A 8 de Abril de 2005, dia em que se celebraram as solenes exéquias do João Paulo II, Roma tornou-se, por algumas horas, a capital espiritual de todo o mundo.
O balanço possível do seu pontificado ainda está por fazer e só o tempo, com a sua sabedoria e paciência, se encarregará de dar respostas para as tantas perguntas que se fazem sobre esta figura ímpar da história da Igreja e do mundo.
Muita gente, ainda hoje, continua a interrogar-se sobre o que é que aquele homem tinha para ser admirado, respeitado e atentamente escutado por tantos milhões de pessoas, independentemente das suas religiões, das suas opções políticas, da cor da sua pele, de ser jovem ou idoso, rico ou pobre.
Nunca, como no seu funeral, tantos Chefes de Estado, de Governo, Reis, Príncipes e líderes Religiosos se juntaram, num mesmo lugar, para prestarem homenagem a uma só pessoa.
E que dizer do povo anónimo que, de todas as partes do mundo, literalmente, invadiu a cidade de Roma, como nunca ninguém tinha presenciado até aí?
Porquê tudo isto? Qual o sentido deste tipo de comportamentos? O é que é que eles podem acrescentar à vida futura do homem? Afinal, será que podemos aprender alguma coisa com o que foi a vida e a morte de João Paulo II?
O filósofo e historiador inglês Christopher Dawson (1889-1970) tem uma afirmação que diz: “Para mudar o mundo, ao cristão, basta sê-lo”, não me parecendo abusivo dizer que, por o ser, João Paulo II era um dos grandes protagonistas pelas transformações que se estavam a passar no mundo.
Ultraconservador para uns, sobretudo em questões de moral e costumes, ou demasiado progressista, para outros, pela maneira exagerada como incentivou o diálogo ecuménico ou o diálogo inter-religioso, João Paulo II não foi um homem que procurasse a falsa unanimidade, sempre estéril e perigosa. Procurava, isso sim, construir pontes e derrubar barreiras, para que, deste modo, os homens bons se aproximassem uns dos outros e, nas suas legítimas diferenças, pudessem encontrar aquilo que os unia, o amor, a paz e o bem de toda a Humanidade.
Entrou em sinagogas, vergou-se no Muro das Lamentações, rezou com budistas, muçulmanos, chefes índios e africanos, como se sentisse a obrigação de ser o primeiro a dar testemunho daquilo em que acreditava. Não excluía ninguém. Todos não eram demais!
Dalai Lama percebeu muito bem o que movia aquele Papa e disse que o louvava pela vontade de “ajudar a Humanidade através da espiritualidade.”
Nessa manhã, do dia 8 de Abril de 2005, naquela urna de cipreste, estava um homem que tinha feito do seu poder espiritual a sua grande força, a tal força que os chamados poderosos e líderes políticos mundiais não têm para oferecer.
Do dia 2 ao dia 8 de Abril de 2005, em Roma e por todo o mundo, os milhões e milhões de pessoas do povo anónimo, que sofre e é esmagado nos seus direitos fundamentais, estiveram, sempre, enviando mensagens claras aos chamados senhores do mundo e que eu me atreveria a interpretar assim: Aquilo que mais precisamos vocês não nos podem dar. Contudo, este homem devolveu-nos a esperança de que é possível reaver este valor essencial: o valor da dimensão espiritual do homem, através da qual se busca a verdade e a justiça para todos. Isto não se compra com o vosso dinheiro e poder e não se disfarça com o consumismo que teimam em oferecerem-nos.
Tal há três anos, esta mensagem de esperança tem que continuar a fazer-se ouvir no mundo, para que este nunca esqueça que existem homens bons – ontem, hoje e sempre!
O balanço possível do seu pontificado ainda está por fazer e só o tempo, com a sua sabedoria e paciência, se encarregará de dar respostas para as tantas perguntas que se fazem sobre esta figura ímpar da história da Igreja e do mundo.
Muita gente, ainda hoje, continua a interrogar-se sobre o que é que aquele homem tinha para ser admirado, respeitado e atentamente escutado por tantos milhões de pessoas, independentemente das suas religiões, das suas opções políticas, da cor da sua pele, de ser jovem ou idoso, rico ou pobre.
Nunca, como no seu funeral, tantos Chefes de Estado, de Governo, Reis, Príncipes e líderes Religiosos se juntaram, num mesmo lugar, para prestarem homenagem a uma só pessoa.
E que dizer do povo anónimo que, de todas as partes do mundo, literalmente, invadiu a cidade de Roma, como nunca ninguém tinha presenciado até aí?
Porquê tudo isto? Qual o sentido deste tipo de comportamentos? O é que é que eles podem acrescentar à vida futura do homem? Afinal, será que podemos aprender alguma coisa com o que foi a vida e a morte de João Paulo II?
O filósofo e historiador inglês Christopher Dawson (1889-1970) tem uma afirmação que diz: “Para mudar o mundo, ao cristão, basta sê-lo”, não me parecendo abusivo dizer que, por o ser, João Paulo II era um dos grandes protagonistas pelas transformações que se estavam a passar no mundo.
Ultraconservador para uns, sobretudo em questões de moral e costumes, ou demasiado progressista, para outros, pela maneira exagerada como incentivou o diálogo ecuménico ou o diálogo inter-religioso, João Paulo II não foi um homem que procurasse a falsa unanimidade, sempre estéril e perigosa. Procurava, isso sim, construir pontes e derrubar barreiras, para que, deste modo, os homens bons se aproximassem uns dos outros e, nas suas legítimas diferenças, pudessem encontrar aquilo que os unia, o amor, a paz e o bem de toda a Humanidade.
Entrou em sinagogas, vergou-se no Muro das Lamentações, rezou com budistas, muçulmanos, chefes índios e africanos, como se sentisse a obrigação de ser o primeiro a dar testemunho daquilo em que acreditava. Não excluía ninguém. Todos não eram demais!
Dalai Lama percebeu muito bem o que movia aquele Papa e disse que o louvava pela vontade de “ajudar a Humanidade através da espiritualidade.”
Nessa manhã, do dia 8 de Abril de 2005, naquela urna de cipreste, estava um homem que tinha feito do seu poder espiritual a sua grande força, a tal força que os chamados poderosos e líderes políticos mundiais não têm para oferecer.
Do dia 2 ao dia 8 de Abril de 2005, em Roma e por todo o mundo, os milhões e milhões de pessoas do povo anónimo, que sofre e é esmagado nos seus direitos fundamentais, estiveram, sempre, enviando mensagens claras aos chamados senhores do mundo e que eu me atreveria a interpretar assim: Aquilo que mais precisamos vocês não nos podem dar. Contudo, este homem devolveu-nos a esperança de que é possível reaver este valor essencial: o valor da dimensão espiritual do homem, através da qual se busca a verdade e a justiça para todos. Isto não se compra com o vosso dinheiro e poder e não se disfarça com o consumismo que teimam em oferecerem-nos.
Tal há três anos, esta mensagem de esperança tem que continuar a fazer-se ouvir no mundo, para que este nunca esqueça que existem homens bons – ontem, hoje e sempre!
Vítor Amorim