sábado, 10 de fevereiro de 2024

Sobre o riso, o ridículo e o Sagrado

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Os Evangelhos referem mais de uma vez que Jesus chorou: nomeadamente, pela morte do seu amigo Lázaro e sobre Jerusalém e a sua ruína. Nunca se diz explicitamente que sorriu ou riu. Mas está escrito que se alegrou e exultou.
Comover-se, chorar, é próprio do ser humano. Como é próprio do ser humano sorrir e rir. Por isso, lá está Santo Tomás de Aquino a argumentar que, se era humano, é claro que também riu e sorriu. O animal não chora, nem ri. O rosto de um ser humano que ri às gargalhadas pode ser do mais bonito que há. Sorrir e rir é sinal da transcendência humana: o ser humano está para lá do dado e do facto e, por isso, sempre também para lá de si mesmo. Ai do homem incapaz de rir-se de si próprio...

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Um livro de Álvaro Garrido

Livraria Santa Joana - Aveiro
7 de março
18 horas


“Cooperação e Solidariedade: Uma História da Economia Social”,  um livro de Álvaro Garrido, conta a história das organizações que deram origem ao conceito de “economia social”: das corporações medievais às misericórdias, das organizações mutualistas às cooperativas, do paternalismo patronal do século XIX aos seguros sociais. 
Em Portugal, esta “ideia nova” transformou-se num variado movimento associativo, pouco suscetível de enquadramento nas diversas versões do Estado-Providência.
A apresentação deste livro será feita pela Profª. Doutora Raquel Campos da Universidade Católica Portuguesa.

Nota: Texto da divulgação do lançamento do livro no dia 7 de março, pelas 18 horas, na Livraria Santa Joana, em Aveiro. 

Júlio Verne nasceu neste dia

Nasceu neste dia, 8 de fevereiro de 1828, o escritor de aventuras e ficção científica, Júlio Verne, que me deliciaram na minha já longa juventude. "Cinco Semanas em um Balão" "Viagem ao Centro da Terra", "Da Terra à Lua", "Vinte Mil Léguas Submarinas" e "A Volta ao Mundo em 80 Dias" terão sido as que mais me entusiasmaram.
Depois, com a idade em crescendo, os interesses literários foram-se adaptando às circunstâncias. Mas Júlio Verne faz parte das minhas boas memórias.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Um poema de Fernando Pinto do Amaral


SEVER DO VOUGA

Era sempre de noite que chegávamos
como num sonho antigo, erva crescendo
entre faróis acesos e a lua

Todos sorriem nesse calendário
de páginas iguais umas às outras
e a solidão dos anos trás ainda
a este pátio as vozes esquecidas:
primos que nunca soube de onde vinham,
almoços e jantares e um fumo alegre
subindo na penumbra da cozinha.

Hoje o outono desce lento e frio
sobre ruínas de alma e alguns prédios
construídos agora na encosta.
Que silêncio é este? Que palavras
resistem ao murmúrio desta morte?
Um cão que ladra sob um céu de infância,
as sombras de ninguém longe de mim.


Nota: Do livro FOLHAS, LETRAS & OUTROS OFÍCIOS 21,
do Grupo Poético de Aveiro

Lembrando o passado


Esta foto foi registada no jardim da casa dos meus pais. Eu e um amigo de sempre, o Manuel Olívio, estávamos vestidos a rigor, com fato e gravata. Ambos usávamos óculos, tínhamos cabelo que era um regalo e ao lado uma velha macieira que todos os anos dava fruta que se fartava. Do lado esquerdo dos fotografados ainda se vê a bomba de tirar água para regar as flores e as árvores. Pela rua, duas mulheres vestidas de negro, regressavam a suas casas, porventura vindas da missa. Acho que ainda éramos solteiros. Um registo, afinal, para ganhar ânimo para o trabalho.

PAPA responde a hipócrates

“Ninguém se escandaliza se eu der uma bênção a um empresário que talvez explore pessoas: e este é um pecado muito grave. Mas escandalizam-se se eu der a bênção a um homossexual. Isto é uma hipocrisia”

Papa Francisco

CARNAVAL — 13 de fevereiro

Não seria necessário, mas sinto que é preciso anunciar que temos o Carnaval com porta aberta no próximo dia 13, mas no domingo anterior já haverá ensaios na rua. Não é uma festa do meu agrado, mas aprecio as pessoas que investem muito nos festejos carnavalescos e noutros. Não me perguntem porquê porque não sei responder. E sempre fui assim.
Quando era miúdo apreciava o meu irmão que se mascarava com um amigo, o Albino, e lá iam os dois dar umas voltas pela Gafanha da Nazaré. Disfarçam as vozes para o pessoal não os identificar e assim se divertiam. Era o entrudo da gente simples, que outros procuravam bailaricos nas eiras mais à mão ou em recintos fechados a pagar a entrada.
Por temperamento, talvez, ficava sempre de lado e o carnaval dos simples também passou de moda. Agora, há grandes cortejos que atraem multidões. Haja alegria para todos, sim senhor, que na quarta-feira começa a quaresma.

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