quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Eugénio de Andrade — CALCEDÓNIA

                             

CALCEDÓNIA


Afinal os romanos eram
como eu: amavam
os lugares onde a grandeza
e a solidão
andam de mãos dadas.

Eugénio de Andrade

In “POESIA”



Miguel Torga — Dunas da Gafanha

Estufa - Gafanha da Encarnação

“É certo que de cada popa se vê um Portugal diferente, conforme a latitude: verde e gaiteiro em cima, salino e moliceiro no meio, maneirinho e a rilhar alfarroba no fundo. Camponeses de branqueta e soeste a apanhar sargaço na Apúlia, marnotos a arquitectar brancura em Aveiro, saloios a hortelar em Caneças, ganhões de pelico a lavrar em Odemira, árabes a apanhar figos em Loulé. Metendo o barco pela terra dentro, é mesmo possível ir mais além. Assistir, em Gaia, à chegada do suor do Doiro, ver transformar em húmus as dunas da Gafanha, ter miragens nos campos de Coimbra, quando a cheia afoga os choupos, fotografar as tercenas abandonadas do Lis, contemplar, no cenário da Arrábida, a face mística da nossa poesia, ou cansar os olhos na tristeza dos sobreirais do Sado. Mas são vistas… Imagens variegadas dum caleidoscópio que vai mudando no fundo da mesma luneta de observação.”

Miguel Torga

In PORTUGAL

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Postais Ilustrados




Sou do tempo dos postais ilustrados que, entretanto, foram substituídos pelas mensagens via Internet. O mesmo estará a acontecer com as cartas. E daqui a uns anitos haverá outras formas de comunicar.
Vem isto a propósito de hoje ter encontrado no sótão uma caixa com Postais Ilustrados (alguns a preto e branco). Um deles, o que publico aqui, tinha uma nota, assinada, que dizia assim: "Oferece para a sua amada coleção."
Confesso que não me lembrava dessa coleção, mas se a minha amiga o disse, quem sou eu para duvidar?

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

 


Maçã assada com bagos de romã é uma receita do Antigo Testamento. Transcrevo-a com o maior respeito pelos autores e editores do livro  “A BÍBLIA contada pelos Sabores”, com receitas de Albano Lourenço da Quinta das Lágrimas. O prefácio é de José Tolentino Mendonça, o cardeal, pois então, e as fotografias são de Valter Vinagre. Edição de ASSÍRIO & ALVIM.


1 maçã
2 colheres de sopa de mel
1 colher de sopa de água
1 romã

Lave a maçã retire os caroços. Coloque a maçã num tabuleiro e regue com o mel e a água. Leve a assar a 170.º C durante 10 minutos. Retire do forno e corte a maçã em quartos. Retire os bagos da romã e disponha no meio do prato. Coloque a maçã em volta e regue com a calda do assado.


Nota: Esta foi a forma que encontrei para divulgar um livro que apreciei bastante, não só pelas receitas, mas ainda pelo Prefácio de Tolentino Mendonça e pelas ilustrações.

Nomes dos barcos




"Antigamente, e numa altura em que navegar era mais do que uma simples aventura, os nomes estavam de alguma forma ligados a santos, invocando deste modo a sua proteção. Por exemplo a frota de Vasco da Gama era composta entre outros pelas naus S.GABRIEL e S.RAFAEL. As naus e galeões da carreira da Índia, durante os séc. XVI e XVII tinham na sua esmagadora maioria nomes de santos."

Nota: Do site Portos de  Portugal 

domingo, 25 de fevereiro de 2024

Apto para navegar!



Quem havia de dizer que um dia eu seria navegador? Pois é verdade. Por proposta do Carlos Duarte, recebi lições dele e do meu filho Pedro para navegar no alto mar. Adaptado ao leme, fiquei preparado para dirigir um barco bacalhoeiro, rumo à Terra Nova. Os meus professores souberam recomendar-me que não me aproximasse das praias e que me desviasse o mais possível das embarcações, sobretudo em momentos de temporais. Não me esquecerei que o mar, por vezes, é traiçoeiro.
Obrigado pela oportunidade que me deram e pelas lições que recebi.

Fernando Martins

 

sábado, 24 de fevereiro de 2024

Pensar antes de votar

O fim de semana serve para descansar, no meu caso… Embora, presentemente, esteja em descanso permanente. Isto acontece porque já não posso assumir compromissos com horas marcadas. E assim vou andando, um tanto ou quanto atento às notícias. Ontem, por exemplo, acompanhei os debates televisivos na perspetiva das próximas eleições de 10 de Março. Em dada altura comecei a ficar saturado. Foi mais do mesmo.
Há políticos que se repetem até à exaustão. E cá para nós, vai ficar tudo na mesma. Prometem, prometem tudo e mais alguma coisa. O povo português tem tido azar. Não há no lote candidatos carismáticos, aqueles que marcam a diferença. Mas eu vou votar. Será que nós, os portugueses, vamos ter melhor sorte desta vez?

Livres. Para onde queremos ir?

Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Aparentemente, não há nada que o ser humano tanto preze como a liberdade. Mas, tendo de optar entre a segurança — intelectual, espiritual, social, política, religiosa... — e a liberdade, não se sabe quantos ficariam do lado da liberdade e não da segurança.
Dostoiévski disse-o de modo ácido e também sublime num texto em que também se critica a Igreja de Roma. Fá-lo em Os Irmãos Karamázov, no poema de Ivan com o nome O Grande Inquisidor.
A história passa-se em Espanha, em Sevilha, nos tempos terríveis da Inquisição, precisamente no dia a seguir a um “magnificente auto-de-fé” em que foram queimados de uma assentada, na presença do rei, da corte, dos cardeais e das damas mais encantadoras da corte e da numerosa população de Sevilha, quase uma centena de hereges. Cristo “apareceu, devagarinho, sem querer dar nas vistas e... coisa estranha, toda a gente O reconhece.” Mas o cardeal inquisidor aponta o dedo e manda que os guardas O prendam. E é num calabouço do Santo Ofício que lhe diz que no dia seguinte O queima na fogueira como ao pior dos hereges. E a razão é que a liberdade de fé tinha sido para Cristo a coisa mais preciosa. Não foi Ele que disse tantas vezes: “Quero tornar-vos livres?”

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Santo André no jornal PÚBLICO

Depois de uma visita

O PÚBLICO de hoje oferece aos seus leitores um texto da jornalista Maria José Santana sobre o Navio-museu Santo André, que recomendo aos meus amigos. Sublinha a jornalista que nos 75 anos do navio também cabem os 50 anos do 25 de Abril. Recorda ainda que esta embarcação fez parte da frota portuguesa e funciona como uma extensão do Museu Marítimo de Ílhavo, juntamente com o Centro da Religiosidade Marítima. Neste fim-de-semana está em festa. 

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Santo André celebra 75 anos

Navio-museu Santo André

Nos dias 24 e 25 de fevereiro, sábado e domingo, assinalam-se os 75 anos da primeira viagem do Navio-Museu Santo André. No dia 24, às 16h, no Museu Marítimo de Ílhavo, inaugura-se a exposição temporária “Ideologias do Mar: confrontos e narrativas”. No domingo, dia 25, às 15h, Marcos Bola Filipe, antigo tripulante, levará os visitantes a conhecer a Casa das Máquinas no navio atracado no Jardim Oudinot (Gafanha da Nazaré). Às 16h30, associando os 75 anos do Navio aos 50 anos do 25 de Abril, será inaugurada a exposição temporária “Mar revolto: memórias de 1974”, que será o ponto de partida para a Conversa de Mar “A greve dos bacalhoeiros em 1974”, que contará com a presença de Armando da Silva Teixeira, antigo Moço e Aprendiz de Escalador, e Carlos Marques Fernandes, Radiotelegrafista.

NOTA: Informação  transcrita de o Correio do Vouga

Praia da Vagueira

Praia da Vagueira

Passei hoje, em visita rápida, pela praia da Vagueira. Gosto de andar por lá pela serenidade que por ali sinto, apesar de ter vida própria há bastante tempo. A praia começa a rivalizar, no bom sentido, com a Barra e a Costa Nova, que conheço desde menino. Quando chegamos somos recebidos por um carapau ou sardinha em monumento para que se saiba que nos restaurantes há pratos de qualidade.
Não sei nem posso imaginar se há registos sobre as frequências balneares equivalentes às outras praias, mas por ali sinto-me bem e isso é o que me interessa.

Dia Internacional da Língua Materna



O Dia Internacional da Língua Materna é celebrado anualmente a 21 de fevereiro e tem por fim promover, preservar e proteger todas as línguas faladas pelos povos em todo o mundo.
Diz o Google que devem existir mais de sete mil línguas em todo o globo. Porém, metade dessas línguas correm o risco de morrer.
Nós, portugueses, que espalhámos a nossa língua por tantos recantos do mundo, temos a obrigação de a preservar, cultivar e difundir por forma falada e escrita. Se todos fizermos algo de positivo por isso, já não será mau.
Acrescenta o Google que a escolha do dia 21 de fevereiro para comemorar o Dia Internacional da Língua Materna serve para lembrar a população mundial da tragédia que ocorreu em fevereiro de 1952, na cidade de Daca, no Bangladesh. Vários estudantes foram mortos pela polícia enquanto protestavam pelo reconhecimento da sua língua - o bengalês - como um dos dois idiomas oficiais do então Paquistão.

Barco no prato

 

Tal como o recebi aqui o partilho. Também haverá cá por casa algum. Hei de ver.

Jesus: o poder e a autoridade

Cronica de Anselmo Borges
no Diário de Notícias

Terminada a festa do Carnaval, os cristãos entram na Quaresma: 40 dias de mais profunda meditação, de mais intensa conversão, de amor mais vivo e perfeito, em ordem a poder celebrar com mais dignidade a Páscoa do Senhor enquanto passagem da escravidão à liberdade, da morte à vida.
Logo na quarta-feira de cinzas, é dita a cada um, a cada uma, ao mesmo tempo que lhe é colocada cinza na cabeça em sinal de humildade e exigência de reflexão, aquela palavra de Jesus no início da sua pregação: “Convertei-vos e acreditai no Evangelho”, a Boa Nova, notícia boa e felicitante.
De modo significativo, no primeiro Domingo da Quaresma, lê-se a passagem do Evangelho referente às tentações de Jesus. Ora, é importante que se diga que as três tentações estão todas referidas ao poder: poder económico, poder político, poder religioso. Jesus, antes de iniciar a sua vida pública, foi para o deserto rezar, meditar, e tinha de decidir se queria ser um Messias político, do poder, ou um Messias do amor, do serviço. Foi por esta segunda alternativa que seguiu: “Eu não vim para ser servido, mas para servir”, e servir até dar a vida.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Aveiro turístico - o fogueteiro

 

Tenho passado por Aveiro em passeio turístico. Realmente, havia gente por todos os lados. E tudo servia para registar recordações. Eu, naturalmente, fiz o mesmo. O fogueteiro deve ter ficado satisfeito.

domingo, 18 de fevereiro de 2024

História dos Postais Ilustrados

 Viajando pela História dos Postais ilustrados publica hoje, na rubrica A Força do Atlântico - Portos de Portugal, este postal, o n.º 14, referente a Aveiro, com o titulo Forte. Aqui fica a fotografia.

sábado, 17 de fevereiro de 2024

Alçada Batista


Hoje reli uns textos de Alçada Batista, um escritor que está a passar de moda e que, de forma muito simples, aborda temas da vida.
Alçada Batista faleceu em 2008.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Um poema de David Mourão-Ferreira

E POR VEZES

E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos

David Mourão-Ferreira

Dia de sol florido


Hoje, para já, tem estado um dia de sol radioso. Deambulei por aqui, no contacto direto com o ambiente florido que nos circunda. Apanhei sol e senti-me livre. Respirei fundo e aqui ofereço aos meus amigos e amantes da natureza um ramo de flores do nosso quintal. Curiosidade: uma erva daninha deu uma flor amarela.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

RTN - Antena ruiu há 8 anos

Torre ruiu há 8 anos


Há 8 anos, a Gafanha da Nazaré sofreu as consequências do vento forte que varreu a nossa região. A antena da Rádio Terra Nova, apesar de bem peada, não resistiu. A natureza, realmente, derruba tudo quando lhe apetece, ou quando, sem aparentes motivos, o deus Éolo, por pura maldade, enraivecido, resolve destruir tudo o que encontra. Não o há de conseguir, asseguramos nós, porque os homens, que teimam em ter voz nas terras dos seus ancestrais, saberão vencer  as adversidades. E a antena acabou por ser erguida pela vontade indómita das nossas gentes. E como a união faz a força, todos, de mãos dadas, como símbolo da concentração de energias, ressuscitaram a antena.

Fernando Martins

terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

Dia Mundial da Rádio

Ali está o rádio, restaurado pelo meu amigo António Rodrigues

Celebra-se hoje, 13 de fevereiro, o Dia Mundial da Rádio, por iniciativa da United Nations Radio, em 1946. Porém, aquela data foi declarada em 2011 pela Unesco e o primeiro Dia Mundial da Rádio foi celebrado em 2012. Posto isto, é tempo de reconhecer a sua importância como um extraordinário meio de comunicação social, apesar das TV, jornais e revistas.
Pessoalmente, devo muito às rádios que me acompanharam desde a minha infância. Enquanto doente acamado, na minha juventude, a rádio ocupava o meu tempo durante muitas horas. Só o desligava na hora das visitas. E quantos “discos pedidos” me foram dedicados por familiares e amigos? Imensos!

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Vale de Ílhavo é "Aldeia de Portugal"

O Município de Ílhavo formalizou a adesão de Vale de Ílhavo à rede “Aldeias de Portugal’’ com a assinatura de protocolo com a Associação de Turismo de Aldeia (ATA) no dia 11 de fevereiro, na sede da Associação Cultural e Recreativa ‘’Os Baldas’’, em Vale de Ílhavo. 
O Município assume, com a comunidade, “o compromisso de promover a preservação do património material e imaterial, as boas práticas ambientais e a inclusão social de Vale de Ílhavo”.

Nota: Li no jornal Correio do Vouga

domingo, 11 de fevereiro de 2024

Dia Mundial do Doente

O Dia Mundial do Doente celebra-se anualmente a 11 de fevereiro e foi instituído em 1992 pelo Papa João Paulo II que lembrou, na altura, que se tratava de “um momento forte de oração, de partilha, de oferta do sofrimento pelo bem da Igreja e de apelo dirigido a todos para reconhecerem na face do irmão enfermo a Santa Face de Cristo que, sofrendo, morrendo e ressuscitando, operou a salvação da humanidade”.
Penso que só compreenderá a importância da celebração deste dia quem já esteve seriamente doente e acamado, ou quem teve de lutar para encontrar a cura, com a ajuda de médicos competentes, de familiares e amigos. Sem esquecer, naturalmente, os cientistas que permanentemente procuram soluções para curar os doentes, proporcionando-lhes uma vida normal.
Eu estive doente pulmonar durante bastante tempo. Estive acamado com médico atento e competente. Cuidou de mim a minha saudosa mãe. Morreram muitos, na altura, mas eu encontrei a cura e voltei à vida. E, graças a Deus, já estou nos 85 anos.
Quero sublinhar, contudo, que durante o tempo de acamado fui visitado por muitos amigos e familiares, a quem agradeço a companhia que me faziam esquecer a situação em que me encontrava. Importa acrescentar que as visitas de amigos e familiares são um excelente processo de contribuir para a cura de quem sofre.

sábado, 10 de fevereiro de 2024

O artista Vasco Branco


“Quando as cidades se construíam à medida do homem e não da sua circulação rodoviária, eu fui menino. Fui menino nesta minha cidade de ruas-mãos de sossego, onde as tardes tépidas só eram vulneráveis ao voo rasante das aves que habitavam os beirais. E as crianças por ali se criavam à sua guarda protetora e terna.

Vasco Branco no livro “Vasco Branco - Legendas da cidade salgada”

Nota: Muitos gafanhões hão de lembrar-se de Vasco Branco como proprietário e diretor da Farmácia Branco,  na Cale da Vila - Gafanha da Nazaré. Mas nem todos saberão que Vasco Branco foi também um multifacetado artista plástico. com obra na Gafanha da Nazaré.

Ao procurar um livro nas minhas estantes encontrei um de Vasco Branco — "Vasco Branco - legendas da cidade salgada". E aqui fica a referência.

Sobre o riso, o ridículo e o Sagrado

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Os Evangelhos referem mais de uma vez que Jesus chorou: nomeadamente, pela morte do seu amigo Lázaro e sobre Jerusalém e a sua ruína. Nunca se diz explicitamente que sorriu ou riu. Mas está escrito que se alegrou e exultou.
Comover-se, chorar, é próprio do ser humano. Como é próprio do ser humano sorrir e rir. Por isso, lá está Santo Tomás de Aquino a argumentar que, se era humano, é claro que também riu e sorriu. O animal não chora, nem ri. O rosto de um ser humano que ri às gargalhadas pode ser do mais bonito que há. Sorrir e rir é sinal da transcendência humana: o ser humano está para lá do dado e do facto e, por isso, sempre também para lá de si mesmo. Ai do homem incapaz de rir-se de si próprio...

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Um livro de Álvaro Garrido

Livraria Santa Joana - Aveiro
7 de março
18 horas


“Cooperação e Solidariedade: Uma História da Economia Social”,  um livro de Álvaro Garrido, conta a história das organizações que deram origem ao conceito de “economia social”: das corporações medievais às misericórdias, das organizações mutualistas às cooperativas, do paternalismo patronal do século XIX aos seguros sociais. 
Em Portugal, esta “ideia nova” transformou-se num variado movimento associativo, pouco suscetível de enquadramento nas diversas versões do Estado-Providência.
A apresentação deste livro será feita pela Profª. Doutora Raquel Campos da Universidade Católica Portuguesa.

Nota: Texto da divulgação do lançamento do livro no dia 7 de março, pelas 18 horas, na Livraria Santa Joana, em Aveiro. 

Júlio Verne nasceu neste dia

Nasceu neste dia, 8 de fevereiro de 1828, o escritor de aventuras e ficção científica, Júlio Verne, que me deliciaram na minha já longa juventude. "Cinco Semanas em um Balão" "Viagem ao Centro da Terra", "Da Terra à Lua", "Vinte Mil Léguas Submarinas" e "A Volta ao Mundo em 80 Dias" terão sido as que mais me entusiasmaram.
Depois, com a idade em crescendo, os interesses literários foram-se adaptando às circunstâncias. Mas Júlio Verne faz parte das minhas boas memórias.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Um poema de Fernando Pinto do Amaral


SEVER DO VOUGA

Era sempre de noite que chegávamos
como num sonho antigo, erva crescendo
entre faróis acesos e a lua

Todos sorriem nesse calendário
de páginas iguais umas às outras
e a solidão dos anos trás ainda
a este pátio as vozes esquecidas:
primos que nunca soube de onde vinham,
almoços e jantares e um fumo alegre
subindo na penumbra da cozinha.

Hoje o outono desce lento e frio
sobre ruínas de alma e alguns prédios
construídos agora na encosta.
Que silêncio é este? Que palavras
resistem ao murmúrio desta morte?
Um cão que ladra sob um céu de infância,
as sombras de ninguém longe de mim.


Nota: Do livro FOLHAS, LETRAS & OUTROS OFÍCIOS 21,
do Grupo Poético de Aveiro

Lembrando o passado


Esta foto foi registada no jardim da casa dos meus pais. Eu e um amigo de sempre, o Manuel Olívio, estávamos vestidos a rigor, com fato e gravata. Ambos usávamos óculos, tínhamos cabelo que era um regalo e ao lado uma velha macieira que todos os anos dava fruta que se fartava. Do lado esquerdo dos fotografados ainda se vê a bomba de tirar água para regar as flores e as árvores. Pela rua, duas mulheres vestidas de negro, regressavam a suas casas, porventura vindas da missa. Acho que ainda éramos solteiros. Um registo, afinal, para ganhar ânimo para o trabalho.

PAPA responde a hipócrates

“Ninguém se escandaliza se eu der uma bênção a um empresário que talvez explore pessoas: e este é um pecado muito grave. Mas escandalizam-se se eu der a bênção a um homossexual. Isto é uma hipocrisia”

Papa Francisco

CARNAVAL — 13 de fevereiro

Não seria necessário, mas sinto que é preciso anunciar que temos o Carnaval com porta aberta no próximo dia 13, mas no domingo anterior já haverá ensaios na rua. Não é uma festa do meu agrado, mas aprecio as pessoas que investem muito nos festejos carnavalescos e noutros. Não me perguntem porquê porque não sei responder. E sempre fui assim.
Quando era miúdo apreciava o meu irmão que se mascarava com um amigo, o Albino, e lá iam os dois dar umas voltas pela Gafanha da Nazaré. Disfarçam as vozes para o pessoal não os identificar e assim se divertiam. Era o entrudo da gente simples, que outros procuravam bailaricos nas eiras mais à mão ou em recintos fechados a pagar a entrada.
Por temperamento, talvez, ficava sempre de lado e o carnaval dos simples também passou de moda. Agora, há grandes cortejos que atraem multidões. Haja alegria para todos, sim senhor, que na quarta-feira começa a quaresma.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Canais de TV parciais?

UMA QUESTÃO

"Certos canais de televisão colocam no ar comentadores de politica interna exclusivamente oriundos do mesmo lado do espetro político. Percebe-se que tal possa dar jeito à agenda política que pretendem favorecer, mas será que, jornalisticamente, isso não os envergonha?"

FÉRIAS

Monumento ao Bacalhau na minha terra

Uns diazitos de férias para espairecer, mesmo por casa. O ritmo da vida também cansa e eu precisava de alguma folga para olhar o mundo, apesar do limite dos meus espaços. Por aqui, nesta terra que foi do bacalhau, com os horizontes das redes sociais, ainda vou vendo e lendo notícias com guerras em tantos recantos do mundo. E, meditando um pouco, na minha longa vida nunca houve paz. 
Perto ou longe, os arautos das desgraças vão construindo conflitos. Mas a paz existe e está dentro de nós. O problema é que nem sempre a sabemos aplicar nos ambientes em que labutamos e nos divertimos.

NOTA: Podem apreciar, por detrás do monumento, o símbolo real do fim da construção naval em madeira.

sábado, 3 de fevereiro de 2024

A religião confrontada com a razão crítica

Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Afinal, o que justamente nos indigna noutros também já esteve presente, de uma forma ou outra, entre nós. E será que a tentação não continua lá?
Vamos dar exemplos.

Não foi há 1000 anos - muitos de nós ainda se lembram perfeitamente disso - que as mulheres só podiam entrar nas igrejas com o véu e que a missa era em latim, e as pessoas ali estavam durante uma hora ou mais a ouvir e a dizer o que exprimimos no dito: “Para mim, é chinês.”
Tudo indica que, enquanto pôde, o clero controlou a vida sexual dos fiéis, a ponto de o historiador Guy Bechtel afirmar que a fractura entre a Igreja Católica e o mundo moderno se deu essencialmente na teoria do sexo e do amor: “Onde Estaline se detinha à porta da alcova, a Igreja pretendia deslizar para o meio dos lençóis”, pois o diabo estava também, e sobretudo, dentro da cama. A confissão inquisitorial centrada na actividade sexual terá sido causa determinante na descristianização da Europa. Neste sentido, o historiador católico Jean Delumeau afirmou: “As minhas investigações históricas convenceram-me de que a imagem do Deus castigador e vingativo foi um factor decisivo de uma descristianização cujas raízes são antigas e poderosas.” Os homens e as mulheres começaram a abandonar a Igreja, quando recusaram a confissão do seu território sexual, isto é, quando contestaram a invasão do segredo da intimidade, considerado um direito inalienável. Ah! E o carácter hediondo da pedofilia!...

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Grupo Columbófilo da Gafanha da Nazaré

A MAIS ANTIGA ASSOCIAÇÃO DA NOSSA TERRA


Sede do GCGN em dia de festa


Em 15 de janeiro de 1952 foi fundada a mais antiga associação da nossa freguesia, ainda em atividade: Grupo Columbófilo da Gafanha da Nazaré. Foram seus fundadores João Nunes Bola, Joaquim Robalo Campos, Augusto Francisco Ferreira e Joaquim Pereira.
O Grupo tinha como objetivos principais cuidar, criar, selecionar e treinar pombos-correios para competição em concursos, quer a nível nacional quer internacional, organizados pela Federação Portuguesa de Columbofilia.
Atualmente, João Manuel Bola preside à Assembleia Geral; Adelino Jorge Pinheiro Pina preside à Direção; Filipe José Ribeiro preside ao Conselho Técnico; e Vítor Manuel Marques Serôdio preside ao Conselho Fiscal.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

MOLICEIROS - AMADEU DE SOUSA



Vão no longe moliceiros
De asas brancas, a voar,
Ao vento, leves, ligeiros,
Por sobre a ria a singrar.
Vão no longe moliceiros
De grandes velas a arfar.

Andam na faina do dia,
Desde a manhã ao sol-pôr.
Buscam nas águas da ria,
— O moliço, verde cor.
Andam na faina do dia,
Colorido, encantador.

Vogam num lago de prata,
Circundado de cristal,
Qual sonho de serenata
Numa noite sensual!
Vogam num lago de prata
Sob o céu celestial.

Cortam as ondas de espuma
Pelas águas a boiar,
E essas vagas, uma a uma,
Vão mais longe desmaiar.
Cortam as ondas de espuma
Erguidas na preia-mar.
 Parecem os bandos de aves,
Que no céu vão a subir,
E depois voltam, suaves,
Muito leves, a cair.
Parecem os bandos de aves,
A luz do sol a fugir.

Descrevem curvas serenas,
Como talhada magia,
Umas maiores, mais pequenas,
Duma estranha bizarria.
Descrevem curvas serenas
Nas transparências da ria.

As proas são rendilhadas
por coloridas pinturas,
Com frases adequadas
As populares formosuras.
As proas são rendilhadas,
São ornadas de figuras.

Vão no longe moliceiros,
De asas brancas a voar...
Singram na ria altaneiros,
A luz do sol, ao luar,
Vão no longe moliceiros,
— Majestoso deslizar!

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