segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Vai faltando paciência para tanta conversa

O perdoado que não perdoa

Frei Bento Domingues

1. Vai faltando paciência para tanta conversa sobre a situação de Portugal antes, durante e depois da troika. Conversas de avaliações e mais avaliações, de segundo resgate ou não, de programas cautelares, de ajustamentos e desajustamentos, de renegociação da dívida, de pedido de mais tempo, de ameaças com os nossos misteriosos credores, de promessas de regresso aos mercados, de recessão com ou sem espiral e com medições fantasiosas dos défices na elaboração dos orçamentos que não são para entender, mas para sofrer.
Conversas sobre a dívida pública, em crescimento, acompanhada de austeridade e mais austeridade, de cortes e mais cortes nas magrezas das pensões da gente que não é rica, com a máquina de fazer desempregados, de tornar os pobres mais pobres e os remediados sem remédio.
Conversas nos jornais, nas rádios e televisões sobre aumento da emigração e diminuição do acesso ao ensino superior, sobre a impossível renovação etária e a solidariedade entre gerações, os idosos estarão a mais e as crianças não serão a esperança.
O recurso ao vocabulário psicanalítico - de masoquistas a sádicos - para classificar o comportamento dos portugueses sobre a sustentabilidade ou insustentabilidade da dívida tornou a conversa fiada numa troca de insultos. A Constituição da República e o Tribunal Constitucional surgem como cartas fora do baralho.

Blogue da Semana


Ana Maria Lopes mostrando talheres do Titanic (Foto da RR)


Destaco para esta semana o blogue "Marintimidades", que tem por arrais Ana Maria Lopes, especialista em temas marítimos e outros, relacionados com a Ria de Aveiro.
Lê-se na abertura do blogue que «"Marintimidades" foi criado para falar das coisas do mar, da ria, de embarcações, de artes, de museologia marítima e de eventos que surjam dentro desta área, publicitando-os, e sobre eles detendo um olhar...»

Medo

«Um dos efeitos do medo 

é perturbar os sentidos e fazer que as coisas 

não pareçam o que são»


Miguel de Cervantes Saavedra 
(1547-1616), escritor espanhol

No PÚBLICO de ontem

Santuário de Schoenstatt

21 de outubro



No dia 21 de outubro de 1979, foi solenemente inaugurado o Santuário de Schoenstatt na Colónia Agrícola da Gafanha da Nazaré, em cerimónia presidida pelo Bispo de Aveiro, D. Manuel de Almeida Trindade. Participaram muitos membros do Movimento, bem como peregrinos, simpatizantes e amigos, todos envolvidos na esperança de contribuírem para a construção «do homem novo para uma nova sociedade», seguindo a espiritualidade apoiada em três grandes pilares: Nossa Senhora, Santuário e Fundador do Movimento, Padre Kentenich
A Primeira Pedra, a Pedra Angular, veio de Roma e foi abençoada pelo Papa João Paulo II. Tem incrustada na face frontal uma outra pedra trazida do túmulo de S. Pedro, na qual está gravada a inscrição “Tabor Matriz Ecclesiae”, que mais não é do que a missão deste Santuário da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt.
O Santuário de Schoenstatt, declarado por D. António Marcelino como Santuário Diocesano, em 21 de setembro de 1993 (completou, portanto, 20 anos; também é dia do aniversário natalício de D. António Marcelino), congrega pessoas de todas idades e condições sociais, dando testemunho de que ali é bom estar.
Os impulsionadores da construção foram as Irmãs de Maria, à frente das quais estava a Irmã Custódia, os Padres Miguel e António Borges, e Vasco Lagarto.
A construção importou em cerca de mil contos, sendo de distinguir a contribuição de todos quantos se encontravam sensibilizados para a vivência espiritual do Movimento.
Das diversas ofertas salientamos as seguintes: Altar – Instituto das Irmãs de Maria do Brasil; Imagem da Mãe – Instituto dos Padres de Schoenstatt de Portugal; Moldura Luminosa – Senhoras de Schoenstatt; Janelas – Casais do Movimento; Campanário – Mães de Salreu; Bancos – Um casal de Lisboa; Alicerces – Mães da Gafanha; S. Miguel – Padre Miguel e Mães; Custódia – Mães da Gafanha; S. Pedro e S. Paulo – Padres Diocesanos; Espada de S. Paulo – Rapazes do Movimento.

Fernando Martins



sábado, 12 de outubro de 2013

Deus ainda tem futuro?

Perguntar: "Deus ainda tem futuro?" não é contraditório? (Para os crentes terá até sabor a blasfémia). De facto, se Deus não existir, a pergunta não tem sentido. Mas também não tem sentido se Deus existir, pois faz parte do conceito de Deus ser Presença eternamente presente. A pergunta supõe, pois, um acrescento implícito: Deus ainda tem futuro na e para a Humanidade?

Com razão, perguntava Karl Rahner, talvez o maior teólogo católico do século XX: O que aconteceria, se a simples palavra "Deus" deixasse de existir? E respondia: "A morte absoluta da palavra "Deus", uma morte que eliminasse até o seu passado, seria o sinal, já não ouvido por ninguém, de que o Homem morreu."

Václav Havel, o grande dramaturgo e político, pouco tempo antes de morrer, surpreendeu muitos ao declarar que "estamos a viver na primeira civilização global" e "também vivemos na primeira civilização ateia, numa civilização que perdeu a ligação com o infinito e a eternidade", temendo, também por isso, que "caminhe para a catástrofe".

Viver em atitude de gratidão

Elogio a quem agradece


Georgino Rocha


O elogio surge da boca de Jesus numa povoação onde passava a caminho de Jerusalém. Com ele, iam os discípulos desejosos de colher os seus ensinamentos. Sai-lhe ao encontro um grupo de dez leprosos que, em voz alta, imploram a sua compaixão. Jesus põe-nos à prova, encaminhando-os, de acordo com a Lei judaica, para os sacerdotes. E não diz, nem faz mais nada. No percurso, acontece a maravilha da cura. O grupo continua a viagem; mas um não, e regressa junto de Jesus para lhe expressar a gratidão pelo benefício alcançado. E este era estrangeiro, samaritano, de outra etnia cultural e religiosa, excluído das bênçãos prometidas aos Judeus.

Uma folha cai ao céu




Que sociedade estamos a construir? Que sociedade queremos? Quando acordamos para combater o mundo sem alma? Quando cuidamos dos nossos maiores como eles cuidaram de nós?