OUTONO
O outono montou a sua tenda branca sobre os montes;
tiraram-lhe o tapete verdejante.
O ramo do jasmim perdeu os seus adornos
e a rósea olaia deixa cair as suas flores.
O pálido marmelo amarelece; a romã cora;
ó surpresa! terá um deles bebido o sangue do outro?
Os jardins estão assombrados por negros saltadores:
os negros corvos, com as suas vestes manchadas de pez.
Esses bailarinos do outono começaram a agitar-se;
as aves da primavera calaram os seus brandos concertos.
Amáveis servidores, para festejar o equinócio,
trazem os seus presentes ao afortunado príncipe.
E o longínquo mar encarregou a nuvem
de lhe lançar no trono, de presente, algumas pérolas.
Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo,
In “A Rosa do Mundo”