NÃO NOS ESQUEÇAMOS DE PARTILHAR
O dia que hoje assinalamos – Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza – tem mesmo de nos fazer pensar. Confesso que nem sei bem o que hei-de dizer, depois de tanto já ter lido sobre o tema. É por demais evidente que todos estamos muito agarrados àquela ideia de que “pobres sempre os teremos”, ficando, por isso, muito tranquilos. Verdade seja dita que pobres não são só os que não têm o essencial para se alimentarem no dia-a-dia. Há muitíssimas formas de pobreza, mas a que mais vem à colação é a que está ligada à falta de pão. As outras “pobrezas” ficam relegadas para um plano secundário. Nesta linha, aceita-se a velha máxima, porquanto não estará ao nosso alcance debelar a pobreza que é a infelicidade de muita gente. Quando muito, poderemos admitir que, mesmo aí, haverá sempre a possibilidade de algo sair de nós para ajudar quem sobre, no corpo ou na alma.
Voltando então à pobreza que caracteriza a falta de meios para viver com dignidade, custa-me aceitar que os cientistas, nomeadamente os economistas, não consigam descobrir formas palpáveis que conduzam à erradicação da pobreza.
Há cerca de um ano foi premiado com o Nobel o criador do banco do microcrédito, para ajudar famílias e pessoas no lançamento de projectos que oferecessem meios de sustento. Depois tudo se calou. Os grandes bancos e os seus lucros fabulosos, mais os seus escândalos de permeio, distraíram-nos. Os pobres continuam por aí, à nossa porta inclusive. Os pobres envergonhados, diz-se, estarão a ser cada vez mais. Serenos, indiferentes mesmo, nós todos continuaremos a saber disso e de muito mais, mas pouco fazemos para erradicar a pobreza.
Eu sei que há muita gente que se dedica aos outros, abdicando de tudo, mas continuo a pensar que a luta contra a pobreza tem de passar, também, pela luta em favor de mais justiça social, de mais envolvimento das pessoas nos lugares de decisão, de mais denúncia do que está mal, paralelamente ao anúncio de decisões que sirvam para apoiar e estimular os que mais precisam.
E já agora, não nos esqueçamos de partilhar, no dia-a-dia, o que pudermos com os que sofrem à nossa porta.
FM
O dia que hoje assinalamos – Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza – tem mesmo de nos fazer pensar. Confesso que nem sei bem o que hei-de dizer, depois de tanto já ter lido sobre o tema. É por demais evidente que todos estamos muito agarrados àquela ideia de que “pobres sempre os teremos”, ficando, por isso, muito tranquilos. Verdade seja dita que pobres não são só os que não têm o essencial para se alimentarem no dia-a-dia. Há muitíssimas formas de pobreza, mas a que mais vem à colação é a que está ligada à falta de pão. As outras “pobrezas” ficam relegadas para um plano secundário. Nesta linha, aceita-se a velha máxima, porquanto não estará ao nosso alcance debelar a pobreza que é a infelicidade de muita gente. Quando muito, poderemos admitir que, mesmo aí, haverá sempre a possibilidade de algo sair de nós para ajudar quem sobre, no corpo ou na alma.
Voltando então à pobreza que caracteriza a falta de meios para viver com dignidade, custa-me aceitar que os cientistas, nomeadamente os economistas, não consigam descobrir formas palpáveis que conduzam à erradicação da pobreza.
Há cerca de um ano foi premiado com o Nobel o criador do banco do microcrédito, para ajudar famílias e pessoas no lançamento de projectos que oferecessem meios de sustento. Depois tudo se calou. Os grandes bancos e os seus lucros fabulosos, mais os seus escândalos de permeio, distraíram-nos. Os pobres continuam por aí, à nossa porta inclusive. Os pobres envergonhados, diz-se, estarão a ser cada vez mais. Serenos, indiferentes mesmo, nós todos continuaremos a saber disso e de muito mais, mas pouco fazemos para erradicar a pobreza.
Eu sei que há muita gente que se dedica aos outros, abdicando de tudo, mas continuo a pensar que a luta contra a pobreza tem de passar, também, pela luta em favor de mais justiça social, de mais envolvimento das pessoas nos lugares de decisão, de mais denúncia do que está mal, paralelamente ao anúncio de decisões que sirvam para apoiar e estimular os que mais precisam.
E já agora, não nos esqueçamos de partilhar, no dia-a-dia, o que pudermos com os que sofrem à nossa porta.
FM