no Diário de Notícias
1. Já toda a gente percebeu ou deveria ter percebido que a Igreja precisa urgentemente de reformas profundas, e elas não podem continuar a ser impostas a partir de cima. Exige-se a participação de todos, exercendo a sinodalidade, como quer o Papa Francisco, isto é, caminhando juntos, nas paróquias, nas dioceses, na Igreja universal - aliás, o próximo Sínodo dos Bispos, em 2022, terá por temática precisamente a sinodalidade.
Neste contexto, a Igreja alemã, com o seu "Caminho Sinodal", tem sido um belo exemplo. Com quatro fóruns de discussão em funcionamento - sobre o poder na Igreja enquanto instituição hierárquica e o seu controlo, a forma de vida dos padres na sociedade actual e o celibato obrigatório, o amor e a moral sexual (já não é tabu falar em bênção para casais homossexuais), a mulher e os ministérios ordenados -, após discussão e aprovação no respectivo fórum, realizar-se-á no próximo Outono a Assembleia Sinodal formal, com 230 delegados (69 membros da Conferência Episcopal), para novos debates e votação.