.

sábado, 2 de outubro de 2021

Semana Mundial da Harmonia Inter-Religiosa

Crónica de Anselmo Borges
no Diário de Notícias



"Não haverá paz entre as nações sem paz entre as religiões. Não haverá paz entre as religiões sem diálogo entre as religiões. Não haverá diálogo entre as religiões sem critérios éticos globais. Não haverá sobrevivência do nosso planeta sem um ethos (atitude ética) global, um ethos mundial."
Hans Küng 

Foi em 2010, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Antes de iniciar a sua conferência, Jorge Sampaio chamou-me. Para me pedir que não me esquecesse de escrever um texto sobre a Semana Mundial da Harmonia Inter-Religiosa.
Também para relembrar o empenho de Jorge Sampaio no diálogo das civilizações, das culturas, das religiões, retomo o texto de então com pequenas alterações.
Era a primeira vez que se celebrava, de 1 a 7 de Fevereiro (2011), a Semana Mundial da Harmonia Inter-Religiosa, na sequência de uma Resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, tomada por unanimidade no dia 20 de Outubro de 2010 e proclamando a primeira semana de Fevereiro de cada ano a World Interfaith Harmony Week (Semana Mundial da Harmonia Inter-Religiosa), semana da harmonia entre todas as religiões, fés e crenças.

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Bom senso


"Esquecer os deveres básicos de solidariedade é uma violência, uma cobardia escondida em nome do bom senso"




Mia Couto (1955-), 
escritor

Em Escrito na Pedra, 
no PÚBLICO

Amar a verdade do matrimónio

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XXVII do Tempo Comum



A família surge como o fruto mais saboroso do matrimónio. Nela, o casal vai crescendo no amor de doação fiel. Nela, os filhos encontram o ambiente favorável à sua identidade masculina e feminina, ao equilíbrio do seu desenvolvimento relacional e afectivo. Nela, a sociedade e a Igreja espelham a sua acção “subsidiária” e, dela, recebem as crianças, prendas do presente e garantes do futuro, como cidadãos que podem vir a ser cristãos.

A atracção do homem pela mulher, e desta para com ele, faz parte da natureza humana e expressa-se em crenças e ritos de relação, segundo as culturas e as religiões; entre nós, normalmente é no casamento natural e no matrimónio cristão. Aponta, por isso, para Deus, a fonte de todo o amor e o criador dos bens originais. É a partir do projecto divino que a relação humana conjugal tem pleno sentido e adquire força de irradiação como ideal a atrair todos aqueles que se sentem chamados a “ser uma só carne”. É a partir desta matriz existencial que se podem valorar outras experiências de relacionamento que configuram aquela atracção natural Mc 10, 2-16.

Outono - Pranto ou Louvor?


OUTONO

Os tons dourados
Do teu manto
E os avermelhados
Em espanto
Ou nostalgia,
Descem em nós
A melancolia.
Cobre-se a natureza
Que rescende a mosto
Dum véu de tristeza.
Sentido ao sol-posto.
E neste sabor
Há pranto
Ou louvor?

Madona

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Igrejas - A normalidade vem a caminho

A última fase do levantamento das restrições impostas para a controlar a pandemia entra em vigor em Portugal continental na sexta-feira, por decisão do Governo, informam os bispos portugueses. E acrescentam que  “É tempo de ir retomando uma maior participação dos fiéis, abrandando de forma ponderada os distanciamentos e os limites impostos à lotação das nossas igrejas. Entretanto, as outras medidas de proteção – higienização das mãos e uso da máscara – devem manter-se”, indicam os bispos.

Ler mais aqui 

Querendo sentir o pulsar da humanidade...

Comissão Diocesana da Cultura  
- Novo mandato | 2021-2024


Capa da Revista
A Comissão Diocesana da Cultural Aveiro é um organismo da Diocese de Aveiro, constituído por decreto de D. António Baltasar Marcelino, em 25 de agosto de 2005. Os seus mandatos são de três anos, renováveis.
No decreto de constituição, afirmava-se que «[é dever da] Igreja Diocesana promover a evangelização da cultura, sobretudo em fases de acentuadas transformações socioculturais, e estar atenta às manifestações da cultura emergente num mundo globalizado e plural, como este em que vivemos, atendendo às diretrizes do Conselho Pontifício para a Cultura e às orientações da Conferência Episcopal Portuguesa».
Volvidos 16 anos sobre a sua constituição, esta Comissão inicia um novo mandato, sendo hora de, em primeiro lugar, expressar gratidão aos membros da equipa que cessam funções - diácono Carlos Nunes, Ricardo Ramos e Teresa Grancho e o saudoso António Mário Costa - e em quem se reconhecem os méritos da dedicação e da criatividade na diversidade de talentos e vocações. Com o seu contributo, foi possível cumprir a missão de, semestralmente, publicar a revista Igreja Aveirense, levar ao palco o teatro, na sua expressão mais clássica ou contemporânea, unir música e cristianismo, refletir em tertúlias e contextos de 'diálogo na cidade', sempre com persistência e espírito de nobre missão...
A hora é, também, de projetar.

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Miguel Esteves Cardoso regressa em Outubro

O PÚBLICO tem avisado, diariamente, no sítio certo, que Miguel Esteves Cardoso volta ao seu espaço em Outubro. Em princípio, será já no dia 1.  
Que venha em boa hora com as suas saborosas crónicas.  Realmente, faz falta a muitos leitores, nos quais me incluo. Para compensar, tenho lido algumas do livro "As 100 melhores crónicas" de Miguel Esteves Cardoso. 

Figueira da Foz deu que falar


Venho hoje com simbólica memória de viagem até à Figueira da Foz, de que guardo imensos momentos muito agradáveis, desde o ano 2000. Com raras paragens, ultimamente, por aqueles ares, por razões especiais ligadas ao tempo e à saúde, não fiquei indiferente à eleição de Pedro Miguel Santana Lopes para a liderança da Câmara Municipal, com vitória indiscutível. O povo é quem mais ordena  ouço este refrão desde o 25 de Abril. E sendo assim, há que aceitar a decisão dos figueirenses.
O Centro de Artes e Espectáculos, que ilustra esta nota, ostenta o seu nome. Oxalá que outras obras emblemáticas surjam para que os figueirenses e veraneantes fiquem satisfeitos.

Aplausos para os vencedores e respeito pelos vencidos

As próximas eleições já vêm a caminho


Concluídas as eleições para os diversos cargos autárquicos, os resultados espelham a vontade dos eleitores. A democracia é isto mesmo. Temos razões para aplaudir os vencedores e a obrigação de respeitar os vencidos. Todos, pelo que fui observando, se movimentaram no sentido de servirem as populações, as instituições e as comunidades em geral, nas suas mais diversas vertentes. Acreditamos que assim irá acontecer, pese embora a certeza de que os vencidos continuarão a dar as suas opiniões, indicando pistas e debatendo, nos órgãos próprios, as propostas dos que ocuparão os cargos dirigentes das autarquias. A partir da tomada de posse, é chegada a hora de trabalhar com afinco e responsabilidade. As próximas eleições já vêm a caminho.

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Dia Internacional do Direito ao Saber




Celebra-se hoje, 28 de setembro, o Dia Internacional do Direito ao Saber, fundamentalmente para enaltecer o direito ao acesso à informação de toda a gente. Mas também para promover a liberdade da procura do conhecimento a todos os níveis. Aliás, o direito à informação está na base da democracia.
O Dia Internacional do Direito ao Saber foi traçado em 2002, num encontro de organizações mundiais que trabalham com liberdade na área da informação, em Sófia, Bulgária.

Crepúsculos de Outono



Ó minha terra, nos crepúsculos de outono!
Nuvens do entardecer, doiradas ilusões,
Quando fala comigo a alma do Abandono,
E o vento reza, no ar, penumbras de orações…

Teixeira de Pascoaes

In “Versos Pobres”

domingo, 26 de setembro de 2021

Não à ideologia do retrocesso

Crónica de Bento Domingues
no PÚBLICO

A falta de cultura bíblica, na formação dos católicos, não se resolve com umas pinceladas de alguns minutos

1. Foi muito saudado o documento do Concílio Vaticano II, chamado A Igreja no Mundo Contemporâneo (Gaudium et Spes — 1965), ao reconhecer que a Igreja faz suas as questões do mundo contemporâneo. Sem perder a memória do passado, deve procurar, afincadamente, abrir caminhos de esperança para o futuro de todos.
O Papa Francisco tem sido fidelíssimo a esta perspectiva. Com ele, a Igreja faz parte do mundo contemporâneo em processo de conversão. Não aceita a miopia de continuar ocupada com um mundo que já não existe. Ainda muito recentemente, no encontro com os jesuítas, na Eslováquia, criticou duramente quem alimenta a ficção de procurar voltar atrás: “Sofremos isso hoje na Igreja: a ideologia do retrocesso. É uma ideologia que coloniza as mentes, é uma forma de colonização ideológica. Não se trata, no entanto, de um problema verdadeiramente universal. É específico das Igrejas de alguns países. Acrescentou com humor: há jovens que, depois de um mês de ordenação, vão pedir ao bispo autorização para celebrar em rito antigo. Este é um fenómeno retrógrado. Temos medo de avançar nas experiências pastorais.”

sábado, 25 de setembro de 2021

Sou um corpo que diz "eu"

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Conta-se que, uma vez, estava um miúdo com a mãe, junto ao cadáver da avó. A mãe explicou ao filho: "Vês? Agora, o corpo vai para a Terra, a alma foi para Deus. Quando eu morrer, o meu corpo vai para a Terra e a minha alma vai ter com Deus. Depois, quando tu morreres, também vai ser assim: o teu corpo vai para o cemitério; a tua alma vai ter com Deus." E o miúdo, aflito, perguntou: "E eu?"
Esta pequena história, na sua aparente ingenuidade, ilustra bem todo o enigma da constituição humana. O pensamento enveredou frequentemente pelo dualismo, que quer exprimir uma tensão vivida: eu sou um corpo que diz eu, mas ao mesmo tempo penso-me como tendo um corpo, pois o eu fontal parece não identificar-se com o corpo. Parece haver no Homem um excesso face ao corpo, experienciado, por exemplo, na possibilidade do suicídio: eu posso matar-me. Mas, por outro lado, eu não sou uma alma que carrega um corpo, à maneira de uma coisa que eu tivesse. Vivo-me desde dentro como sujeito corpóreo, um corpo-sujeito e matéria pessoal. O meu corpo sou eu mesmo presentificado, é a minha visibilização, sou eu próprio voltado para os outros. Numa concepção dualista de alma e corpo, os pais não seriam realmente pais dos filhos, mas apenas de um corpo que transporta ou é transportado por uma alma que viria de fora...

Gafanha da Encarnação - Igreja Matriz

 

Estive, há dias, na Igreja Matriz da Gafanha da Encarnação. Já por lá passei várias vezes e não me canso de apreciar este belo espaço que acolhe os que chegam, convidando-os ao silêncio e à contemplação. Aquele Cristo sai da cruz ressuscitado e salta para o mundo ao encontro de cada um de nós. Está vivo e de braços bem abertos para nos  abraçar e aconchegar.

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

A inteligência e o coração

"Não há inteligência sem coração. A inteligência é um dom, mas o coração tem que a suportar humildemente."

Agustina Bessa-Luís, 
escritora, (1922-2019)


Em ESCRITO NA PEDRA, 
no PÚBLICO

Escolhe a vida, diz Jesus, mesmo que te custe

Reflexão de Georgino Rocha para o Domingo XXVI do Tempo Comum

Qualquer estorvo pessoal que impeça entrar na vida deve ser eliminado. A preocupação de Jesus é que todos estejam livres para aderirem à sua proposta de felicidade, ao seu projecto de salvação, ou, dito com palavras bíblicas, ao reino de Deus.

A escolha da vida é a opção certa. Mesmo que muito custe. Jesus di-lo claramente, aos discípulos recorrendo a exemplos contundentes. E nós vemos situações que o comprovam. Se um membro do corpo humano constitui ameaça séria à vida, tem de ser amputado; de contrário, os riscos de morte podem ser iminentes. A sabedoria popular e as ciências médicas confirmam este modo de proceder: salvar a vida terrena, ainda que se percam bens muito valiosos e apreciados. Quanto mais a vida eterna. Mc 9, 38-43.47-48
O Papa Francisco exorta-nos a que nos lembremos “sempre que construir o futuro não significa sair do hoje que vivemos! Pelo contrário, o futuro deve ser preparado aqui e agora…” E que na “carta encíclica Fratelli tutti/Todos Irmãos, deixei expressa uma preocupação e um desejo, que continuo a considerar importantes: «Passada a crise sanitária, a pior reação seria cair ainda mais num consumismo febril e em novas formas de autoproteção egoísta. No fim, oxalá já não existam “os outros”, mas apenas um “nós”» (n. 35).

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

ROSSIO - Palmeira vestida

 


No Rossio, em Aveiro, há 10 anos, houve uma iniciativa curiosa. Quem aprecia, pode concluir que a ideia visou proteger a Palmeira do frio ou do calor. A sua altura, um pouco fora do comum, talvez tenha justificado a proteção. Ou não passou de uma forma de tornar mais belo e mais acolhedor o ambiente?

NOTA: O que aconteceu pode ser visto aqui 

As nuvens fascinam-me




As nuvens fascinam-me, vá-se lá saber porquê. Até sabia os seus nomes de cor, mas isso já lá vai. Quando era miúdo, habituei-me a ver os mais velhos a olharem fixamente o céu para depois prenunciarem chuva ou vento, mais hora menos hora. E julgo que a maior parte das vezes acertavam. Ainda me entretinha com amigos a descobrir monstros e outras figuras que as nuvens exibiam para nosso regá-lo. Mas também é verdade que alguns não tinham olhos nem imaginação para ver seja o que for.
Ainda agora não me canso de apreciar as nuvens que se exibem paradas, umas, e apressadas, outras. E com este bailar das nuvens, espetáculo em permanente mutação, num céu azul, consigo, tantas vezes, a serenidade que me enriquece o dia.

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

São Jacinto passa para a Vera-Cruz

Efeméride
1856
22 de setembro


O Bispo do Porto, D. António Bernardo da Fonseca Moniz, declarou desistir da jurisdição que até então exercia no território da restinga de areia que, pelo decreto do Governo de Sua Majestade de 24 de Outubro de 1855, passara para as freguesias da Diocese de Aveiro; estava incluída a costa de São Jacinto, que foi transferida para a freguesia da Vera-Cruz (Rangel de Quadros, Aveiro - Apontamentos Históricos, I. fl, 187; João Francisco Teixeira de Pinho, Memórias e Datas para a História da Vila de Ovar, 1959, pgs. 210-211) - J

Calendário Histórico de Aveiro
de António Christo e João Gonçalves Gaspar

“Cândido Teles – uma vida em viagens”

Museu Marítimo de Ílhavo 
- até 31 de Dezembro 

Com a exposição “Cândido Teles – uma vida em viagens”, que se encontra patente ao público até ao dia 31 de dezembro de 2021, o Museu Marítimo de Ílhavo assinala o primeiro centenário do nascimento do pintor ilhavense Cândido Teles (1921 – 1999), mostra constituída por vários núcleos evocativos da vida e obra do homem, do artista e do militar que foi Cândido Teles. 
Na galeria de exposições temporárias estão expostas dezenas de pinturas, de pequeno formato, do primeiro período artístico de Cândido Teles, sobretudo datadas dos finais da década de 1930 aos inícios da década de 1950.
Na sala de exposições situada junto ao Aquário dos Bacalhaus há um outro núcleo, dedicado as fases posteriores do artista, como a sua passagem por terras diversas, desde o Alentejo a África.
Para além de pintura, aqui encontram-se ainda documentos e objetos relacionados com a vida do artista e também com a sua carreira de oficial militar, nomeadamente condecorações.

Nota: Publicado no TIMONEIRO

Votar é uma exigência cívica

Nesta altura, ainda estamos em campanha eleitoral para as autarquias. Os diversos grupos candidatos à vitória cumprem a missão de apresentar aos eleitores os seus projetos de governação, caso venham a ser os escolhidos para a nobre tarefa de servir as comunidades. Felicito os que assumiram as suas candidaturas, naturalmente diferentes umas das outras, mas garantidamente com apostas muito semelhantes. Vale, na hora da escolha, a personalidade dos candidatos, aliada a provas dadas noutros setores da vida. Olhar somente para as cores partidárias é muito redutor.
Tenho apreciado a campanha eleitoral e a forma alegre como a vivem os diversos candidatos. Acho que a alegria, sinal de otimismo, é muito salutar. Há sorrisos cativantes, bandeiras ao vento, conversas interessantes e convicções fortes. Há certezas inabaláveis de vitórias, há dignidade na apresentação de propostas, há promessas realizáveis, umas, e impossíveis de levar à prática, outras. Mas a vida é assim mesmo. E no final, é nossa obrigação aplaudir os vencedores e respeitar os vencidos. A democracia é isto.

Fernando Martins

Continua a dança do tempo

O  meu  outono à janela 

Continuando a dança do tempo, entramos no Outono, com tudo o que ele tem ou possa vir a ter de agradável e belo. Nem muito calor nem muito frio a marcarem os nossos dias, com folhas castanhas a enfeitarem o chão que pisamos, com as nossas recordações de um Verão que talvez não tenha sido o que esperávamos, com os nossos sonhos a projetarem-se num futuro que jamais saberemos como será. E a vida continua, todos apostando na felicidade que soubermos construir.

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Nossa Senhora dos Navegantes morou uns dias na Igreja Matriz

Senhora dos Navegantes na Igreja Matriz

Irmandades, Escuteiros e Etnográfico na Eucaristia 

Procissão sai do Porto de Pesca (Foto do meu arquivo)

Chegada da procissão ao Forte  (foto do meu arquivo)

Setembro foi, desde que tenho memória, o mês da festa dedicada a Nossa Senhora dos Navegantes, venerada no capela do Forte da Barra como padroeira dos homens do mar e laguna e suas famílias, mas não só. Porém todos os gafanhões assumiam esta  festa como sua, que ainda atraía as gentes das redondezas. E quando os festejos passaram a incluir a procissão pela Ria de Aveiro, ligando o Porto de Pesca Longínqua ao Forte da Barra, redobrou o interesse pelo evento.
A pandemia, contudo, forçou o cancelamento das festas em 2020 e 2021, esperando-se que no próximo ano seja retomada a tradição, com organização do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré (GEGN) e da Paróquia de Nossa Senhora da Nazaré.
Este ano, porém, o GEGN e a Paróquia resolveram avançar apenas com a vertente religiosa, essência, aliás, dos festejos próprios dos padroeiros das igrejas católicas. Assim, na quinta-feira, 16 de setembro, Nossa Senhora dos Navegantes veio passar uns dias à nossa Igreja Matriz para que todos os seus devotos a pudessem venerar e para Ela sentir quanto é amada nesta terra que outrora foi de agricultores, que depressa se voltaram para o mar e para a ria. O GEGN encarregou-se dos trabalhos indispensáveis com o imprescindível apoio do nosso Pároco, Pe. César Fernandes, sempre atento às necessidades espirituais do nosso povo.
Na Eucaristia das 10h30 de domingo foi, pois, venerada a Senhora dos Navegantes, com o povo feliz por isso. Mas ainda se associaram as autoridades civis e militares, nomeadamente, Fernando Caçoilo da CMI, Carlos Rocha da Junta de Freguesia e Comandante da Capitania, Humberto Silva Rocha.

Pe. Miguel numa procissão
À homilia, o nosso prior, Pe. César Fernandes, evocou, com oportuna referência, o saudoso Pe. Miguel Lencastre, verdadeiro dinamizador da procissão pela laguna, inspirando-se em festa semelhante. Quando numa viagem de avião, sobrevoou Porto Alegre, no Brasil, presenciou uma procissão pelo mar [em 2 de fevereiro] em honra de Nossa Senhora dos Navegantes que muito o sensibilizou, prometendo a si mesmo que haveria de organizar a procissão que se tornou famosa.
Com a sua saída para outras tarefas eclesiais, ligadas ao Movimento de Schoenstatt a que pertencia, a festa esmoreceu e a procissão pela laguna ficou à espera de outra oportunidade. Na Expo'98, o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré presenciou um espetáculo semelhante, ficando inspirado para retomar a procissão pela Ria de Aveiro, em homenagem a Nossa Senhora dos Navegantes. O que veio a concretizar-se, com a indispensável autorização das autoridades marítimas. E se Deus quiser, no próximo ano haverá festa com procissão, com a participação de muita gente e com o espetáculo dos barcos e barquinhos a ilustrarem as águas serenas da laguna aveirense. 
Na próxima quinta-feira, Nossa Senhora dos Navegantes regressa à sua morada oficial.

Fernando Martins

Costa Nova - Semana da Saúde

Igreja de Nossa Senhora da Saúde

A Paróquia da Costa Nova promove de 20 a 24 de setembro, antecedendo a festa de Nossa Senhora da Saúde, uma “Semana com Saúde”, com diversas iniciativas sobre temas como saúde mental, depressão e luto. Durante a semana que prepara o domingo da festa (26 de setembro), há uma série de encontros, sempre às 21h00, no interior da Igreja de Nossa Senhora da Saúde.
Na segunda, dia 20, a enfermeira Prazeres Santos e médica Ana Lúcia Costa falam de “depressão e pandemia”. No dia seguinte, a cuidadora Rosa Marques aborda o tema da “saúde mental e suicídio”. Na quarta, 22, o P.e António Torrão fala da “saúde e o luto”. Na quinta, 23, celebram-se os mistérios luminosos e a Eucaristia. No último dia, 24, o diácono permanente José Carlos, responsável pela pastoral da saúde na Diocese de Aveiro e colaborador da paróquia na organização destes encontros, desenvolve o tema do “cuidado de Maria na fragilidade dos seus filhos".

Nota: Texto publicado no Timoneiro

Natureza para começar a semana

 

A vida seria muito diferente se contemplássemos mais a natureza que nos envolve.

domingo, 19 de setembro de 2021

Flores para este domingo


Flores para amenizar este dia de sol brilhante que nos convida a sair para arejar as ideias que nos conduzirão à harmonia fraterna. Bom domingo.

O importante são as pontes

Crónica de Bento Domingues
no PÚBLICO


Perceber os sinais que Deus nos faz, na nossa história, é tarefa de toda a Igreja, sabendo que Deus não está confinado pelas nossas convenções: é o Deus das surpresas. É-nos pedido que não sejamos nem cegos nem surdos perante tudo o que acontece na história humana.

1. O pessimismo não é realista porque não abre caminhos para o futuro. Paralisa. O princípio-esperança, pelo contrário, incita à luta mesmo quando as dificuldades parecem invencíveis.
No século XIX, parecia que a Igreja Católica rompia oficialmente com o mundo moderno. No século XX, alguns movimentos católicos recusaram esse destino. Tudo fizeram, lutando contra muitos obstáculos, por vezes, criados pela própria Hierarquia, para abrir portas e janelas de diálogo com esse mundo turbulento e ensanguentado por duas guerras mundiais. Foi, no entanto, João XXIII – de uma forma inesperada – que convocou um concílio para que esse esforço não fosse, apenas, de alguns movimentos e de algumas personalidades. Como disse Eduardo Lourenço, em 2011, nas célebres Conferências de Maio do CRC, “é preciso ver que este concílio foi pensado e imaginado por alguém que merecia ser ‘santo súbito’, chamado João XXIII, que teve uma palavra que é de uma novidade absoluta, não em si mesma, porque está no Evangelho, mas na sua tradução histórica propriamente dita, ao dizer esta frase extraordinária: ‘a Igreja não tem inimigos'"[1]. Foi também, de modo muito inesperado, que o Papa Francisco reacendeu o fogo do Vaticano II numa “Igreja marcada por um longo inverno”.

As mais belas fotografias - 7

 

Uma mulher escala o Popocatépetl, um vulcão ativo no centro do México, para fazer oferendas a El Popo, um deus que aproveita as nuvens para levar chuva a plantações áridas. Esta fotografia foi incluída num artigo de janeiro de 1999 sobre o vulcão e a área circundante. Em dezembro de 2000, o vulcão entrou em erupção no seu evento mais significativo em 1200 anos.

FOTOGRAFIA DE SARAH LEEN, NAT GEO IMAGE COLLECTION

sábado, 18 de setembro de 2021

O elogio da alegria verdadeira

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias



O Deus cristão não tem inveja da realização do ser humano. Pelo contrário. Ele não nos criou para a sua maior honra e glória, mas para que sejamos plenamente felizes.

1. "Faço o elogio da alegria, porque o único bem do Homem é comer e beber e alegrar-se; isto acompanhá-lo-á durante os dias da vida que Deus lhe concede viver debaixo do Sol. Vai, come o teu pão com alegria e bebe contente o teu vinho, porque, desde há muito tempo, Deus aprecia as tuas obras. Em todo o tempo sejam brancas as tuas vestes, e não falte o perfume na tua cabeça. Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias que dure a tua vida fugaz que Deus te concedeu debaixo do Sol, os anos todos da tua vida efémera."
Confrontados com este texto, quantos cristãos seriam capazes de identificá-lo como um texto que vem na Bíblia? Realmente, vem na Bíblia e pertence a um livro chamado Eclesiastes ou Qohélet.
Deus foi visto frequentemente como inimigo da vida e invejoso da felicidade dos homens e das mulheres. Já Platão e Aristóteles tiveram de insurgir-se contra essa ideia terrível e nefasta de um Deus que tem inveja da felicidade e alegria dos homens e mulheres neste mundo. E foi precisamente contra um Deus rival do Homem que se insurgiram os chamados filósofos da suspeita na modernidade. O Assim Falava Zaratustra, de Nietzsche, concretamente, contra este mundo como vale de lágrimas, pregou a fidelidade à Terra, à vida e às suas alegrias.

DIÁRIO DA PESTE – Gonçalo M. Tavares

Gonçalo M. Tavares
Segundo notícia amplamente divulgada, Portugal está no topo, por percentagem, da população vacinada. Aparentemente, tudo ou quase tudo indica que estamos a caminho de alguma tranquilidade, o que significará  ausência de perigo, quanto ao Covid-19. Posso presumir  que a maioria dos portugueses, para falar apenas de nós, talvez venha a esquecer os dramas e o luto que atingiram milhares de portugueses. Outros, jamais esquecerão o ano 2020.
Gonçalo M. Tavares, conhecido escritor com origens aveirenses, premiado inúmeras vezes, acaba de publicar um livro — DIÁRIO DA PESTE – O ano 2020 — que precisa de ser lido e guardado em lugar bem visível das nossas estantes, como documento para ser refletido, em qualquer altura, como marca de uma época dramática em todo o mundo.
“O Diário da Peste foi, então, uma pura necessidade. Comecei a escrever todos os dias para o Expresso, acompanhando o que ia acontecendo com a sensação de estar diante daquilo que é único e terrível”, refere Gonçalo M. Tavares em Notas Iniciais. Sublinha que este diário foi “uma experiência única” porque, “pela primeira vez”, pôde acompanhar “em directo a realidade”. E refere ainda que escreveu cada texto do Diário da Peste “como se fosse o último”, porque pôs em cada um “toda a energia do dia”.
Ao longo do Diário, o escritor foi ficando extenuado, tal a pressão a que esteve sujeito, e acabou a tarefa “porque estava fisicamente desfeito”.
Ao ler este diário de Gonçalo M. Tavares, revivi momentos que, na altura dos acontecimentos, não consegui esconder, como  algum desânimo e até pessimismo, ou não estivesse eu no grupo de risco.  Felizmente, recuperei e a vacina tranquilizou-me. 

F. M. 

Gafanha da Nazaré - Rua Cesário Verde

José Joaquim Cesário Verde nasceu em Lisboa, a 25 de fevereiro de 1855. Filho de José Anastácio e de Maria da Piedade, família de comerciantes e lavradores.O seu pai era proprietário uma loja de ferragens na Rua dos Bacalhoeiros, em Lisboa, onde em 1872, Cesário Verde começou a trabalhar.
No ano letivo de 1873-1874 ingressou no Curso Superior de Letras da Universidade de Lisboa, que nunca chegou a terminar. Mas a frequência daquele estabelecimento de ensino permitiu-lhe estabelecer relações de amizade com outros escritores, em particular Silva Pinto.
Em dezembro de 1873, iniciou a sua colaboração com o Diário de Notícias e mais tarde, com Diário da Tarde, do Porto, onde publicou muitos dos seus poemas.
O ano de 1874 revelou-se de grande atividade literária para o escritor, e além dos jornais já referidos, começou a publicar também na revista Harpa, do Porto e na Tribuna, de Lisboa. No final desse ano chegou mesmo a ser anunciado no jornal A República a publicação de um livro de poesias de Cesário Verde, porém este projeto não se concretizou.

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Querer ser o primeiro. Quem dera!

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XXV do Tempo Comum



Ser o primeiro em reconhecer a grandeza da simplicidade e a riqueza do amor de doação. Ser o primeiro na alegria de viver e na firmeza da fé da esperança. Ser o primeiro na partilha de bens e no testemunho da felicidade.

Aspirar a ser o primeiro faz parte da natureza humana e cultiva-se durante a vida. Os discípulos de Jesus conversam animadamente sobre este assunto, nos caminhos da Galileia. A conversa chega à discussão e revela quão importante era segundo os padrões da época: Hierarquias bem definidas na sociedade, nas sinagogas, nas festas e banquetes. Transparece claramente que o seu projecto de vida é alcançar a glória e o poder “num reino que só existia na sua cabeça”.
O episódio ocorre numa circunstância especial. Jesus tinha-lhes dito, mais uma vez, que o percurso que ia seguir, para realizar a sua missão, não era o da ostentação gloriosa, mas o da cruz, da morte indigna, da ressurreição feliz. Esta declaração confunde-os. Não era assim que sonhavam o trajecto do Messias para a vitória. Mc 9, 30-37

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

As mais belas fotografias - 6

 


Wadi Rum, Jordânia

Pode parecer que está em Marte, mas este deserto situa-se na Jordânia.

Vi no Microsoft Start

O DOURO

 

Há viagens que nos ficam na memória para sempre.- Do único passeio que fiz ao Douro, de barco, ficou-me esta imagem, entre outras, que permanece no meu espírito. Aqui fica para a não perder.

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