segunda-feira, 13 de novembro de 2023

“Palavras Descruzadas” — Um trabalho muito oportuno

Um livro de Bagão Félix

"Palavras Descruzadas” é um livro de António Bagão Félix, um ilhavense que conhecemos pela sua intervenção política, académica, social e cultural, a nível nacional. Além disso, sabíamos que era especialista, também, em assuntos relacionados com plantas, que identifica até pelos seus nomes em latim.
´Um dia destes, porém, ficámos a saber, numa livraria, que Bagão Félix publicou um trabalho sobre a língua portuguesa, escrita e falada, apostando em “Exemplos de bem falar e escrever em português. Observações e curiosidades sobre a nossa língua portuguesa são bastante oportunas.
Na badana da capa, sublinha-se que o autor “partilha um conjunto de reflexões sobre a nossa língua”, sendo um “defensor escrupuloso do valor patriótico do português e da sua importância como quinta língua nativa mais falada no mundo”.

Na introdução, o autor afirma que a palavra sempre o fascinou, sublinhando o mistério por trás da palavra por dizer. Confessa-se defensor escrupuloso do valor patriótico do nosso idioma, enquanto sublinha que não tem a pretensão de ser infalível ou de se achar imaculadamente certo. Por isso, Bagão Félix continua atento aos seus erros, procurando sempre aprender. “Raro é o dia em que não consulto um dicionário”, disse.“Palavras descruzadas” é um livro composto por 78 textos, mas o autor garante que muitos outros ficaram por escrever. São 343 páginas cheias de exemplos e considerações muito oportunas sobre o nosso idioma, imensas vezes maltratado no falar e escrever do dia a dia de muitos de nós e nos mais diversos órgãos de comunicação social. Por tudo isso recomendo o livro aos nossos leitores, em especial aos professores e a quem gosta de escrever e falar corretamente a nossa língua.

Fernando Martins

domingo, 12 de novembro de 2023

ANTÓNIO NOBRE - Poeta Lusíada da Saudade

 “Foi o poeta da virgindade, porque os seus olhos ingénuos e límpidos descobriram como nenhuns outros, nas coisas e nas criaturas, o que elas encerram de suprema delicadeza, o seu aspeto mais fino, a sua expressão mais terna, o seu ponto de contacto com a imaterialidade. Ele não alcançou o pleno Espírito e desprezou sempre a Matéria.”

Teixeira de Pascoais

Nota: Abertura em destaque no estudo de Paulo Samuel




MEMÓRIA
À MINHA MÃE
AO MEU PAI

Aquele que partiu no brigue Boa Nova,
E na barca Oliveira, anos depois, voltou;
Aquele santo (que é velhinho e já corcova)
Uma vez, uma vez, linda menina amou:
Tempos depois, por uma certa lua-nova,
Nasci eu… O velhinho ainda cá ficou,
Mas ela disse: — «Vou, ali adiante, à Cova,
António, e volto já…» E ainda não voltou!
António é vosso. Tomai lá a vossa obra!
«Só» é o poeta-nato, o lua, o santo, a cobra!
Trouxe-o dum ventre: não fiz mais do que escrever…
Lede-o e vereis surgir do poente havidas mágoas,
Como quem vê o sol sumir-se, pelas águas,
E sobe aos alcantis para o tornar a ver!

Genial forma de viver sem trabalhar?


 Genial forma de conversar, de trocar ideias, de partilhar emoções, de discutir futebol, de criticar os políticos, de condenar a guerra! Ou estarão a treinar a melhor forma de viver sem trabalhar?

Sínodo: tentativa de balanço

Crónica de Anselmo Borges
no Diário de Notícias


O Papa Francisco ficará na História por muitos bons motivos, mas estou convicto de que a razão principal tem a ver com a tentativa de avançar para uma "Igreja sinodal", uma Igreja na qual todos caminham juntos. Percebe-se a revolução que pode constituir, quando se lê este texto do Papa Pio X, que até foi canonizado, na encíclica Vehementer Nos: "A Igreja é por natureza uma sociedade desigual. É uma sociedade composta por uma dupla ordem de pessoas: os pastores e o rebanho, os que têm um posto nos diferentes graus da hierarquia e a multidão (plebs, plebe) dos fiéis. As categorias são de tal modo diferentes umas das outras que só na hierarquia residem a autoridade e o direito necessários para mover e dirigir os membros para o fim da sociedade, enquanto a multidão não tem outro dever senão o de aceitar ser governada e cumprir com submissão as ordens dos seus pastores."

Releituras - As Praias de Portugal


Presentemente, ando, com gosto, a reler o que me vem à mão ou aos olhos. Fixo-me numa estante ou prateleira e saco um livro, muitas vezes à sorte. Ontem saíram dois: “As Praias de Portugal - Guia do Banhista e do Viajante” de Ramalho Ortigão (1876), e “Só” de António Nobre.
Ramalho Ortigão, num estilo fresco e bem afinado, referiu curiosidades interessantes das praias por onde passou. Contudo, ostracizou a nossa região, decerto por ver pouco entusiasmo. Incluiu de passagem, num capítulo (As praias obscuras), a nossa Costa Nova. Assim: “O Furadouro e a Costa Nova são frequentadas por algumas famílias de Aveiro e seus subúrbios.”
Entre as curiosidades para os nossos dias, refiro, em especial, os Tratamentos Marítimos, a Atmosfera, a Água do mar em bebida, o Banho, a Dieta, a Solidão, as Leituras, etc.
E por aqui me fico. O importante é que os meus amigos leiam.

sábado, 11 de novembro de 2023

São Martinho - Um homem atento aos pobres

O Dia de São Martinho é celebrado em 11 de novembro. Trata-se de uma festa de outono, com o frio que justifica a lenda ou tradição. Conta-se que São Martinho, num dia de frio, partilhou a sua capa com um mendigo com quem se cruzou.
Não sei se já se comiam castanhas assadas naquela época, século 4.º, mas a verdade é que a moda pegou. Tempo de castanhas, seria fácil imaginar o pessoal a juntar-se à volta da fogueira enquanto assava e comia castanhas assadas, regadas com um vinho da época. 
É oportuno lembrar que os castanheiros já existem desde o princípio do mundo com marcas do homem e da mulher.

Bom apetite para as castanhas assadas. mas não esqueçam o gesto de São Martinho, que partilhou .a sua capa com um mendigo.

sexta-feira, 10 de novembro de 2023

O dinheiro fará tudo?


"Aquele que acreditar 
que o dinheiro fará tudo 
pode bem ser suspeito 
de fazer tudo por dinheiro"

Benjamin Franklin, 
escritor

Em Escrito na Pedra
Público de hoje