"Iconoclastas
à la carte
Se saem os crucifixos das escolas, porque não as imagens do Presidente da República das repartições públicas, e a bandeira nacional da generalidade de sítios comuns?
Se saem as cruzes do estabelecimentos de ensino público, o que faz a imagem do primeiro-ministro em certos departamentos?
E, já agora, o que fazer com as estátuas, e outros monumentos, que exibem, à frente de todos, as tradições monárquicas e republicanas, cristãs e seculares, francófonas e anglófonas, pacifistas e bélicas, do velho Portugal de oito séculos?
E os nomes das ruas? Haverá sempre quem não goste de Norton de Matos, ou do Marquês de Pombal, ou do Afonso Costa, ou do Salvador Allende.
E os sinais rotários e maçónicos? E os presépios? E o hino?
O que fazer para não agredir os monárquicos, os anarquistas, os objectores de consciência, os federalistas europeus, etc..
E quem decide? O povo local ou o Terreiro do Paço?
Ou o Grande Irmão?"
Nuno Rogeiro,
In SÁBADO de hoje