Para uma cultura geral política
1. Estudos comparativos com a União Europeia dizem que, na generalidade, somos pouco dados à visão política como exercício diário da cidadania. A pouca participação e interesse verifica-se nas idades mais adultas, estando a fase etária das juventudes (18 aos 30 anos) já a caminho da generalidade dos países europeus. O alerta presidencial de há semanas também tem proporcionado esta reflexão fundamental sobre o necessário interesse de todos os cidadãos na vida social e na construção do bem comum. Esta tónica, da necessidade despertadora e estimulante, terá tendência crescente, pois que as formas de viver dominantes vão ampliando, pelo contrário, um certo afastamento do sentido de comunidade para outras visões de vida mais individuais (ou mesmo individualistas).
2. À preocupação sobre a necessária cultura geral, sobre a história, geografia, culturas e religiões, também deverá fazer parte a cultura política. Não uma visão política que se esgote nas linhas partidárias, mas a concepção de que cada pessoa no seu viver diário, exercita a noção do bem comum como tarefa. O desinteresse pela política detectado no estudo que esteve na base do discurso do presidente da República, e que tem sido objecto de análise e projecto nestes dias, não apresenta nada de substancialmente novo. Esse relativismo que conduz à indiferença é tendência das ditas sociedades de bem-estar. As motivações que outrora traziam consigo o rasgo da libertação, hoje pairam no ar das múltiplas concepções de liberdade e sociedade, onde muitas vezes a própria perspectiva básica de valores e princípios acaba por não ter lugar. Uma limitação de peso.
3. É na cultura, e numa cultura de quem se quer alimentar (como as raízes) todos os dias em valores com VALOR de facto, que estará a solução de muitas das grandes questões de que depende o futuro. Uma cultura geral aberta integra todas as visões da consciência de pertença. Talvez o grande adversário (ou como alguns gostam de dizer, «o inimigo») seja a ignorância. É dela que partem todos os preconceitos que erguem muros de divisão e todos caminhos de indignidade humana. Quem sabe, para termos cidadãos de pleno nome, cidadãos humanos, chegará altura de inventarmos uma cadeira de CULTURA GERAL, onde tenham lugar as grandes ideias do pensamento humano, do filosófico ao religioso, do científico ao político. Só conhecendo se pode apreciar e discernir o caminho! Desconhecer é o primeiro passo para a indiferença. Se esta vai crescendo temos de lhe dar o antídoto!...
4. Quantas decisões precipitadas no mundo partiram do desconhecimento da complexidade da realidade?! Não falamos só da guerra do Iraque… Sem os valores de profundidade que a CULTURA contém, o caminho é bem mais difícil ou senão fora da realidade. Quer as multiplicadas juventudes das linhas partidárias, quer para todos os cidadãos (que são) políticos, saber que muito mais há para saber conduz à sensibilidade da prudência… É por aqui!
Alexandre Cruz
2. À preocupação sobre a necessária cultura geral, sobre a história, geografia, culturas e religiões, também deverá fazer parte a cultura política. Não uma visão política que se esgote nas linhas partidárias, mas a concepção de que cada pessoa no seu viver diário, exercita a noção do bem comum como tarefa. O desinteresse pela política detectado no estudo que esteve na base do discurso do presidente da República, e que tem sido objecto de análise e projecto nestes dias, não apresenta nada de substancialmente novo. Esse relativismo que conduz à indiferença é tendência das ditas sociedades de bem-estar. As motivações que outrora traziam consigo o rasgo da libertação, hoje pairam no ar das múltiplas concepções de liberdade e sociedade, onde muitas vezes a própria perspectiva básica de valores e princípios acaba por não ter lugar. Uma limitação de peso.
3. É na cultura, e numa cultura de quem se quer alimentar (como as raízes) todos os dias em valores com VALOR de facto, que estará a solução de muitas das grandes questões de que depende o futuro. Uma cultura geral aberta integra todas as visões da consciência de pertença. Talvez o grande adversário (ou como alguns gostam de dizer, «o inimigo») seja a ignorância. É dela que partem todos os preconceitos que erguem muros de divisão e todos caminhos de indignidade humana. Quem sabe, para termos cidadãos de pleno nome, cidadãos humanos, chegará altura de inventarmos uma cadeira de CULTURA GERAL, onde tenham lugar as grandes ideias do pensamento humano, do filosófico ao religioso, do científico ao político. Só conhecendo se pode apreciar e discernir o caminho! Desconhecer é o primeiro passo para a indiferença. Se esta vai crescendo temos de lhe dar o antídoto!...
4. Quantas decisões precipitadas no mundo partiram do desconhecimento da complexidade da realidade?! Não falamos só da guerra do Iraque… Sem os valores de profundidade que a CULTURA contém, o caminho é bem mais difícil ou senão fora da realidade. Quer as multiplicadas juventudes das linhas partidárias, quer para todos os cidadãos (que são) políticos, saber que muito mais há para saber conduz à sensibilidade da prudência… É por aqui!
Alexandre Cruz