Imigrante
Tenho lido, ultimamente, notícias de imigrantes desapontados com Portugal. Com os brasileiros a liderarem o pelotão, têm estado a regressar aos seus países, por não verem hipóteses de governar vida por aqui. Sem perspetivas de futuro, partem e deixam-nos porventura mais pobres, mais sós.
Os imigrantes vieram na esperança de emprego garantido e ordenado certo, mas esse tempo já lá vai. Faziam tudo mas nem todos foram felizes. Empregadores desonestos sugaram-lhe o sangue, deixando-os ainda mais pobres. Não houve legislação nem pulso das nossas autoridades que evitassem a exploração de muitos imigrantes. Executavam tarefas que os portugueses recusavam.
Fábricas começam a ser deslocalizadas e a fechar as portas. A crise instala-se no mundo. Portugal, um país pobre e muito dependente do exterior, não suporta o peso da apatia económico-financeira de décadas. O desemprego instala-se e alastra. Os imigrantes são os que mais sobrem. Os apoios sociais escapam à grande maioria. E a hora da fuga, para os países de origem ou para qualquer outro sítio, chegou. Estão de partida e mais tarde ou mais cedo vamos reconhecer que nos fazem muita falta.