Não sei se os meus amigos, no ativo ou na reforma, têm sempre vontade de fazer coisas nas horas que se espalham entre o levantar e o deitar. Eu tenho dias… Ora me apetece cirandar à volta dos tachos, na cozinha, está bem de ver, ora me apetece fugir dela a sete pés. Ora me apetece ler, e tenho imensas coisas mesmo à minha frente à espera, ora fico pasmado numa modorra terrível. Ora me apetece escrever, e há tanto para dizer, ora fujo do PC como o diabo da cruz. Ando assim. À mão, mesmo com canetas e esferográficas de alguma ou boa qualidade, nem pensar.
Tenho dias de olhar para as janelas, de me aventurar numa curta saída, de trocar impressões com quem chega, mas logo sonho com a comodidade da minha tebaida, com o silêncio, com certa solidão tantas vezes apetecida. Julgo que será do frio, da chuva irritante, da humidade, das pessoas enchouriçadas com os agasalhos, dos olhares tristes, sei lá!
Ou então serei eu o culpado de não ter imaginação para aceitar o tempo que nos é dado viver. Amanhã será outro dia.
Bom fim de semana.
Fernando Martins