no Correio do Vouga
0 Papa Francisco, evocando a figura de Francisco de Assis, para justificar o teor da sua carta encíclica Fratelli Tutu (FT - de 03-10-2020), dá o mote do mesmo documento, com esta dupla proposta - o reconhecimento da dignidade da pessoa humana e o anseio mundial de fraternidade: "Desejo ardentemente que, neste tempo que nos cabe viver, reconhecendo a dignidade de cada pessoa humana, possamos fazer renascer, entre todos, um anseio mundial de fraternidade. Entre todos: «Aqui está um ótimo segredo para sonhar e tornar a nossa vida uma bela aventura. Ninguém pode enfrentar a vida isoladamente (...); precisamos duma comunidade que nos apoie, que nos auxilie e dentro da qual nos ajudemos mutuamente a olhar em frente. Como é importante sonhar juntos! (...) Sozinho, corres o risco de ter miragens, vendo aquilo que não existe; é juntos que se constroem os sonhos».[6] Sonhemos como uma única humanidade, como caminhantes da mesma carne humana, como filhos desta mesma terra que nos alberga a todos, cada qual com a riqueza da sua fé ou das suas convicções, cada qual com a própria voz, mas todos irmãos."
Tudo seria bem diferente se os princípios evangélicos de liberdade, igualdade e fraternidade' se libertassem de apropriações ideológicas, de estratégias de poder, de subtis interesses partidários, para se tornarem águas límpidas de trabalho conjunto, recolhendo o contributo de todas as diferenças, em respeito mútuo, para um sonho e enriquecido percurso comum. Sem mentiras nem confusões!
Pe. Querubim Silva