Texto de João Paulo Costa no JN
Transferência de D. António Francisco
indignou a região de
Aveiro
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D. António na Gafanha da Nazaré (foto do meu arquivo) |
Um dia antes do anúncio oficial da transferência do bispo de
Aveiro para a Diocese do Porto, quatro padres de Aveiro foram a Lisboa falar
com o Núncio Apostólico, o diplomata da Santa Sé em Portugal, a quem
manifestaram a "surpresa, indignação e tristeza pela saída de D. António
Francisco", confirmou ontem o JN. A conversa com o monsenhor italiano Rino
Passigato foi uma última tentativa para evitar a mudança de D. António, mas a decisão
estava tomada, pois nesse mesmo dia já tinha aceite o convite do Papa para
assumir o Porto.
Esta iniciativa dos padres espelha a tristeza que a
transferência de D. António está a provocar nos 10 municípios que compõem a
Diocese de Aveiro. "Amado pelo seu povo", como o próprio afirmou
anteontem na primeira despedida, D. António deixa saudades não apenas nas 101
paróquias que governava.
"Estou triste pela saída de D. António, apesar de
compreender a sua importância para um distrito amigo como o do Porto",
afirmou ao JN o presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro
(CIRA). Ribau Esteves lembra a preocupação que "este bispo do povo sempre
mostrou junto dos órgãos do Poder para ajudar quem mais precisa", levando
a CIRA a convidá-lo para integrar o seu Conselho Consultivo. "Aceitou e
marcou presença, numa atitude inédita em Portugal, e que mostra a excecionalidade
de D. António", acrescenta o também autarca de Aveiro.
"Levam-nos o que
é bom"
Também os fiéis não escondem o mau momento. "Levam-nos
tudo quanto é bom. É um bispo que cativa muito, é dinâmico e foi incansável nas
celebrações da Missão Jubilar", diz Lucília Teiga, de Ílhavo. A
proximidade com que lidava com os jovens, nas celebrações eucarísticas, é
também ressalvada. "A minha neta fez o crisma com ele e todos os jovens
adoraram a forma como ele os abordou e cativou", conta ao JN Dina Vidal.
Com Salomé Filipe