quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Festa de Nossa Senhora dos Navegantes

Com Procissão pela Ria 
20-09-2015
14.30 horas
Procissão pela Ria (Foto do meu arquivo)
Como já é tradição, vai realizar-se no próximo dia 20 de setembro, domingo, no Forte da Barra, Gafanha da Nazaré, a festa em honra de Nossa Senhora dos Navegantes, de que destacamos a procissão pela Ria, que antecede a Eucaristia, por volta das 14.30 horas. 
Do programa consta o acolhimento com almoço aos grupos e ranchos convidados — Rancho Folclórico de Santa Maria de Airães, Ronda da Miadela e Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré — pelas 12 horas, nas instalações da APA (Administração do Porto de Aveiro). 
A procissão com destino ao Porto Bacalhoeiro sai da igreja da Cale da Vila às 14 horas, iniciando-se, meia hora depois, o desfile pela Ria, no qual se incorporam os andores de Nossa Senhora dos Navegantes e outros, a Filarmónica Gafanhense, os grupos e ranchos convidados, moliceiros e mercantéis, bem como barcos de recreio e demais embarcações, algumas das quais transportarão pessoas devidamente autorizadas. Convidam-se, entretanto, os proprietários de barcos a associarem-se à festa. 
Na sua passagem por S. Jacinto, haverá um simbólico encontro com a população local que, como é normal, manifestará a sua alegria junto de Nossa Senhora.No final da eucaristia atuará a Filarmónica Gafanhense, seguindo-se o Festival de Folclore.
A organização é do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, em sintonia com a paróquia e em colaboração com diversas instituições públicas e privadas.

Leia um pouco da história da Festa da Senhora dos Navegantes

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Fiel

Poema de Guerra Junqueiro 
e foto enviados por Maria Donzília Almeida



Na luz do seu olhar tão lânguido, tão doce,
Havia o que quer que fosse
Dum íntimo desgosto:
Era um cão ordinário, um pobre cão vadio
Que não tinha coleira e não pagava imposto.
Acostumado ao vento e acostumado ao frio,
Percorria de noite os bairros da miséria
À busca dum jantar.
E ao ver surgir da lua a palidez etérea,
O velho cão uivava uma canção funérea,
Triste como a tristeza oceânica do mar.
Quando a chuva era grande e o frio inclemente,
Ele ia-se abrigar às vezes nos portais;
E mandando-o partir, partia humildemente,
Com a resignação nos olhos virginais.
Era tranquilo e bom como as pombinhas mansas;
Nunca ladrou dum pobre à capa esfarrapada:
E, como não mordia as tímidas crianças,
As crianças então corriam-no à pedrada.
Uma vez casualmente, um mísero pintor
Um boémio, um sonhador,
Encontrara na rua o solitário cão;
O artista era uma alma heróica e desgraçada,
Vivendo numa escura e pobre água furtada,
Onde sobrava o gênio e onde faltava o pão.
Era desses que têm o rubro amor da glória,
O grande amor fatal,
Que umas vezes conduz às pompas da vitória,
E que outras vezes leva ao quarto do hospital.
 

domingo, 6 de setembro de 2015

Refugiados - Apelo do Papa

"Que cada paróquia, cada comunidade religiosa, cada mosteiro, cada santuário da Europa hospede uma família, começando da minha diocese de Roma".

Papa Francisco


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Saber envelhecer

"Saber envelhecer é a obra-prima da sabedoria 
e um dos capítulos mais difíceis na grande arte de viver"

Hermann Melville (1819-1891), 
escritor, poeta e ensaísta norte-americano

Li no Público de hoje

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sábado, 5 de setembro de 2015

Faleceu o escritor gafanhão Ascêncio de Freitas

Ascêncio de Freitas
No passado dia 23 de agosto, faleceu na Amadora, onde residia, o escritor gafanhão Ascêncio de Freitas.  Natural da Gafanha da Nazaré, viu a luz do dia no Forte da Barra em 3 de agosto de 1926, tendo concluído,  recentemente, 89 anos de vida.
Em 1949, fixou-se em Moçambique, onde viveu três décadas, sem nunca esquecer as suas raízes. Nos seus livros, de vez em quando, deixava transparecer ou evocava com nitidez marcas indeléveis das suas origens. Na sua obra, sobretudo contos e romances, Ascêncio de Freitas apoia-se, com riqueza de pormenores, fundamentalmente, em vivências moçambicanas, o que lhe deu legítimo direito a integrar antologias daquele país irmão. 
Em Portugal, o escritor gafanhão foi galardoado, com merecido  reconhecimento, pela sua obra, de que destacamos “Cães da Mesma Ninhada” (Prémio Cidade da Beira “A Reconquista de Olivença” (Prémio Vergílio Ferreira), “O Canto da Sangardata” (Prémio Pen Clube),”A Noite dos Caranguejos” (Prémio Ferreira de Castro) e “A Paz Enfurecida” (Escrito com Bolsa do IPLB — Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, obtida por concurso).
Ascêncio de Freitas, que nunca olvidou a sua terra, vinha com alguma frequência à Gafanha da Nazaré, onde colaborou com amigos e instituições. Por isso, a ADIG (Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha da Nazaré) prestou-lhe significativa homenagem em 8 de julho, tal como fez a Câmara Municipal da Amadora pouco tempo antes do seu falecimento.
Em sua memória, publicamos um expressivo  texto do seu livro “Ai, Amor!”, cuja primeira edição saiu em janeiro de 2009.


         «O capitão Armando Vieira, do mesmo modo familiar com que o tinha recebido pela primeira vez logo após a chegada, fez entrar o amigo da juventude pela porta da cozinha, com as manifestações de alegria de quem acolhia em sua casa alguém que tivesse acabado de regressar, ileso, de uma batalha perdida
         e a cozinha estava inundada de um odor forte, saído de algo que estava a cozinhar, que fez recordar ao tio Florêncio a caldeirada de bacalhau
         não obstante ele pensou que não poderia adivinhar de forma tão simples e imediata que seria esse “o jantar gafanhão” que lhe tinha sido prometido, pois a caldeirada não poderia nunca ser considerada um prato gafanhão, nem tão-pouco apenas português
         — Estás a lembrar-te de alguma coisa conhecida neste cheirinho que está aqui na cozinha, não estás, sócio?
         mas eu aposto singelo contra dobrado em como não adivinhas o que a Adélia tem ali a cozinhar
         — Guiado pelo cheiro, eu apostaria que se trata de caldeirada de bacalhau
         mas ao mesmo tempo qualquer coisa me diz que perderia a aposta, porque este aroma que anda no ar não é exactamente igual ao da caldeirada
         perderia… seguramente
          porque depois de teres prometido um jantar gafanhão, seria falta de imaginação apresentares-me para comer uma banal caldeirada de bacalhau
         embora seja coisa que não como há muitíssimo tempo
         só que ninguém poderá dizer que se trata de um prato gafanhão
         os bascos e os galegos também a fazem
         — Deixa-te de divagações e vem dar uma espreitadela
         disse o capitão Armando Vieira
         aproximou-se do fogão, retirou a tampa do tacho e uma intensa nuvem de vapor subiu no ar
         depois de a deixar dissipar, o capitão Vieira fechou os olhos e aproximou o rosto do recipiente, de onde saía, junto com a branda fumarada, o som de um suave borbulhar
          — Oh, assim estragas a surpresa, Armando
         protestou Adélia
         mas ele aspirava o vapor que saía do tacho e comentava:
         — Hum, este cheiro a salgado entra-me no nariz e trepa-me até à alma
         vem cheirar, vem cheirar este perfume que nos lembra o mar e é como se fossem as mãos dos anjos a acariciar o que há de melhor dentro de nós
         ah, e como formosa nos parece a vida saboreando estes petiscos
         melhor do que isto só  lagosta suada ou bacalhau á Freitas
         o tio Florêncio aproximou-se dele e espreitou para dentro do tacho
         aspirou também o cheiro da comida
         — Então que tal?
         — Não estou a ver o que possa ser
         cheira a bacalhau… mas ao mesmo tempo há qualquer coisa de diferente neste cheiro
         — São sames, sócio, são sames, que já não deves comer há muito tempo
         — Sames?
         caramba, há mais de trinta anos que não me lembrava sequer dessa estranha palavra, quanto mais comê-los   
         — Sim senhor, um guisadinho de sames de bacalhau, bem à gafanhoa
é ou não é?»

Excerto do capítulo oitavo
do romance “Ai, Amor”



NOTA: Só hoje me foi possível escrever este texto de homenagem a um escritor gafanhão que admirava pela originalidade da sua escrita cheia de memórias,  algumas das quais referentes à nossa terra e nossas gentes. Longe da casa, não tinha à mão o texto com o qual desejava prestar-lhe a minha gratidão. 

F.M.

Dezassete cardeais na oposição

Crónica de Anselmo Borges 
no DN


Anselmo Borges

1. Claro que é muito antiga, mas a questão da comunhão para os divorciados que voltaram a casar-se tornou-se agora acesa, por causa da nova atitude que o Papa Francisco quer para esta situação. Já em Julho de 2013, quando regressava das Jornadas Mundiais da Juventude no Rio de Janeiro, disse no avião, em conversa com os jornalistas, que era necessário rever "o problema da comunhão para as pessoas que voltaram a casar-se", e pensava na misericórdia: "Se o Senhor não se cansa de perdoar, nós não temos outra escolha."

Rapidamente se ergueram as vozes de figuras altamente situadas, opondo-se à abertura. A oposição tem sido liderada por cinco cardeais: "Não é coerente com a vontade de Deus" (Gerhard L. Müller, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé), vai "contra a vontade do Senhor" (Carlo Caffarra), é ilícita, porque põe em causa "a lei divina" da "indissolubilidade do casamento" (Velasio De Paolis), é "insustentável" (Walter Brandmüller), o recurso à misericórdia sem verdade atenta contra a fé (Raymond Leo Burke). É sobretudo Burke que está à frente da chamada "Filial súplica a Sua Santidade para o futuro da família", que já tem meio milhão de assinaturas, também de bispos e cardeais, na qual se pede ao "Papa Francisco que reafirme categoricamente o ensinamento da Igreja de que os católicos divorciados e que voltam a casar-se civilmente não podem receber a Sagrada Comunhão e que as uniões homossexuais são contrárias à lei divina e à lei natural". São agora 17 os cardeais que se opõem à abertura da comunhão aos recasados, com a publicação de dois livros, em várias línguas, para pressionar o Sínodo de Outubro: "Onze cardeais falam sobre o casamento e a família" e "África, nova pátria de Cristo. Contributos de pastores africanos para o Sínodo".

Abre-te a um novo olhar

Reflexão de Georgino Rocha




“Fomos e regressámos da lua, 
mas temos enorme dificuldade 
em atravessar a rua para visitar o vizinho”


O episódio do surdo-mudo ocorre na região da Decápole, situada além Jordão, território independente, habitada por gente pagã. A missão para Jesus não tem fronteiras nem faz discriminações, não se limita a confirmar o que há de bom no homem, mas visa iniciar uma nova criação.
Marcos – o evangelista narrador – condensa, neste episódio, uma expressiva mensagem, valiosa para todos os tempos, mas sobretudo para os nossos, tão profundamente marcados pela surdez e incomunicação generalizadas, na era em que torrentes de informação circulam sem limites de qualquer espécie. Mc 7, 31-37.

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