Crónica de Anselmo Borges no DN
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Papa Francisco apresenta-se ao mundo |
Fez ontem dois anos que, ao anoitecer, perante uma multidão expectante na Praça de São Pedro, em Roma, compareceu, humilde e simples, sem a pompa da indumentária papal, com uns sapatos negros já gastos e uma cruz peitoral barata, Jorge Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, que os cardeais tinham escolhido como novo Papa. "Buona sera!" (boa noite), foi a saudação de um homem normal. Que o tinham ido buscar ao fim do mundo para bispo de Roma. E, antes de dar a bênção, ele próprio pediu a bênção ao povo e que rezassem por ele. Agora, chamava-se Francisco. Ainda quiseram começar a tratá-lo por Francisco I, à maneira das dinastias, mas ele que não, era simplesmente Francisco. Lembrando Francisco de Assis, a caminho de uma Igreja pobre e para os pobres, como Jesus queria e fez. Logo no dia seguinte, foi normalmente pagar o seu alojamento daqueles dias em Roma, e acabaram as limusines, e foram de autocarro, ele e os cardeais. E que não queria viver no Palácio Apostólico, precisava de conviver, ficou a habitar na Casa de Santa Marta.