Macau
1. Neste 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, será apresentado o resultado da eleição das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo http://www.7maravilhas.sapo.pt/ De 27 monumentos que retratam percursos da nossa história universalista, o convite à eleição de sete ergue-se como uma oportunidade privilegiada de melhor conhecermos aquilo que foram os passos absolutamente inovadores de nossos antepassados dos séculos XV-XVI. Fortalezas, mosteiros, igrejas e tantos outros monumentos reflexo de sociedades daquela época ficaram como registo de presença cuja nossa memória deverá preservar. Não, todavia, num olhar saudosista que paralisa os desafios do presente, mas sim numa visão atenta que saiba capitalizar a matriz globalista e intercultural dos portugueses.
2. Na medida em que entramos no conhecimento destes monumentos e da sua história ficamos maravilhados com tantas edificações surpreendentes. Tantas vezes o que parecia impossível foi realizado e edificado, mesmo em tempos recorde e na defesa de gentes e patrimónios. É um valor inestimável estar pelo mundo semeada uma presença dos portugueses que, para além de grandes monumentos, contém o património linguístico e mesmo uma interculturalidade sanguínea. Facto histórico indesmentível: outros povos descobridores ou conquistadores fechavam-se em seus castelos e fortificações; os portugueses, na generalidade, procuraram o contacto, geraram prole, assumiram a miscigenação como modo de presença pessoal.
3. Se o tempo ajuda a purificar as memórias dos abusos tidos na história, todavia, o tempo não deve fazer perder e esquecer o melhor dos passos andados. Sem mitologias nostálgicas de que somos um povo predestinado, mas sem o pessimismo arrastador que nos impede de avançar e arriscar, valerá a pena acompanhar este concurso das sete maravilhas como uma aula de história rica de memória e, também, de projecto.
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Alexandre Cruz