sábado, 19 de junho de 2010

"O pior é possível, incluindo a desarticulação europeia"





O declínio da Europa
Anselmo Borges

Não faz falta o pessimismo para sentir perplexidade e desalento face ao futuro da Europa. Jorge Semprún, por exemplo, esse grande espírito europeu, não sabe se o euro vai desaparecer, mas diz que é possível que desapareçam várias aquisições e teme o pior, pois precisamente "o pior é possível, incluindo a desarticulação europeia". E proclama: depois do esgotamento da luta contra o passado nazi e fascista, de um lado, e contra o totalitarismo estalinista, do outro, "a Europa precisa de um novo motor ideológico e moral".
Donde vem a crise? Já em 1918, Oswald Spengler escreveu a obra polemicamente célebre: A decadência do Ocidente. De modo agudo, o eminente filósofo Edmund Husserl pronunciou, em Maio de 1935, em Viena, uma conferência famosa, subordinada ao tema A crise da humanidade europeia e a filosofia. A crise, segundo ele, deriva do positivismo, portanto, da redução das ciências ao puro conhecimento dos factos, esquecendo a subjectividade.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Morreu José Saramago

Hoje, em Lanzarote, Espanha, morreu José Saramago, o mais internacional dos escritores portugueses. Polémico pela sua frontalidade, mas grande escritor. Não faltarão nos mais diversos órgãos de comunicação social os elogios ao único Nobel da Literatura do nosso País. Todos recordarão os livros de Saramago que leram e não deixarão de reconhecer que algumas das suas obras incomodaram muita gente. Sobre isto, penso que ainda nem toda a gente aprendeu a reconhecer a grandeza dos artistas, para além das suas opções políticas, sociais ou religiosas. É um caminho que todos devemos aprender a fazer.

No centenário da implantação da República




O ELOGIO DA IGUALDADE

José Tolentino Mendonça


«No ano em que se comemora o centenário da implantação da República, os católicos portugueses têm de perder o medo de confrontar-se com o ideário tricolor da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade. Somos sim chamados a descobri-los como constituintes do património mais íntimo da própria formulação cristã e a traduzi-los de uma forma culturalmente criativa e existencialmente profética. Sobre a Igualdade, por exemplo, há que recordar que só tratamos o outro como igual, quando atendemos profundamente à sua alteridade infinita.»


Bispos portugueses não querem Igreja Católica envolvida nas Presidenciais

Gostei de saber que os bispos portugueses não querem a Igreja Católica envolvida nas presidenciais. Que os clérigos e os leigos, enquanto cidadãos, com direitos e deveres cívicos, o façam, acho bem. Mas meter a Igreja nesse assunto, já não posso apoiar. Como não apoio que padres, nas cerimónias religiosas, nomeadamente, nas homilias das missas, aproveitem o púlpito para debitar opiniões ou indicações de voto.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Marchas são-joaninas no Município de Ílhavo

Uma acção de interesse popular e turístico

A Câmara Municipal de Ílhavo vai promover a edição de 2010 das Marchas São-joaninas de Ílhavo, nos próximos dias 18, 19 e 26 de Junho, em parceria com algumas Associações Culturais do Município, nomeadamente, Associação Cultural - Grupo de Dança “Pestinhas”; Grupo de Jovens “A Tulha”; Os Amigos da Praia da Barra; Rancho Folclórico “Os Palheiros da Costa Nova”; e Associação de Pais e Amigos das Crianças da Gafanha da Encarnação.
Os três desfiles terão lugar nos seguintes dias:

18 de Junho, sexta-feira, na Gafanha da Nazaré, perto da  Junta de Freguesia;
19 de Junho, sábado, na Praia da Barra, Av. Fernão Magalhães;
26 de Junho, sábado, em Ílhavo, no Pavilhão Cap. Adriano Nordeste.

Esta iniciativa contribui para a preservação da tradição desta festa popular, bastante participada e vivida pelas gentes do Município de Ílhavo.

Lembranças do Santo André

Depois da alegria vinha a tristeza... Mais uma estória que recordo com emoção. Veja aqui.

A procura de caminho tem de começar por nós


Cultura do povo, sucesso económico e resposta à crise

António Marcelino

Alguém se interrogava há dias no jornal “Expresso” se a cultura do povo pode ajudar a resolver a crise que nos toca e provocar sucesso económico. A pergunta, a meu ver, não é destituída de sentido. Quem pergunta tem interesse em ver mais claro, põe-se a caminho à procura de resposta, leva outros a reflectir. Foi o caso.

Dificuldades, pessoais e sociais, sempre as teremos. A solução possível está mais nas pessoas que as sofrem do que nas leis e normas prescritas por outros. Nunca virá luz dos que só fazem lamentações e críticas não comprometidas, dos que olham para o lado à procura dos eternos culpados de tudo, de quem cai em revolta e se esgota em acusações raivosas. Mesmo quando somos vítimas das incompetências de outrem, a procura de caminho tem sempre de se fazer começando por nós.