Celebra-se hoje o “25 de Abril”, a revolução dos cravos de 1974 que pôs fim a uma ditadura de quase meio século. Já não serão muitos os que viveram aquela data que tem marcado as mais recentes gerações em espírito democrático. Há eleições a nível nacional e local que todos conhecem, mas nem sempre agem com a participação cívica que a democracia merecia e merece. Se é verdade que uma elevada percentagem de portugueses vive indiferente às eleições, também é certo que o direito de escolha não está vedado a ninguém. Isso significa que muitos compatriotas precisam de ser esclarecidos a partir das famílias, dos bancos das escolas e por todas as formas de convencimento, até porque só terá o direito de contestar os serviços prestados pelos eleitos, nos diversos cargos autárquicos ou de âmbito nacional, quem vive com autenticidade a democracia.
O 25 de Abril abriu portas outrora trancadas a muitos homens e mulheres: o direito à liberdade de opinião e de expressão, oral e escrita, à escolha democrática, à participação cívica, à livre associação, ao culto religioso, à frequência escolar de todos os níveis, ao sindicalismo, ao respeito pelas ideias próprias e dos outros; homens e mulheres passam a viver em pé de igualdade com direitos e deveres no campo da intervenção profissional, empresarial, social, desportivo, artístico, académico e familiar. Seria interminável a lista das portas que o 25 de Abril abriu.
Em 2010, aquando da celebração dos 100 anos da nossa freguesia, escrevi um texto alusivo ao “25 de Abril” que pode ser lido aqui.
Fernando Martins