Tem-se repetido um certo divórcio dos cidadãos nas eleições a nível nacional. Um direito que nos foi oferecido pela democracia, mas que tem sido recusado por muitos dos nossos compatriotas. Causas? Todos falamos, mas ninguém sabe, de ciência certa, onde estará a solução. Meras conjeturas, onde todos acabam por ter razão.
Em princípio, sou contra a obrigatoriedade de votar. Muito menos a favor de multas a quem por sistema se recusa a participar. Contudo, acho que algo terá de ser feito.
Miguel Sousa Tavares avançou com a ideia, no EXPRESSO, de se eliminarem dos cadernos eleitorais, durante dez anos, os que tenham faltado ao ato eleitoral por três vezes seguidas. Julgo que sem justificação, já que uma doença ou outras razões graves podem estar na base das abstenções de muitos portugueses. Talvez resultasse.
Maria Filomena Mónica diz, ainda no EXPRESSO, que, com círculos eleitorais uninominais, sendo os candidatos bem conhecidos dos eleitores, seria uma boa solução. De facto, votar em pessoas que nada nos dizem, que vêm para os distritos por indicação dos partidos, torna-se frustrante para muita gente. Ainda nas recentes eleições, me perguntei por que motivo estiveram, como cabeças de lista, políticos nada identificados com Aveiro? Não teríamos por aqui pessoas à altura de nos estimularem e envolverem mais convincentemente na vida política? Julgo que sim.
O que se sabe é que os partidos têm medo de mudar uma lei eleitoral que provavelmente mais os favorece. Não poderemos nós, os simples eleitores, protestar, exigindo mudanças? A democracia não pode evoluir, no sentido de aproximar as pessoas de quem as representa e governa?
Fernando Martins