A Lita está hoje de parabéns. Nasceu em Pardilhó em casa da avó paterna e de tias. A mãe acompanhou o pai que trabalhava longe da terra natal. Na adolescência veio para Aveiro, onde na juventude a conheci. E o nosso casamento foi celebrado em 7 de Agosto de 1965.
Ao completar 84 anos de vida, mantém a liderança da casa, cultivando a harmonia entre todos os membros da família. Nunca escondeu a idade que tem e até faz gala de sublinhar que já passou a barreira dos 80 anos, à espera dos 90. Não tem o dinamismo que a caracterizou ao longo da nossa vida em comum, a caminho dos 59 anos, mas demonstra à evidência a alegria de viver e de partilhar o dom de amar os que a rodeiam e de criar amizades com uma facilidade que me espanta.
A festa que a Lita bem merece vai ser celebrada hoje na nossa casa, rodeada por toda a família, exceto uma neta, a Filipa, presentemente no Dubai, mas, como o amor não tem barreiras, do longe se faz perto, graças aos meios de comunicação.
A Lita precisa e merece a ternura de todos nós, a atenção dos que a envolvem, porque é na dor de cada um, nas preocupações de todos que o amor da Lita sobressai com o carinho adequado, os conselhos oportunos e a disponibilidade total para o que for preciso.
Com o passar dos anos, as limitações não deixam de marcar terreno, a saúde vai dando lugar a certas incapacidades, mas a Lita não desiste de procurar soluções.
Consulta médicos, cuida da sua alimentação como ninguém, governa a casa como só ela sabe, vai às compras com os cuidados necessários e teima em me proibir porque, garante, nunca sei o que é preciso e nem olho para os preços.
Neste outono da nossa existência, continuaremos a acreditar que a vida plena, com a alma primaveril, merece ser partilhada com a família toda, em especial, e com todo o mundo, em geral.
Com muita ternura e amor, aqui fica um beijo para selar a nossa união até ao fim dos tempos.
Teu…
Fernando Martins