terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Jacinta canta “Songs of Freedom”

Jacinta enfrenta mais um desafio

A cantora de jazz Jacinta canta, no São Luiz, em Lisboa, “Songs of Freedom”, entre de 29 de Janeiro e 7 de Fevereiro. Neste espectáculo, Jacinta interpreta temas célebres dos anos 60, 70 e 80, de músicos como Ray Charles, Sting, Stevie Wonder ou Michael Jackson. Trata-se de mais um desafio à altura daquela que é considerada uma das melhores vozes femininas do jazz nacional e a primeira a gravar sob o selo “Blue Note”. Os espectáculos estão marcados para as 22 horas, de quinta a sábado.

Um sistema penal não pode ser só castigo

Cardeal-Patriarca lembrou necessidade
de reabilitar os condenados
Esta tarde, o Cardeal-Patriarca, D. José Policarpo, celebrou, na Sé Patriarcal de Lisboa, a tradicional Eucaristia por ocasião da abertura do Ano Judicial. Na homilia, D. José Policarpo lembrou a necessidade de reabilitar os condenados ao afirmar que “a justiça humana deve olhar para o conjunto da pessoa e do culpado. É difícil conceber uma pessoa que se identifique com a sua culpa. Um sistema penal que seja só castigo e não tenha no seu dinamismo a recuperação humana dos condenados, o mínimo que se pode dizer dele é que está desactualizado. Mas isso só é possível se olharmos para a pessoa no conjunto das suas potencialidades”. O Cardeal Patriarca concluiu, referindo que “não podemos exigir que se pratique formalmente a justiça para com Deus, mas nós os crentes sabemos que qualquer recuperação é redenção e que a força do Espírito de Deus é real, mesmo para nos ajudar a julgar”.
Fonte: RR

AÇORES: Praia da Vitória

Praia da Vitória

A Praia da Vitória, nos Açores, é a cidade onde vivo e trabalho. É um local muito agradável para quem gosta de paz e sossego. Não há muita confusão e tem espaços para fazer boas caminhadas junto ao oceano. E eu, tendo nascido e vivido junto ao Atlântico, sinto-me mesmo muito bem, quando olho para o mar e imagino que estou a cinco minutos da minha casa na Gafanha. Fico logo com outro espírito!

AVEIRO: História do CETA

50 anos ao serviço do teatro e da cultura
O CETA (Círculo Experimental de Teatro de Aveiro) apresenta uma “Exposição Retrospectiva da Sua História” no Teatro Aveirense, que decorrerá até 15 de Fevereiro. Desta forma dá início às comemorações do seu quinquagésimo aniversário. No dia 7 de Fevereiro, data oficial do seu aniversário, entre outras actividades, haverá um debate sobre a História do CETA e a sua importância como pólo de dinamização cultural, social e política para a nossa cidade, que decorrerá no salão nobre do Teatro Aveirense, às 18h30m. A exposição pode ser visitada de terça a sábado, entre as 13 e as 20h.

Consagradas e Consagrados por amor

Num mundo transtornado por tantas razões, as sérias e também as fúteis, vale a pena saber que há gente com coração largo. Quando pouco ou nada vemos à nossa volta, vale a pena saber que há mulheres e homens que enxergam a esperança, mesmo de olhos fechados. Quando não se calam as vozes que anunciam mais amarras, vale a pena saber que há pessoas que dão uso ao ouvido do coração, abrindo um porto seguro. A vida consagrada é hoje um esteio de humanidade. Para todos, mesmo os nãos crentes. Para a Igreja continua a ser, como sempre foi, aquele tesouro frágil que tanto mais a enriquece, quanto não lhe pertence a iniciativa do dom, sempre da Graça. Para uma sociedade cada vez mais secularizada, entre o incompreensível e o admirável, ela avulta como sinal de radicalidade, profundamente questionador das entregas e dos sonhos. Para uns e outros, percebendo-o ou não, a vida consagrada torna visível um amor encarnado, um amor louco de entrega, um amor chamado à glória pelo caminho da cruz. As religiosas e os religiosos que conhecemos, que não conhecemos, de quem ouvimos falar, ou que nos passam pela existência com a discrição de quem se apaga para servir, dão do ser cristão no mundo de hoje um testemunho único. E como seria diferente o mundo que conhecemos sem eles. Mais pobre, sem dúvida, talvez mesmo mais brutal ainda, de qualquer modo menos atraente. O amor destas mulheres e destes homens, tantas vezes provado, há-de sempre fazer lembrar, aos mais despertos e também aos outros, que a vida entretecida na gratuidade e no dom é por Deus abençoada com fecundas realizações. Que a Igreja estime com particular afecto aquelas e aqueles que lhe mostram o amor de Jesus com os traços da autêntica caridade fraterna, não parece de estranhar. Que também cada um de nós o faça com genuína alegria de coração é caminho a fazer todos os dias. João Soalheiro

GAFANHA: Coisas de antigamente – 1

"O povo que se instalou na Gafanha era gente pobre. Foi no século XVII que os primeiros, como caseiros, começaram a agricultar estes areais. Acossados certamente pela fome, no dizer do Padre João Vieira Rezende, procuraram melhores condições de vida. As areias não os assustaram, já que a elas andavam de certo modo habituados. A instalação não deve ter sido difícil. 
Era gente não muito exigente e com grande capacidade de sacrifício e de adaptação. As casas de habitação eram modestíssimas. De madeira ou de barro amassado com felga, limitar-se-iam à cozinha e a um ou outro compartimento que servia de quarto de dormir. As camas seriam esteiras ou pobres enxergas estendidas sobre bicas ou junco. 
Outras divisões e comodidades só muito mais tarde. Mas deixemos hoje estas coisas, aliás curiosas, e falemos da agricultura dos gafanhões dos fins do século XIX. Dos outros pouco reza a história.Terra para cavar não lhes faltava e vontade de a fazer produzir também não. 
A ria logo os atraiu, não tanto para a aventura da pesca, mas para o aproveitamento do que ela de mão beijada lhes oferecia: o moliço. Rapado na borda por ancinhos de dentes de madeira, lá ia curtir nos areais à espera da hora das sementeiras."

Leia o texto completo em Galafanha 

Fernando Martins

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Um livro de João Lobo Antunes

O Eco Silencioso
João Lobo Antunes, conhecido neurocirurgião e professor catedrático da Faculdade de Medicina de Lisboa, publicou em Novembro passado mais um livro de ensaios, O Eco Silencioso, que vem na sequência de Um Modo de Ser, Numa Cidade Feliz, Memória de Nova Iorque e Sobre a Mão e Outros Ensaios, merece ser lido e meditado. Irmão de outros médicos e também escritores, António Lobo Antunes e Nuno Lobo Antunes, este novo livro, lido e apreciado por um homem comum, como sou eu, revela o talento multifacetado do seu autor, que o leva a escrever sobre os mais variados assuntos. Mas não se vá supor que escreve por escrever, já que tudo o que afirma está imbuído de uma cultura exuberante. Lê-se na Introdução que escreveu estes textos porque “teve gosto em fazê-lo”, tendo-os publicado porque teve “vontade de os partilhar”. Razão por que não podemos deixar de aceitar a oferta. Ao ler Eco Silencioso, temos acesso a um conjunto de informações científicas que doutra forma ficariam de posse apenas de gente da ciência, mas também é verdade que João Lobo Antunes nos conduz, para quem o quiser e puder seguir, na senda de temas mais acessíveis, que merecem, contudo, ser reflectidos com elevação e interesse, pois que se trata de um professor e médico que assume, em pleno, a vivência da cidadania. Também revela quanto a sua formação cultural e humanista nasceu no seio da própria família, mostrando, aqui e ali, como seu pai, médico próximo de Egas Moniz, sabia incutir nos filhos o gosto pelas artes e pela ética. Questões sobre a vida e a morte, sobre as relações entre médicos e doentes, críticas a livros e homenagens a artistas e a colegas, neles incluído o irmão António, mais o seu relacionamento com o mundo da cultura, nomeadamente, da poesia, do romance, da pintura, da música e até da religião, bem como a evocação de mestres que o marcaram, de tudo um pouco podemos encontrar na caminhada de João Lobo Antunes, prosseguida com uma serenidade que só nos faz bem, se o soubermos imitar.
Fernando Martins