Reflexão de Georgino Rocha
para o Domingo XXI do Tempo Comum
O discurso do pão da vida atinge o auge, no desabafo de Jesus, após o ensinamento na sinagoga de Cafarnaum, que João formula na pergunta dirigida aos Apóstolos: “E vós também quereis ir-vos embora?” A preocupação manifesta um receio fundado. A multidão saciada no descampado, os acompanhantes nos caminhos da Galileia, os ouvintes dos seus discursos junto ao mar iam diminuindo. O risco é evidente e virá a ser concretizado na paixão pelo resto fiel. A pergunta incisiva e direta, iluminada pelo brilho do olhar, provoca a resposta pronta e eloquente de Pedro: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna”. Esta decisão de ficar e andar com Jesus, Senhor, terá as suas consequências surpreendentes no futuro. Jo 6, 60-69.
Jesus e Pedro surgem como o rosto pessoal da relação com Deus. Constituem as duas faces da realidade mais profunda da consciência: acolher a oferta, dar-se em liberdade; escutar a palavra, abrir-se à verdade; identificar o dom e fazer-se doação.