A ponte da Barra está quase pronta. Um dia destes andei por lá a vê-la e a confirmar a sua beleza, não tanto pela sua grandeza, mas sobretudo pelo belo enquadramento paisagístico e pela ligação que estabelece entre terras vizinhas, que comungam da mesma matriz. Gafanhas e praias são terras irmãs, mas estiveram, durante séculos, separadas pela ria.
A ponte veio enaltecer a proximidade reclamada há muito pelas pessoas. Havia uma ponte de madeira que, frequentemente, pregava muitos sustos a quem por ela circulava. Esta, de cimento armado, tranquilizou toda a gente. Mas em determinada altura começou a ceder. Os técnicos diziam que não havia perigo, mas nem sempre é bom confiar cegamente. Feita a reparação há muito exigida, verifica-se que a depressão, no centro, continua. Não há perigo, acredito. Mas não seria melhor terem disfarçado o desnível? Eu penso que sim.