terça-feira, 6 de junho de 2023

RAUL BRANDÃO - Quando passei pela Gafanha

«Quando passei na Gafanha [1922], vi as cachopas da beira-rio, todas molhadas, sempre metidas na água a rapar o moliço. Feias e ingénuas. A uma calculei-lhe: – Tem para aí treze ou catorze anos. – Tenho vinte e um, e três filhos, respondeu. – Outra tinha ficado a olhar para mim com olhos inocentes de bicho e as mãos postas sobre os seios redondinhos – sobre aquilo, como diz a Ti Ana, que o Senhor lhe deu e ela precisa…
A ti Ana Arneira, com cuja amizade me honro, é um dos meus melhores conhecimentos da Gafanha. Mulher capazona, como por lá se diz. Acompanha-me pelo areal, e conta-me logo à primeira a sua vida. Tipo atarracado e forte, de grossos quadris, vestida de escuro, chapéu na cabeça e aguilhada em punho. O homem foi para o Brasil há muitos anos (— É o rei dos homes!... —), ficou ela e os filhos por criar. Criou-os todos. Netos, doenças, lutos. Nunca desanimou. A força que a sustenta é admirável, profunda e radicada, como a de quase todas as mulheres do povo que conheço. Deitou-se à vida — lavrou campos. Vieram mais aflições e outras mortes.

VIDA PARA VIVER!

Crónica de Guilherme d'Oliveira Martins 
no Diário de Notícias 

"Quando se diz que alguma coisa está velha seja gente, seja um pano, seja uma mesa, o que se refere é o tempo de serviço que ela durou. Temos a mania, que felizmente está acabando, que a vida se fez para trabalhar, que a vida se fez para prestar serviço e não que a vida se fez para viver"

Agostinho da Silva, saudoso amigo, considerou até ao fim que a paixão pela vida era necessária e suficiente para nos mantermos vivos, e assim com ele aconteceu. Lembro as amenas conversas na Travessa do Abarracamento de Peniche e o seu permanente e entusiástico interesse pelos temas mais diversos, da História à atualidade, da ciência à tecnologia. E repetia: "Quando se diz que alguma coisa está velha seja gente, seja um pano, seja uma mesa, o que se refere é o tempo de serviço que ela durou. Temos a mania, que felizmente está acabando, que a vida se fez para trabalhar, que a vida se fez para prestar serviço e não que a vida se fez para viver". E recordava que as pessoas são sobretudo educadas para o trabalho, e quando sentem que já não estão na idade de trabalho, começam a nada ter que fazer e o tempo livre inexoravelmente esmaga-nos. O meu amigo Eduardo Paz Ferreira acaba de publicar um pequeno livro bem elucidativo sobre este tema que merece leitura atenta. Intitulou-o Devo Fechar a Porta? discorrendo sobre os "tempos de idadismo e outros ismos" e sobre "o momento da reforma na sociedade da eterna juventude". E a resposta é claríssima: "Continuar sempre. Não dizer adeus".

segunda-feira, 5 de junho de 2023

DIA MUNDIAL DO AMBIENTE



O Dia Mundial do Ambiente é celebrado todos os anos a 5 de junho e tem como finalidade assinalar ações que contribuam para a preservação e proteção dos espaços que habitamos e… respiramos. Ações que competem, entre nós, ao Estado, Autarquias e instituições, mas ainda a cada um nós.
Aquela celebração teve início em 1972 e o dia 5 de junho foi escolhido por ter sido iniciada a Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente.

domingo, 4 de junho de 2023

Recordações — Marcos Cirino


Marcos Cirino, um dos gafanhões de gema, merece que o recorde neste domingo. Aqui, nesta foto, mostrava-me, com pormenores que ele tão bem dominava, as suas miniaturas de embarcações tradicionais da laguma aveirense, mas não só. Ler mais aqui.

Dia Internacional das Crianças Vítimas de Agressão

Hoje, 4 de junho, evoca-se o Dia Internacional das Crianças Inocentes Vítimas de Agressão, criado pela ONU em 1982. Não é, afinal, uma celebração, mas um dia de protesto e de vigilância, no sentido de alertarmos a sociedade para a vigilância e denúncia de casos de agressões a menores indefesos.
Sabe-se que as crianças são, em muitos casos, vítimas de agressões no ambiente familiar, pelo que urge educar e alertar os pais para a forma da aplicação de castigos violentos, em crianças indefesas.
Importa criar condições para as crianças viverem em ambientes seguros, tranquilos e estáveis, onde reine a paz e a concórdia, fundamentais na educação, bases de uma sociedade justa e fraterna.

sábado, 3 de junho de 2023

Circo no Oudinot - Precisamos da alegria de viver







Hoje passei pelo Jardim Oudinot, uma das grandes salas de visita da nossa região. Há outras, eu sei, mas esta é nossa. Havia gente de fora porque os autocarros de longe o garantiam. Grupos nas mesas ou sentados no chão e a certa altura, com a música gravada, veio a dança. Tipo bailarico que mexe com todos, novos e velhos.
No bar fomos servidos com a habitual lhaneza, e vimos, dali, a aldeia circense. Há circo amanhã para gente de todas as idades. Precisamos de rir por tantas e tão variadas razões. Se puder, não deixe de passar por lá. Talvez recupere o otimismo e a alegria de viver.

Ídolos do ciclismo nacional

Joaquim Agostinho



N. 7/04/1943
F. 10/05/1984



Alves Barbosa

N. 24/11/1931
F. 29/09/2018

 Há muitos outros ciclistas, mas estes foram os que mais se distinguiram, na minha ótica. O Google  dá notícias bem desenvolvidas. 

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