segunda-feira, 31 de maio de 2021

O meu irmão

Armando Grilo
Estou numa fase da vida em que saboreio as boas memórias, as que estão bem aconchegadas no coração, com um prazer inolvidável. As más, que as há, por vezes intrometem-se comigo, mas de imediato são repudiadas. Não tenho tempo livre para elas. Mas as boas, essas sim. Acolho-as e até as embalo como quem embala um bebé, na esperança de as ver crescer para me animarem na vida.
Vem esta reflexão a propósito do Dia do Irmão que hoje se celebra, como se tal Dia não fosse todo o tempo do mundo. Os irmãos, como os pais e depois os filhos e netos, fazem parte integrante do nosso ser e das nossas vivências quotidianas, felizes os menos felizes. Por isso, para alguns, celebrar o Dia Disto ou Daquilo, não faz sentido. Contudo, temos de reconhecer que as celebrações de datas marcantes têm um lado positivo. Como acontece hoje. Embora o meu irmão Armando, que eu amorosamente tratava por Menino, esteja sempre na minha vida, a realidade é que, se não houvesse o Dia do Irmão, talvez eu não estivesse aqui, no meu blogue, a evocá-lo, partilhando com os meus leitores o amor fraterno que nos unia. 
Se fosse vivo, o meu irmão teria hoje 79 anos (nasceu em 25 de Outubro de 1941 e faleceu em 27 de Março de 2007). Talvez trocássemos felicitações por telefone, talvez lhe enviasse um e-mail com um abraço, talvez conversássemos um pouco sobre a vida, talvez evocássemos momentos felizes, talvez falássemos dos nossos pais, talvez trocássemos impressões sobre as nossas famílias, talvez nos ríssemos das brincadeiras, sorrisos e marotices dos nossos netos. Que o meu irmão, o Menino, tinha uma rara habilidade para contar histórias dos netos. Era um autêntico ator. Estaria no palco da vida, que ele tanto amava, para a animar. E por aqui me fico. Hoje vou passar o dia com ele.

Um abraço

Fernando, 
o teu mano, como tu dizias

domingo, 30 de maio de 2021

Fazer acontecer

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

Esta é a primeira vez que um Sínodo começa a partir da base. Isto pode significar que entrámos numa nova fase da vida da Igreja.


1. O Papa Francisco acaba de fazer oito anos de pontificado. Não é no espaço desta crónica que me atreveria a fazer o balanço do que representaram e representam esses anos no interior da Igreja católica, no movimento ecuménico, no diálogo inter-religioso, nas iniciativas para desenvolver uma nova ética económica, social, política e ecológica.
Teve de enfrentar resistências organizadas à reforma da Cúria romana, estancar os escândalos da banca do Vaticano e aplicar medidas drásticas para erradicar o cancro da pedofilia. Retomou de forma criativa as grandes intuições do Concílio Vaticano II. Mediante gestos, palavras, acções e iniciativas exemplares, mostrou o que deve ser uma Igreja de saída para todas as periferias. É a partir dessas periferias que a Igreja encontra o seu caminho e a sua missão no Mundo contemporâneo.
Os documentos que publicou abrangem as questões fundamentais do nosso tempo. Não é por acaso que vários líderes mundiais desejam que o Papa Francisco participe na Cimeira de Glasgow sobre a crise climática, em Novembro, pela “autoridade moral” da sua voz em relação à matéria e também por estar “acima da política e fora dos conflitos nacionais”.

Um poema para este domingo de Vitorino Nemésio

Senhor, nas minhas veias
Trago a morte medida.
Sou lâmpada de pobre:
Nem toda a noite a vida.

Já meu sangue estremece;
Veio uma asa ao lago.
Minha mão arrefece
Nestas coisas que afago.

Que maneira de amor
Fui, no menino ido!
Agora, seja o que for
Já no homem cumprido.

Até ao último fio
Poupei o dote divino.
O homem de Deus perdi-o;
Só salvei o menino.

Esse me leva e enche
Como uma onda do mar:
Minhas fraquezas preenche,
Que a grande força é brincar.

Já vai escurecendo;
O sangue pára de arder.
Agora, o que digo acendo
Para me não perder.


Vitorino Nemésio 

In VERBO - Deus como interrogação na poesia portuguesa 
 


ANDANÇAS: Farol do Cabo Mondego

 


O Farol do Cabo Mondego é mais antigo do que o Farol da Barra da Aveiro. O primeiro foi inaugurado em 1858 e o segundo em 1893.
O Farol do Cabo Mondego pode ser visto e visitado na Serra da Boa Viagem, onde nos oferece uma paisagem digna de registo.

sábado, 29 de maio de 2021

Santíssima Trindade regressa à Vera Cruz

Escultura da Santíssima Trindade 
regressa à igreja da Vera Cruz 
depois de trabalhos de conservação 

Batistério da Igreja da Vera Cruz

A escultura em barro da Santíssima Trindade regressou à Igreja da Vera Cruz. Depois de ter sido cedida, juntamente com outras obras de arte, para a exposição ‘Tesouros de Aveiro’, permaneceu no Museu de Aveiro em trabalhos de limpeza e conservação, retirando-se a sujidade e vernizes, que não permitiam ver o esplendor desta obra de arte sacra do melhor que Aveiro produziu. A Santíssima Trindade encontra-se no Espaço Museológico, regressando esta semana ao batistério depois de correções na estrutura que a apoiará.

Fonte: Texto: Canal Semanal. Foto: Google

Tudo e todos interligados. 2

4 Continuando a reflexão sobre a interligação de tudo e de todos, perguntamos: e para onde vamos? Sobretudo: para onde queremos ir? Que futuro?

Face ao futuro, é essencial pensar. E voltamos à escola, que vem do grego scholê, que significa ócio, não o ócio da preguiça, mas tempo livre para homens e mulheres livres pensarem e governarem a pólis (daí vem política): a Cidade, isto é, a Casa comum da Humanidade. Hoje o que mais falta é precisamente este ócio. Ora, sem ele, tudo se torna negócio (do latim nec-otium). A própria política tornou-se sobretudo negócio(s). Assim, sob o império da técnica e do(s) negócio(s), não se pensa, calcula-se: o filósofo M. Heidegger chamou a atenção para isso: a técnica não pensa, calcula, o mesmo valendo para os negócios.

5 Olhando para o futuro, o que nos vincula é a esperança. Mas, mais uma vez, não há esperança autêntica sem pensamento. Quando olhamos para o futuro, encontramos evidentemente, motivos para imensa satisfação - voltando à pandemia, não temos de agradecer à ciência, pois, para dar um exemplo, nunca se tinha conseguido tão rapidamente uma vacina, e foi por causa das novas tecnologias que pudemos continuar, apesar de tudo, com mais ligação nos diversos níveis e facetas da vida? -, mas é preciso tomar consciência também das ameaças e dos perigos, que são gigantescos e globais. Há problemas de tremenda complexidade, já presentes e que se agravarão.

sexta-feira, 28 de maio de 2021

Lugre Argus vai ser recuperado

Presidente da CMI, Fernando Caçoilo, apresenta o novo projeto museológico 

A Câmara Municipal de Ílhavo e a empresa Pascoal & Filhos assinaram um Protocolo de Doação, ao Município, do lugre Argus. Este é um importante marco que permitirá dar início ao processo de reabilitação desta emblemática embarcação, ícone da história portuguesa da Pesca do Bacalhau, com o objetivo de a transformar num equipamento museológico, a implementar no Jardim Oudinot, na Gafanha da Nazaré, cidade bacalhoeira do Município.
Cabe agora  à Câmara Municipal a responsabilidade de encontrar, no âmbito do Quadro Comunitário Portugal 2030, o financiamento necessário para a sua recuperação, tendo em vista transformar o Argus em mais uma atração museológica num  espaço público e seco  do Jardim Oudinot. O investimento está estimado em cerca de 4 milhões de euros.

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