Crónica de Anselmo Borges
no Diário de Notícias
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(Foto da rede global) |
1. Fez no passado dia 13 nove anos que Francisco foi eleito Papa. Apresentou-se de modo simples na varanda de São Pedro à multidão, sem esplendor, apenas com a batina branca e uns sapatos toscos. E logo na saudação à multidão ficou claro ao que vinha: "Agora iniciamos este caminho, Bispo e povo..., um caminho de fraternidade, de amor, de confiança entre nós. Rezemos sempre uns pelos outros. Rezemos por todo o mundo, para que haja uma grande fraternidade. Espero que este caminho de Igreja seja frutuoso para a evangelização. E agora quero dar a bênção, mas antes... peço-vos um favor: antes de o Bispo abençoar o povo, peço-vos que rezeis ao Senhor para que me abençoe a mim. Façamos em silêncio esta oração vossa por mim..."
Escolheu o nome de Francisco, o que nenhum Papa anterior tinha feito. Em ligação com São Francisco de Assis, o da simplicidade, da fraternidade universal, da paz, do vínculo com a Terra, do que tinha ouvido Cristo dizer-lhe: "Repara a minha Igreja em ruína..." Não foi viver para o Palácio Apostólico mas para a Casa de Santa Marta, utiliza um carro modesto, e é cristão - eu disse-o na televisão, logo quando foi eleito, causando imenso espanto e até perplexidade; mas, pensando bem, não é essa a causa de ele se ter imposto ao mundo como uma voz político-moral global, talvez a mais influente? Como cristão, bate-se pela paz, é simples, está com todos, a começar por aqueles e aquelas com quem ninguém está, é profundamente humano, o Deus que anuncia é o do Evangelho: o seu nome é Misericórdia...