sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

D. António Francisco: um bispo próximo e acolhedor

Uma evocação pessoal 



Jamais esquecerei o dia 8 de Dezembro de 2006, data em que D. António Francisco dos Santos entrou solenemente na Sé de Aveiro para ocupar a cadeira de Bispo Residencial. Dia da Imaculada Conceição, Padroeira de Portugal e Mãe da Igreja. À mesma hora em que se dirigia ao Povo de Deus que lhe havia sido confiado pelo Santo Padre, recolhia eu ao hospital com um incómodo de saúde. E se não pude ouvir a sua voz e refletir a sua mensagem, senti a sensibilidade do novo Bispo de Aveiro, no dia seguinte, provavelmente na primeira visita que fez, na diocese, a um doente internado. Estou-lhe muito grato por isso.
Foi assim que conheci, pessoalmente, D. António Francisco, que entrou na cadeia apostólica, entre nós, tendo na retaguarda prelados tão distintos, como homens e como pastores, todos empenhados, cada um à sua maneira, no crescimento do Reino de Deus em terras de Aveiro.
Natural de Tendais, Cinfães, foi nomeado Bispo de Aveiro pelo Papa Bento XVI, em 21 de Setembro de 2006. E na saudação que dirigiu à diocese garantiu que todos teriam lugar no seu coração de bispo. «Que ninguém se sinta sozinho, esquecido, excluído ou à margem do meu desvelo de servir, independentemente da sua condição social, convicção de fé, cor ou cultura.»
Com estes propósitos, D. António Francisco recordou, na tomada de posse: «Sou uma diocese nova, recém-restaurada. Mas o caminho percorrido é grande e belo, com etapas marcantes de dois Sínodos diocesanos a cujos dinamismos me vinculo. É meu dever assumi-los. É meu desejo continuá-los. Há vidas doadas a Deus, à Igreja e ao Seu Povo, que hoje e sempre devemos recordar, agradecer e merecer.»
Num olhar atento, percebe-se que D. António Francisco é, essencialmente, um bispo com uma capacidade rara para ouvir, sem pressas. Atento ao mundo e à diocese, o seu espaço de intervenção pessoal, direta e próxima, o nosso Bispo privilegia a pessoa, com todos os seus problemas e anseios, mas ainda com as suas limitações e dificuldades.
Pessoalmente, não posso deixar de apreciar a sua serenidade, a sua humildade no contacto com todos, a sua fé esclarecida e atuante, o seu desejo de inovar e a procura das melhores soluções, para implantar e dinamizar o Reino de Deus entre nós.

Fernando Martins

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