sábado, 28 de outubro de 2017

Dia Mundial da Terceira Idade



Celebra-se hoje, 28 de outubro, o Dia Mundial da Terceira Idade, razão mais do que suficiente para assinalar o facto, ou não pertencesse eu a essa faixa etária. E se porventura já ultrapassei esse estádio da vida, nem por isso deixo de ficar tranquilo, porque certamente já alguém admitiu a hipótese de regulamentar o Dia Mundial da Quarta Idade.
Não sou dos que desdenham destas comemorações porque, no fundo, o que se pretende com elas é chamar a atenção para a realidade da vida concreta dessas pessoas, carentes de mais cuidados e atenções, a diversos níveis, nomeadamente, económicos, sociais, familiares, culturais e de saúde. 
Não sendo o meu caso, que tenho a Lita, minha mulher, há mais de 50 anos, filhos e netos que nos acarinham, a verdade é que há muitos idosos que vivem sós, esquecidos, menosprezados e até abandonados. 
Permitam-me que sublinhe a importância dos menos jovens na sociedade atual, fundamentais na transmissão de saberes, de valores e tradições, contribuindo ainda para a estabilidade familiar, sobretudo pelo exemplo, pela palavra oportuna, pelo conselho carregado de experiência vivida e pelo estímulo de emoções congregadoras. 
Não gostaria de saber que há idosos maltratados, humilhados e atirados para um canto como coisa inútil. Mas fico feliz quando sei que há idosos ocupados a ensinar artes e ofícios, a relatar histórias das suas vidas, a transmitir conhecimentos caídos em desuso, a partilhar sonhos concretizados e a indicar caminhos do bem, do belo e do bom, vivenciados durante décadas. 
Um futuro à medida das necessidades e sonhos das gentes da minha geração.

Fernando Martins

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