A Cúria diocesana vive uma hora marcante na sua missão pastoral. A nomeação do novo Vigário Geral, P. Manuel Joaquim Estêvão da Rocha, pelo nosso Bispo, Dom António Moiteiro, constitui o seu rosto mais visível e, ao mesmo tempo, o pulsar do seu novo ritmo. Tudo acontece num instante: leitura do decreto de nomeação, profissão de fé, assinatura. E o selo do abraço a confirmar o assumir das novas funções.
Para este instante se encaminha o processo de auscultação ao presbitério que o Senhor Bispo decidiu tornar indicativa. Para este instante se polariza a oração de tantos amigos da Igreja diocesana, uma vez aberto o caminho de escolha pelo pedido de cessação de funções do senhor Vigário Geral, Monsenhor João Gaspar e do Pró-Vigário Geral, P. Georgino Rocha.
Este facto marcante faz-me revisitar o tempo em que exerci esta e outras funções como cooperador próximo dos Bispos da Diocese. Pude reencontrar a memória agradecida de rostos amigos em tantas paróquias e comunidades religiosas, movimentos e secretariados, instâncias diocesanas e nacionais. Pude rever gestos de atenção solícita de Dom Manuel de Almeida Trindade, de Dom António Marcelino, de Dom António Francisco e de Dom António Moiteiro. Pude sentir, mais uma vez, o sorriso brilhante de tantos colegas que, do seio de Deus, me acenam e iluminam. Pude acolher de novo, como em súplica insistente, a voz de quem sofre e não vê saída airosa para a sua situação, de quem quer caminhar na vida, mas anda à procura de sentido que valha a pena, de quem não pactua com uma sociedade “líquida” e não dispõe de um ponto firme nem de apoio inabalável para a sua fé, as suas lutas e canseiras, de quem sonha com uma família estável, mas a realidade “fala” mais alto e não cessa de surpreender.
A nomeação do novo Vigário Geral ocorre ainda no ano pastoral dedicado à esperança, integrado no triénio da misericórdia que nos propusemos viver com alegria. É o momento de reganhar a esperança que nos é proposta, tendo já como horizonte próximo a caridade operativa. Esta feliz coincidência não será certamente fortuita, mas providencial, pois como reza o lema original da nossa Diocese: “Amar a Deus é servir”. E servir por amor é certamente a melhor expressão do culto a Deus, da liturgia do Senhor e da acção do Espírito Santo que, por meio da Igreja, incessantemente nos renova e cuida da casa comum da nossa humanidade.
Que Maria, a Senhora da Misericórdia, e Santa Joana, a amiga dos pobres e a defensora da liberdade de consciência, velem com solicitude pela nossa Igreja diocesana em saída missionária e alcancem de Deus uma especial bênção para o novo Vigário Geral no desempenho das suas funções.