Moliceiros na Ria |
Mais uma fotografia achada numa gaveta. É um postal representativo de Aveiro, com pessoas que os mais velhos conheceram, direi a propósito. Com bonés a condizer e descalços. Não seria dia de trabalho, mas de festa ou de feira, acrescento eu. Mas os entendidos é que sabem disto. E dirão, por certo, alguma coisa. De moliceiros e outros barcos da ria só sei o que se via de terra. É verdade que também passeei pela laguna de bateira, de moliceiro e mercantel, mas se calhar só me faltava a gravata. Numa bateira, do tio Manuel Elviro, apanhei um susto para a vida. Fomos à marinha passar um dia de trabalho e no regresso o vento era tanto que até nem sentados estávamos bem, tal era a inclinação. O tio Manuel Elviro, ao leme, ria-se do meu susto. Os filhos já estavam habituados, mas eu era verde nestas andanças. Quem também se ria muito era o Ângelo, falecido há meses. Que Deus o tenha na felicidade que ele merece.