Armando Grilo |
Estou numa fase da vida em que saboreio as boas memórias, as que estão bem aconchegadas no coração, com um prazer inolvidável. As más, que as há, por vezes intrometem-se comigo, mas de imediato são repudiadas. Não tenho tempo livre para elas. Mas as boas, essas sim. Acolho-as e até as embalo como quem embala um bebé, na esperança de as ver crescer para me animarem na vida.
Vem esta reflexão a propósito do Dia do Irmão que hoje se celebra, como se tal Dia não fosse todo o tempo do mundo. Os irmãos, como os pais e depois os filhos e netos, fazem parte integrante do nosso ser e das nossas vivências quotidianas, felizes os menos felizes. Por isso, para alguns, celebrar o Dia Disto ou Daquilo, não faz sentido. Contudo, temos de reconhecer que as celebrações de datas marcantes têm um lado positivo. Como acontece hoje. Embora o meu irmão Armando, que eu amorosamente tratava por Menino, esteja sempre na minha vida, a realidade é que, se não houvesse o Dia do Irmão, talvez eu não estivesse aqui, no meu blogue, a evocá-lo, partilhando com os meus leitores o amor fraterno que nos unia.
Se fosse vivo, o meu irmão teria hoje 79 anos (nasceu em 25 de Outubro de 1941 e faleceu em 27 de Março de 2007). Talvez trocássemos felicitações por telefone, talvez lhe enviasse um e-mail com um abraço, talvez conversássemos um pouco sobre a vida, talvez evocássemos momentos felizes, talvez falássemos dos nossos pais, talvez trocássemos impressões sobre as nossas famílias, talvez nos ríssemos das brincadeiras, sorrisos e marotices dos nossos netos. Que o meu irmão, o Menino, tinha uma rara habilidade para contar histórias dos netos. Era um autêntico ator. Estaria no palco da vida, que ele tanto amava, para a animar. E por aqui me fico. Hoje vou passar o dia com ele.
Um abraço
Fernando,
o teu mano, como tu dizias