O CARDO
Caríssimo:
Caríssimo:
Regressado ao meu cantinho, nem por isso as temperaturas subiram muito; parece mesmo que se tirita mais aqui, pois as nossas casas não estão equipadas com aquecimento central. Temos que tomar certas e outras medidas...
Assim também, um dia, há muitos, muitos anos...
[Certamente, no final da leitura dirás:”Mas que tenho eu a ver com isto? Não me diz respeito...”
Cheio de razão. Terei de pedir a tua compreensão e também que embarques comigo na aventura de descobrires lendas, mitos, símbolos e outras coisitas que vamos encontrando e nos ajudarão a caracterizar as nossas terras e, portanto, as nossas vidas. Como vim da Escócia, trouxe, além de outras, esta que me lembrei partilhar... (E para os que andámos na tropa, faz-nos reviver outras guerras...)]
Então é assim:
Conta-se que nos inícios do século XI, um exército de invasores dinamarqueses pretendia atacar de surpresa Stirling Castle, a antiga residência dos Reis da Escócia. Marchavam de noite e descalços para fazerem o mínimo ruído.
Os Escoceses, dentro do castelo, não faziam ideia de que o inimigo se estava a aproximar.
Abeirando-se do castelo, os Dinamarqueses mergulharam para o fosso a fim de o atravessarem a nado e, silenciosamente, surpreenderem os que estavam no interior. Só que o fosso, em vez de água, estava cheio de cardos... Aos gritos de dor e de desespero, acorreram lestos os Escoceses que se precipitaram sobre os invasores e os puseram em fuga.
Diz-se que então o cardo passou a ser símbolo, emblema da Escócia. É sabido que antes do cardo eram usados a Cruz de Santo André e o Leão. A primeira vez que o cardo foi usado como emblema especial da Escócia foi no tempo do rei Jaime III, no século XV, enquanto que a Cruz de Santo André já era usada há mais de quinhentos anos.
A flor dos Ingleses era a rosa, também uma planta com espinhos. Quando uma princesa inglesa, Margarida de Tudor, casou com o filho de Jaime, foi considerado o casamento do cardo com a rosa.
Nos nossos dias o cardo não é uma planta útil. Só os macacos a comem. Não é mais que uma erva daninha, rústica e cheia de espinhos.
Contudo o cardo tornou-se o símbolo popular da Escócia. Apesar de o Leão ser imponente e orgulhoso e a Cruz ter sido venerada durante longa tradição, o humilde Cardo é algo com o qual se identificam ; para os Escoceses, é a lembrança de que o seu país pode não ser o mais rico e o mais fértil, mas certamente nunca será presa fácil para estranhos.
Bom mês de Fevereiro,
Manuel
Assim também, um dia, há muitos, muitos anos...
[Certamente, no final da leitura dirás:”Mas que tenho eu a ver com isto? Não me diz respeito...”
Cheio de razão. Terei de pedir a tua compreensão e também que embarques comigo na aventura de descobrires lendas, mitos, símbolos e outras coisitas que vamos encontrando e nos ajudarão a caracterizar as nossas terras e, portanto, as nossas vidas. Como vim da Escócia, trouxe, além de outras, esta que me lembrei partilhar... (E para os que andámos na tropa, faz-nos reviver outras guerras...)]
Então é assim:
Conta-se que nos inícios do século XI, um exército de invasores dinamarqueses pretendia atacar de surpresa Stirling Castle, a antiga residência dos Reis da Escócia. Marchavam de noite e descalços para fazerem o mínimo ruído.
Os Escoceses, dentro do castelo, não faziam ideia de que o inimigo se estava a aproximar.
Abeirando-se do castelo, os Dinamarqueses mergulharam para o fosso a fim de o atravessarem a nado e, silenciosamente, surpreenderem os que estavam no interior. Só que o fosso, em vez de água, estava cheio de cardos... Aos gritos de dor e de desespero, acorreram lestos os Escoceses que se precipitaram sobre os invasores e os puseram em fuga.
Diz-se que então o cardo passou a ser símbolo, emblema da Escócia. É sabido que antes do cardo eram usados a Cruz de Santo André e o Leão. A primeira vez que o cardo foi usado como emblema especial da Escócia foi no tempo do rei Jaime III, no século XV, enquanto que a Cruz de Santo André já era usada há mais de quinhentos anos.
A flor dos Ingleses era a rosa, também uma planta com espinhos. Quando uma princesa inglesa, Margarida de Tudor, casou com o filho de Jaime, foi considerado o casamento do cardo com a rosa.
Nos nossos dias o cardo não é uma planta útil. Só os macacos a comem. Não é mais que uma erva daninha, rústica e cheia de espinhos.
Contudo o cardo tornou-se o símbolo popular da Escócia. Apesar de o Leão ser imponente e orgulhoso e a Cruz ter sido venerada durante longa tradição, o humilde Cardo é algo com o qual se identificam ; para os Escoceses, é a lembrança de que o seu país pode não ser o mais rico e o mais fértil, mas certamente nunca será presa fácil para estranhos.
Bom mês de Fevereiro,
Manuel