Solidão
Sob um céu de chumbo
A alma derretida
Dobrado o corpo num rodilho
Escuto a ameaça
Da solidão
Vem correndo sobre mim
Estendendo os braços
Quais garras assassinas.
Inesperadamente
Fica presa nas rochas
Debate-se exasperada
Lança urros tenebrosos
Não consegue soltar-se
Num ápice fui salva
Por mão de pedra
Inerte mas segura
Mão desconhecida
Mas amiga
Dum anjo ou de um Deus
Que me protege.
Aida Viegas