Trabalho gráfico de Hugo Marques
Foto de Luís Efigénio/NFACTOS
Foto da Coleção do Museu Marítimo de Ílhavo
O MAR: UMA PRIORIDADE NACIONAL
A REVISTAÚNICA do Expresso desta semana é dedicada ao mar. Quem gosta de tudo quanto diz respeito ao mar vai, decerto, guardar este número, para ler com mais calma.
Há muito que o mar anda longe das preocupações dos nossos políticos e empresários. A UE cortou as asas aos portugueses, que não puderam ou não souberam reagir. A nossa frota bacalhoeira, de tantas tradições entre nós, desde há séculos, foi obrigada a apodrecer nos cais. Muitos trabalhadores tiveram que dar asas à sua imaginação para se adaptarem a outras vidas. Foi, de alguma forma, um dos maiores desastres do nosso país.
A revista inclui textos do Presidente da República, Cavaco Silva, e de economistas, artistas, desportistas, historiadores e cientistas, à volta de uma grande questão: Portugal e o mar: saída à vista? Para ler e pensar. Tudo com ilustrações belíssimas a condizer.
Em entrevista, Maria Damanaki, comissária europeia com a pasta dos Assuntos Marítimos e Pescas, diz que «É um sonho ter fronteiras comuns no mar da União Europeia», garantindo que «Uma política marítima integrada traz valor acrescentado a todos». Refere ainda que «Portugal é um dos países mais cooperantes nas questões marítimas», porque «Tem tradição e vontade política».
Numa reportagem, intitulada O regresso dos bacalhoeiros, afirma-se que, «Após mais de uma década de ausência, os bacalhoeiros portugueses regressaram aos mares gelados da Gronelândia e da Terra Nova, mas o bacalhau continua a ser um bem escasso». Congratulemo-nos, ao menos, com o regresso.
Por sua vez, no texto que escreveu, o Presidente Cavaco Silva termina assim as suas considerações, que tiveram como ponto de partida «O mar: uma prioridade nacional»:
«Na conjuntura atual, talvez mais do que nunca, sente-se a falta de desígnios nacionais que contribuam para dar mais coesão e mais autoestima aos portugueses. O mar, despojado de messianismos, enquanto ativo estratégico e económico nacional, poderá consistir num dos desígnios que hoje nos faltam. Do que é que hoje estamos à espera?»
FM
Nota: Com Acordo Ortográfico