quinta-feira, 5 de maio de 2011

Os malabarismos são dos circos



Verdade e mentira 
na boca dos políticos 
e no ouvido dos cidadãos 

António Marcelino 

Ouvimos nos últimos dias, vindos de pessoas respeitáveis, recomendações e pedidos, endereçados aos políticos para que sejam transparentes e verdadeiros, não prometam o que não podem cumprir, informem os cidadãos sobre tudo quanto eles têm direito de saber, respeitem-se uns aos outros, pensem mais no país que nos interesses partidários. 
Vai-se dizendo por aí, em alguns casos até o atribuem a políticos europeus famosos, que “a verdade não ganha votos” e que um “político que não minta nunca será bom político”. Ao mesmo tempo vai-se verificando, também, que muitos cidadãos se desinteressam da política ou a vêem só nos aspectos negativos, não se preocupam demasiado com a perda de identidade da nação, os valores vilipendiados e, nem sequer, com os objectivos do bem comum e da reconstrução da sociedade, à base da justiça, da verdade e do respeito mútuo. Por outro lado, dominam os bairrismos e os interesses locais de quem quer deixar o nome numa rua ou na praça da terra, e segue-se, acriticamente, quem mais promete satisfazer estes gostos e preocupações.

Crónica de um Professor: Combater a indisciplina é um desafio para todos nós



Indisciplina

Maria Donzília Almeida

Combater a indisciplina, na escola, é um dos objectivos primordiais do governo e um desafio lançado a todos os professores. Com o passar dos tempos, o problema tem-se vindo a agravar, chegando às proporções alarmantes, que se verificam no nosso quotidiano. A cada passo, vêm, a lume, notícias de agressividade e violência que se passam em qualquer recanto deste nosso Portugal. 
Remontando às origens do problema, há quem se divida entre duas causas maioritárias: uns dizem que o indivíduo já nasce com o genes da indisciplina, pelo que se considera inato; outros há, que afirmam tratar-se de um problema de índole social e familiar, logo trata-se de um comportamento adquirido, que tem as marcas do meio envolvente, seja ele familiar, seja ele social. Há uma grande tendência para o segundo caso, atendendo à evolução social que se tem vindo a operar na sociedade portuguesa. A industrialização que tem vindo a ocorrer, desde o século passado, no nosso país, veio ao encontro da busca de emancipação da mulher. A necessidade de mais postos de trabalho deu, às mulheres, a possibilidade de trabalharem fora de casa, diminuindo, assim, a assistência prestada à família. Estando por sua conta e risco, as crianças ficam ao Deus dará, sem freio que as controle

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Figueira da Foz: Flor no Areal

Flor no areal

Em manhã convidativa, a caminhada conduziu-me à Praia da Claridade. Pouquíssima gente, mas o verão está próximo. Um ou outro atleta ou candidato a tal, apesar da idade já longe da juventude. Olhando o areal, qual deserto árido, uma flor sobressaiu, trazida pelo ventos. E ali cresceu  à espera de ser apreciada. Daqui a uns tempos, com veraneantes que correm sem tempo para apreciarem o chão que pisam, talvez a flor venha a morrer. Tenho pena que o seu fim seja esse.

Progresso para promover a felicidade e a liberdade



O Portugal social

João Wengorovius Meneses


Se há um sentido para o progresso é o de promover a felicidade e a liberdade (em sentido amplo) de cada ser humano, sabendo que ambas são equações complexas, compostas por múltiplas variáveis. Genericamente, essas variáveis são: ter um emprego, alguma independência económica e acesso a bens e serviços; uma habitação condigna, numa envolvente aprazível e segura; gozar de saúde; ter acesso a educação, cultura e oportunidades de realização do talento e das competências; dispor de mobilidade física e social; pertencer a núcleos integradores, como a família, os amigos, ou a comunidade; contar com proteção social em caso de doença, velhice ou desemprego; dispor de liberdade de expressão, associação e voto; usufruir de um ambiente saudável; confiar nos outros, nas instituições e no futuro; viver num contexto de coesão social, ou seja, de baixas desigualdades; ter autoestima e autoconfiança; entre outras. Algumas destas variáveis dependem do sujeito, outras da família, outras da comunidade, outras do Estado, outras, ainda, de outras instâncias locais e globais.

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Ainda a liquidação de Bin Laden


1. Bin Laden foi o mentor da organização terrorista mais violenta de que há memória, com a agravante de agir em nome de Deus;

2. Por essa conduta, condenada por todo o mundo civilizado, impunha-se a sua captura, julgamento e condenação, à luz dos direitos humanos e da justiça internacional;

3. Os Estados Unidos da América, ao liderarem todo o processo de captura, pela lógica de ter sido o país mais sacrificado, devia agir em concordância com as leis internacionais, não podendo invadir o território de ninguém, sem autorização expressa, se é que o fez;

4. Face ao terrorista mais odiado dos nossos tempos, desarmado (como diz a comunicação social), devia prendê-lo para posterior julgamento, de acordo com as leis internacionais;

5. Como defensor do direito inalienável à vida, não posso condescender com a liquidação de um qualquer criminoso, por mais hediondo que ele seja, à queima-roupa e sem direito a defesa ou a arrependimento;

6. Agindo como agiram, as Forças Especiais da Marinha dos EUA limitaram-se a um comportamento semelhante ao dos  terroristas que perseguiam;

7. Como fui educado e formado nestes princípios da não-violência, onde o olho por olho e o dente por dente já não têm lugar numa civilização marcada pelo cristianismo, não podia ficar indiferente ao silêncio de tantos líderes religiosos, de tantos políticos humanistas e de tantos defensores da vida;

8. Decerto contra a corrente dos que aplaudem o que aconteceu, provavelmente gente que sofreu na pele o terror provocado por Bin Laden,  e solidarizando-me com a sua inegável  dor, aqui declaro que condeno abertamente o terrorismo, como condeno a justiça sem julgamento, muito menos a pena de morte.

Fernando Martins


terça-feira, 3 de maio de 2011

Sócrates esqueceu-se de novas desagradáveis

O primeiro-ministro falou e mostrou-se muito otimista. Deu algumas notícias agradáveis para alguns ficarem tranquilos. Até aí tudo bem. Mas esqueceu-se do pior, do desagradável. Isso ficará para a Troika, que também não deixará de dizer de sua justiça. Se nos vão emprestar 78 mil milhões de euros, a juros que ainda desconhecemos, os credores quererão  decerto aplicar a receita que acordaram com o Governo. A crua verdade do que está receitado ficará para mais tarde, que será por estes dias. O pior virá a seguir, quando eles se forem embora. Como gostamos pouco de dialogar e só falamos aos gritos, vai ser um bico-de-obra.

Figueira da Foz: Torre do Relógio

Torre do Relógio


A Torre do Relógio, mesmo ao lado da marginal, por onde caminham muitos que querem manter a saúde, foi construída «no  âmbito da regularização da costa norte da foz do Mondego, que criaria a longa (...) "Avenida Oliveira Salazar" (actual 25 de Abril), que se estende da esplanada do Forte de Santa Catarina até Buarcos», como se lê no livro "Figueira da Foz: Rotas do Concelho".
A Torre tem 20 metros e nela se instalaram serviços de sinalização marítima, cabinas sonoras e o relógio de grandes dimensões. Apesar das polémicas que a construção da Torre gerou, hoje é uma referência para quem chega à praia.