Gosto de ler os artigos do Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan, e os textos alusivos às suas conferências e intervenções, fundamentalmente pelo optimismo que revelam. Na posição em que está, Kofi Annan dá-nos, assim, um exemplo de esperança no futuro.
Confesso que muitas vezes me insurgi contra posições dúbias da ONU face a conflitos entre nações, reclamando, por isso, a renovação das Nações Unidas e mais poderes para poder evitar as guerras, até porque esta organização internacional nasceu para promover a paz, a liberdade, a democracia e o progresso.
No seu artigo de hoje, publicado no PÚBLICO, o Secretário-Geral da ONU lembra que a organização que dirige não podia, há 20 anos, tomar partido entre a democracia e a ditadura ou intervir nos assuntos internos dos países-membros. E acrescentou que, "só no último ano", já foi possível "organizar eleições em mais de 20 países, muitas vezes em momentos decisivos da sua história", o que mostra como o mundo vai caminhando rumo à democracia, no respeito pelos direitos humanos.
Kofi Annan sublinha que 60 anos de paz e de crescimento no mundo industrializado deram à raça humana "o poder económico e os meios técnicos para vencer a pobreza e os males que a acompanham", tendo acrescentado que "já não temos qualquer desculpa para deixar mais de mil milhões de seres humanos numa miséria abjecta. São apenas necessárias algumas decisões claras dos governos, tanto dos países ricos, como dos países pobres".
Este é mais um desafio aos Estados-membros das Nações Unidas, na esperança de que todos, então, dêem a sua contribuição, decidida e decisiva, para a erradicação da fome no mundo.
Kofi Annan termina o seu artigo manifestando o desejo de que os dirigentes se mostrem "à altura das suas responsabilidades". E se assim for – conclui – "o renascer e a renovação das Nações Unidas estarão apenas a começar — e com eles, uma esperança renovada de um mundo mais livre, mais justo e mais seguro".
Fernando Martins
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Tríduo Pascal
A partir de amanhã, Quinta-Feira Santa, os cristãos vão viver as cerimónias do Tríduo Pascal, de preparação para a Páscoa do Senhor. A Páscoa é a festa das festas, ou não fosse ela "o mistério admirável da nossa fé". Com a Sua Ressurreição, Jesus Cristo venceu as trevas da morte para nunca mais morrer.
Com a Páscoa, nasce o novo Povo de Deus, a Igreja, que tem na base a certeza de que Cristo continua no meio do mundo, conduzindo a história no respeito absoluto pela liberdade de cada um. Cristo oferece-Se a todos, mas nem todos O aceitam. Mas os que O aceitam tornam-se fonte de alegria, de optimismo, de justiça, de paz, de amor e de esperança para todos.
Páscoa é também sinal de reconciliação e de partilha, de dádiva solidária a quantos sofrem, de fé em dias mais fraternos, mais humanos. Páscoa é ainda sinal de perdão: de quem o dá, com simplicidade e de coração aberto; de quem o pede, com sinceridade e humildade.
A todos, desejo Santas Festas da Páscoa, na alegria de Cristo Ressuscitado.
Fernando Martins