domingo, 21 de março de 2021

Dia Mundial da Poesia - O Regresso

Ilha de Santa Maria: Farol de Gonçalo Velho


O REGRESSO 

Como quem, vindo de países distantes fora de
si, chega finalmente aonde sempre esteve
e encontra tudo no seu lugar,
o passado no passado, o presente no presente,
assim chega o viajante à tardia idade
em que se confundem ele e o caminho.

Entra então pela primeira vez na sua casa
e deita-se pela primeira vez na sua cama.
Para trás ficaram portos, ilhas, lembranças,
cidades, estações do ano.
E come agora por fim um pão primeiro
sem o sabor de palavras estrangeiras na boca.

Manuel António Pina, 
do livro COMO SE DESENHA UMA CASA

Dia Mundial da Árvore - Mata da Gafanha

Santuário de Schoenstatt

O Dia Mundial da Árvore ou da Floresta começou a celebra-se em 10 de abril de 1872, no estado norte-americano do Nebraska (EUA). O seu mentor foi o jornalista e político Julius Sterling Morton, que incentivou a plantação ordenada de árvores no Nebraska, promovendo o "Arbor Day". Em Portugal, a 1.ª Festa da Árvore comemorou-se a 9 de março de 1913 e o 1.º Dia Mundial da Floresta a 21 de março de 1972. Isto é afirmado no Google. Hoje, contudo, não vou ficar por aqui porque temos a obrigação de sublinhar o que de muito bom temos entre nós, ao nível da árvore e da floresta. Nada mais nada menos do que a Mata da Gafanha, que começou com a sementeira do penisco em 1888.
Para não perder mais tempo, republico o que já escrevi sobre ela:

A liberdade de uma árvore 

A Mata da Gafanha, que se estende da parte norte da Gafanha da Nazaré até à Gafanha da Boa Hora, é, indiscutivelmente, um ex-líbris da nossa região, porém, nem sempre reconhecido como tal. Talvez por isso, raramente se fala da mata e da sua real importância, como zona verde com imensa capacidade de purificar o ar e útil na fixação das areias dunares, para além de cortar a ação dos ventos, fortes quanto baste, que outrora, tal como hoje, prejudicavam as culturas das povoações vizinhas Para além disso, não será nunca de menosprezar o seu interesse económico. 


Capela de Nossa Senhora dos Campos

Por outro lado, a Mata da Gafanha não tem sido suficientemente aproveitada a nível paisagístico, turístico e mesmo de lazer, apesar de possuir algumas infraestruturas conhecidas e espaços convidativos ao descanso.
O padre João Vieira Resende diz, na segunda edição, de 1944, do seu livro “Monografia da Gafanha”, que «A sementeira do penisco, começada a norte em 1888, tem sido muito morosa, ultrapassando somente depois de 1939 o sítio da capela de N. Senhora-da-Boa-Hora. Hoje [1944] está ligada com a Mata de Mira.»
A sementeira do penisco, como se compreenderá, necessitou de mão-de-obra de muitos gafanhões e não só.

Moradia de antigo colono restaurada

Todos sabemos que há moradores, serviços, equipamentos sociais, culturais desportivos e religiosos, bem como algumas festas que dão vida àquela zona verdejante, mas realmente há espaço para muito mais. De qualquer forma, aqui fica o convite para que a visitem e a usufruam.

Fernando Martins

Filarmónica Gafanhense - A música continua apesar da pandemia

Filarmónica em desfile

A Filarmónica Gafanhense (FG), à semelhança das demais instituições, assumiu o respeito pelas leis impostas pela pandemia do Covid-19, mas não pôs de lado a música e os instrumentos musicais. A existência da Banda, uma das mais antiga instituições do concelho de Ílhavo, justifica perfeitamente aquela atitude dos responsáveis e dos componentes e associados, como nos confirmou o presidente, Paulo Miranda.Sem festas e sem possibilidades de atuações públicas, a Filarmónica também suspendeu as aulas presencieis, como ditava a lei do confinamento, mas tem vindo a retomar o ensino on-line. Entretanto, e sempre tendo em conta as leis do coronavírus, passaram a ensaiar por naipes em horários diferentes, na sala da Banda e na do Grupo Etnográfico, as duas instituições com sede na Casa das Música da Gafanha da Nazaré, afirmou o presidente. E acrescentou: «Na sala do Grupo Etnográfico ensaiavam as madeiras, na nossa sala ensaiavam os metais; assim dividimos o grupo estando menos elementos por ensaio.» 

Filarmónica em dia de concerto 

Importa sublinhar, contudo, que toda a estratégia da alteração da vida normal da FG contou com a prestimosa colaboração do Diretor Artístico Henrique Portovedo e dos professores José Pedro Bola, Ricardo Afonso, João Pedro Mendes, Maria Inês, Inês Rocha, Jeniffer Soares, Carla Costeira, Andrés Pérez, Fernanda Amorim, Tiago Matos e Jorge Garrelhas.
Como é sabido, as Filarmónica vivem essencialmente para o ensino da música e para os concertos em festas ou em espetáculos em recintos fechados, que há mais de um ano se tornaram impossíveis por razões sobejamente conhecidas. Mas os músicos não podem guardar os seus instrumentos num qualquer recanto de suas casas ou na sede da Bandas; os músicos que se prezam treinam permanentemente, porque sem treino perdem necessariamente o ritmo e a destreza própria dos bons executantes.

Aplausos para José Valente

Face a esta situação, a Filarmónica Gafanhense espera ansiosamente que a normalidade da vida de todos nós seja retomada, porque os ensaios fundamentais exigem a presença de todos os executantes.
Paulo Miranda referiu ainda que está em execução na FG o projeto “Trégua”, com o violetista José Valente, aprovado e apoiado pelo Ministério da Cultura , contando ainda com o apoio da Fundação GDA (Gestão dos Direitos dos Artistas).
No que diz respeito a concertos com data marcada têm, para já, o do aniversário da Filarmónica, marcado para 27 de novembro deste ano.

Fernando Martins

A alegria não se decreta (2)

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

A prática da fraternidade religiosa deve estar ao serviço da fraternidade universal, em colaboração com todas as pessoas e movimentos, sem descriminações

1. A viagem do Papa ao Iraque já foi muito comentada. Parece-me, no entanto, que não foi destacado o seu contributo para robustecer a alteração profunda que está a acontecer, na história e no relançamento do diálogo inter-religioso, com incidência dirceta nas práticas sociais.
Não basta denunciar a cobertura falsamente religiosa dos discursos do ódio e da violência e proclamar o diálogo como caminho para abordar as dificuldades nas relações entre seres humanos.
No primeiro momento de qualquer diálogo, o mais importante é a escuta do outro na sua irredutível alteridade e nas suas imprevisíveis manifestações. No chamado diálogo inter-religioso, como é praticado nas mesas-redondas dos meios de comunicação e noutros espaços, em geral não se vai muito além de uma escuta inconsequente, pois não parece destinado a alterar o presente e o futuro dos intervenientes. Apresenta-se, por vezes, como uma passagem de modelos religiosos: os representantes de cada religião em foco passam a fazer a apologia da sua própria religião, procurando desfazer as acusações que habitualmente lhe são feitas, fruto de ignorâncias e preconceitos persistentes.
É uma fase necessária, mas muito insuficiente, porque lhe falta a análise crítica da situação actual e as propostas de reforma para o futuro.
O que, no entanto, está a acontecer, ao nível das grandes lideranças religiosas, anuncia o despontar de algo que julgo muito novo.

sábado, 20 de março de 2021

Dia Internacional da Felicidade

Reino do Butão

Hoje, 20 de Março, também se celebra o Dia Internacional da Felicidade e até acho muito bem que se pense nisso, porque ninguém deseja ser infeliz. A procura da felicidade é inerente à condição humana. Contudo, temos de reconhecer que a busca da felicidade deve ser contagiante, para assim  contribuirmos  para a felicidade da humanidade.
Foi em 2013 que se comemorou pela primeira vez o Dia Internacional da Felicidade por sugestão de um pequeno reino budista — Butão —, localizado nos Himalaias, que adota, como estatística oficial,  a “Felicidade Nacional Bruta em vez do Produto Interno Bruto (PIB).
É curioso sublinhar que o Dia Internacional da Felicidade foi aprovado por unanimidade pelos membros da ONU em 2012. Nem podia deixar de ser. Haverá alguém que queira ser infeliz?

Primavera



A esperada e desejada Primavera chegou neste preciso momento, 9h37, segundo o Observatório Astronómico de Lisboa. A partir de agora, importa que todos renovem os votos de alegria e de esperança num mundo mais fraterno e mais sadio. O colorido multifacetado das paisagens e os sonhos de vida sem pandemias conta com a nossa participação ativa e solidária. 
Primavera é sinal de renascimento, rejuvenescimento e ressurreições. Novos ares, ambientes floridos e recomeços sempre apetecidos estarão nos horizontes de todos nós.
Que todos saibamos construir e animar a  Primavera, na certeza de que saberemos mantê-la sempre florida. 

As teses de católicas alemãs

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

1. Já toda a gente percebeu ou deveria ter percebido que a Igreja precisa urgentemente de reformas profundas, e elas não podem continuar a ser impostas a partir de cima. Exige-se a participação de todos, exercendo a sinodalidade, como quer o Papa Francisco, isto é, caminhando juntos, nas paróquias, nas dioceses, na Igreja universal - aliás, o próximo Sínodo dos Bispos, em 2022, terá por temática precisamente a sinodalidade.
Neste contexto, a Igreja alemã, com o seu "Caminho Sinodal", tem sido um belo exemplo. Com quatro fóruns de discussão em funcionamento - sobre o poder na Igreja enquanto instituição hierárquica e o seu controlo, a forma de vida dos padres na sociedade actual e o celibato obrigatório, o amor e a moral sexual (já não é tabu falar em bênção para casais homossexuais), a mulher e os ministérios ordenados -, após discussão e aprovação no respectivo fórum, realizar-se-á no próximo Outono a Assembleia Sinodal formal, com 230 delegados (69 membros da Conferência Episcopal), para novos debates e votação.

PESQUISAR

DESTAQUE

Animais das nossas vidas

O Toti e a Tita foram animais das nossas vidas. Aqui estão no relvado com a Lita. Descontraídos e excelentes companheiros, cada um com o seu...

https://galafanha.blogspot.com/

Pesquisar neste blogue

Arquivo do blogue