Ontem, tive a oportunidade de escrever um texto sobre a situação de catástrofe natural que se abateu, há mais de oito dias, em Myanmar. Muito mais poderia ter sido acrescentado ao texto, mas o espaço é implacável, pelo que se procurou ir ao essencial.
Hoje, dia 13, ao ler o jornal “Expresso”, do passado dia 10 de Maio, deparo com uma pequena análise, com o título “Ninguém os prende?”, do jornalista Fernando Madrinha, sobre este acontecimento trágico, que passo a transcrever na íntegra:
“Primeiro dez mil, depois vinte mil, por fim cem mil. Talvez mais ainda. Ninguém sabe dizer ao certo qual o número de birmaneses mortos no ciclone do fim-de-semana, nem quantos milhões precisam de alimento para poderem sobreviver. Sabe-se, isso sim, que a junta militar que governa o país foi avisada pela Índia da aproximação dos ventos assassinos, mas nada fez para proteger as populações. Sabe-se que a primeira decisão que tomou foi mandar limpar as ruas onde moram os generais. E sabe-se agora que, depois de muitas hesitações e múltiplos entraves à ajuda humanitária, proibiu mesmo a entrada de um avião do Qatar. António Vitorino já perguntou na TSF e pergunta-se também aqui para que serve o Tribunal Penal Internacional. Só para julgar ditadores reformados, quando eles já são inofensivos?”
Segundo os dados mais recentes da Junta Militar, divulgados, ontem, à noite, pela televisão nacional birmanesa, 31.938 birmaneses morreram e 29.770 continuam desaparecidos, depois da passagem do ciclone Nargis.
Apesar de alguma abertura demonstrada pela Junta Militar, ao fim de uma semana da tragédia se ter registado, para receber ajuda internacional, o que levou que, ontem, fosse aceite alguma ajuda, a ONU e os EUA voltaram a pedir aos militares birmaneses para acelerarem os procedimentos necessários à entrada das organizações humanitárias no país. A ONU estima que entre 1,2 milhões a 1,9 milhões de pessoas estão dependentes de ajuda externa para sobreviver.
Vítor Amorim
Hoje, dia 13, ao ler o jornal “Expresso”, do passado dia 10 de Maio, deparo com uma pequena análise, com o título “Ninguém os prende?”, do jornalista Fernando Madrinha, sobre este acontecimento trágico, que passo a transcrever na íntegra:
“Primeiro dez mil, depois vinte mil, por fim cem mil. Talvez mais ainda. Ninguém sabe dizer ao certo qual o número de birmaneses mortos no ciclone do fim-de-semana, nem quantos milhões precisam de alimento para poderem sobreviver. Sabe-se, isso sim, que a junta militar que governa o país foi avisada pela Índia da aproximação dos ventos assassinos, mas nada fez para proteger as populações. Sabe-se que a primeira decisão que tomou foi mandar limpar as ruas onde moram os generais. E sabe-se agora que, depois de muitas hesitações e múltiplos entraves à ajuda humanitária, proibiu mesmo a entrada de um avião do Qatar. António Vitorino já perguntou na TSF e pergunta-se também aqui para que serve o Tribunal Penal Internacional. Só para julgar ditadores reformados, quando eles já são inofensivos?”
Segundo os dados mais recentes da Junta Militar, divulgados, ontem, à noite, pela televisão nacional birmanesa, 31.938 birmaneses morreram e 29.770 continuam desaparecidos, depois da passagem do ciclone Nargis.
Apesar de alguma abertura demonstrada pela Junta Militar, ao fim de uma semana da tragédia se ter registado, para receber ajuda internacional, o que levou que, ontem, fosse aceite alguma ajuda, a ONU e os EUA voltaram a pedir aos militares birmaneses para acelerarem os procedimentos necessários à entrada das organizações humanitárias no país. A ONU estima que entre 1,2 milhões a 1,9 milhões de pessoas estão dependentes de ajuda externa para sobreviver.
Vítor Amorim