domingo, 30 de outubro de 2022

Hoje, quero ficar em tua casa

Reflexão de Georgino Rocha 
para o XXXI Domingo do Tempo Comum 


Jesus decide ficar em casa de Zaqueu e comunica-o em público. Faz-se convidado. E não espera resposta. Parece senhor da situação e ter a certeza de ser correspondido. E, de facto, assim acontece. Há uma sintonia profunda entre a sua vontade e o desejo ardoroso de Zaqueu. Jesus vem procurar e salvar o que anda “perdido” e o chefe de publicanos de Jericó manifesta uma consciência inquieta e uma preocupação ansiosa. O encontro dá-se e a alegria brota espontânea de um coração agradecido. Que bom ter-nos chegado esta preciosidade para nosso exemplo e imitação! -Lc 19, 1-10
O que terão conversado enquanto estavam à mesa e tomavam a refeição de acolhimento e boas-vindas? Que afeição iria crescendo em Zaqueu à medida que Jesus falava e lhe mostrava o amor libertador de Deus por todos, sem fazer excepção de pessoas, nem das circunstâncias em que vivem?

Um velho barracão perdido na floresta

 

Esta imagem surgiu no meu recanto do ciberespaço, oriunda nem sei de onde. Um velho barracão perdido na floresta com sinais evidentes de abandono. Por ali terá vivido gente: trabalhadores rurais, guardas florestais, românticos em férias, estudiosos de ambientes, homens e mulheres em busca de silêncio interior ou de fuga ao ruído da cidade.

JÚLIO PIRES - Um artista ilhavense



Olhende - 2006
Evoco hoje um artista ilhavense que conheci há anos e que, ao que julgo, está radicado no Brasil. Gosto bastante do que pinta e tenho-o presente numa sala cá de casa.
Como sempre, quando cirando pelo sótão, agora com menos frequência, encontro livros e brochuras interessantes. Desta vez, surgiu JÚLIO PIRES, com reprodução de várias pinturas. Na ficha técnica pode ler-se, entre outras notas, o título, “De Encontro ou Mais de Dentro”, a edição de “Op Art”, textos de Ribau Esteves, Mário Silva e Marques Leal. A fotografia é da responsabilidade de Vasco Ramalheira.
Ribau Esteves, ao tempo presidente da autarquia ilhavense, diz que Júlio Pires é um filho da terra e acrescenta: “Com a diferença do seu jeito próprio, traça de forma única e com vista alegre, a beleza da sua Terra, das nossas Mulheres, Crianças, Natureza e Condições.” E Mário Silva adianta: “Júlio Pires, quando pinta reflecte e reproduz o momento fugidio que a máquina fotográfica ainda não consegue aprender, mas que pretende apontar como o único e verdadeiro caminho.”
Por sua vez,  Marques Leal frisa que “Os temas factuais da sua pintura falam de experiências interiores e exteriores, de mundos visíveis e imaginados, de formas humanas e de objectos que brincam com a memória e ecoam do passado, sempre sob a força dominadora das cores berrantes que utiliza, impressionando-nos a retina, como se fossem sentimentos fotografados”.

F. M. 

sábado, 29 de outubro de 2022

CURIOSIDADES — Órbitas dos planetas



As curiosidades também são importantes na vida. Hoje publico uma que considero, no mínimo, interessante.

Aida Viegas - Ressurgir

 

RESSURGIR

Se algum dia, Amigos
Eu já não souber sonhar
Correi ao céu buscar estrelas
E trazei muitas para eu brincar.
Roubai no firmamento mil luzeiros
Trazei-os todos para m’iluminar.
De Primavera ide vestir a terra.
De novo, em coro, juntai-vos a cantar.
Pedi aos homens p’ra acabar a guerra
Pintai o céu de um azul sem par.
Embrulhai-me o pensamento
Em finos mantos de luar.
Fazei silêncio por um só momento
Deixai-me ouvir as ondas marulhar.
E ficai crentes, alegres à espera
Que o sonho e a quimera
Em breve, p’ra mim hão-de voltar.

Aida Viegas

1 e 2 de Novembro: a pergunta pelo sentido

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

A antropologia é uma tarefa sem fim. De facto, o Homem não pode definir-se de uma vez por todas. Nem sequer há definição possível do Homem, pois ele é uma abertura ilimitada: por mais que diga de si nunca se diz plena e adequadamente.
A pergunta pelo Homem convoca todas as disciplinas. Não é ele, de facto, como bem viram Aristóteles e Tomás de Aquino, de algum modo todas as coisas? Quando questionamos: "O que é que eu sou?, quem sou?", é necessário apelar para o concurso das ciências da natureza, da cosmologia, da física, da química, da paleontologia, da embriologia, da neurologia, da etologia, da medicina, da linguística, da sociologia, da sociobiologia, da história, das artes, da economia, das ciências políticas e jurídicas, da filosofia, da teologia...
Segundo o filósofo e teólogo Juan Masiá, pode-se tentar uma Antropologia Filosófica partindo de algumas afirmações de base enquanto outras tantas perguntas. Assim:

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Barco de pesca

 

Tenho para mim que as gentes da ria nasceram com pingos de água salgada no sangue e cheiros da maresia na alma. As águas circundantes da laguna atraem-nos e dormimos a sonhar com elas. E quando nos aproximamos das marés, os nossos olhos ficam fascinados, encarregando-se o cérebro de registar imagens imorredoiras. Aqui fica mais uma. Outras se seguirão.