MAIS MOLICEIROS DAVAM
OUTRO ENCANTO À PROCISSÃO
D. António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro, abriu, no sábado, com uma eucaristia vespertina, celebrada no clube Stella Maris, as festas em honra de Nossa Senhora dos Navegantes. À homilia, D. António frisou que Nossa Senhora dos Navegantes “será sempre para nós, cristãos, e, através dos cristãos, para o mundo a Estrela do Mar e a Mãe do Bom Sucesso, como os pescadores e os marinheiros a invocam”.
Sublinhando que estávamos no Stella Maris, clube da Obra do Apostolado do Mar, o Bispo de Aveiro lançou um apelo “à urgência de uma pastoral interventiva”, adequada a este mundo em mudança. Referiu que o Stella Maris quer ser “farol da Estrela do Mar” e ancoradouro de fé, mas também de “acolhimento fraterno”, onde as “forças se retemperam e a energia espiritual se reencontra”. Admirando a coragem dos homens do mar, D. António enalteceu as suas virtudes e a sua generosidade, confiando à Senhora dos Navegantes “as suas intenções, súplicas e preces”.
A festa da Senhora dos Navegantes é uma iniciativa do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré (GEGN), contando com o apoio da paróquia, do Stella Maris, das autarquias, de diversas entidades e de particulares. Este ano, integrou-se nas comemorações em curso dos 200 anos da abertura da Barra de Aveiro, que ocorreu em 3 de Abril de 1808, pelas 7 horas da noite, como reza a história.
Para além da eucaristia de sábado, os festejos tiveram outros momentos significativos, nomeadamente a procissão pela ria, com Nossa Senhora envolvida por embarcações de pesca e de recreio, bem como de outras fainas lagunares, todas cheias de gente. Ano após ano, esta é uma experiência rara para muitos. Rara, porque proporciona a alguns a oportunidade de ver e de sentir a ria por dentro, com a alegria a marcar presença contagiante.
Depois da procissão, a Filarmónica Gafanhense e os ranchos folclóricos convidados emprestaram um colorido festivo ao arraial que se seguiu à celebração da missa, presidida pelo Bispo de Aveiro, junto à igreja da Senhora dos Navegantes. Esta igreja acastelada foi benzida há 144 anos, precisamente em 6 de Setembro de 1863.
Nas margens da laguna aveirense, muitos acorreram para saudar a Senhora dos Navegantes. Em São Jacinto, porém, como já vem sendo hábito, a devoção à Virgem atingiu um ponto muito alto. Flores e saudações, fanfarra e a imagem da Senhora das Areias testemunharam a fé das gentes daquela freguesia do concelho de Aveiro.
No Forte da Barra, a Senhora dos Navegante foi recebida com emoção por muita gente, directa ou indirectamente ligada ao mar e à ria. Depois da eucaristia, actuou a Filarmónica Gafanhense e houve Folclore, com a participação do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, do Grupo Folclórico e Recreativo de Tabuadelo (Guimarães), do Rancho Folclórico “Camponeses da Beira-Ria (Murtosa) e do Rancho Folclórico da Ribeira (Ovar).
Alfredo Ferreira da Silva, presidente do GEGN e responsável pela organização, adiantou ao “Correio do Vouga” que esta iniciativa nasceu aquando da participação do grupo na EXPO’98, na sequência de uma troca de impressões com ranchos etnográficos de outras terras piscatórias. Depois da reflexão que se impôs, foi retomada a tradição, que tem vindo a merecer cada vez mais aceitação do povo destas terras banhadas pela ria e pelo mar, disse. No entanto, referiu uma dificuldade: “falta-nos o que havia antigamente em grande quantidade: mais barcos moliceiros, que davam outro encanto à procissão.”
Fernando Martins
D. António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro, abriu, no sábado, com uma eucaristia vespertina, celebrada no clube Stella Maris, as festas em honra de Nossa Senhora dos Navegantes. À homilia, D. António frisou que Nossa Senhora dos Navegantes “será sempre para nós, cristãos, e, através dos cristãos, para o mundo a Estrela do Mar e a Mãe do Bom Sucesso, como os pescadores e os marinheiros a invocam”.
Sublinhando que estávamos no Stella Maris, clube da Obra do Apostolado do Mar, o Bispo de Aveiro lançou um apelo “à urgência de uma pastoral interventiva”, adequada a este mundo em mudança. Referiu que o Stella Maris quer ser “farol da Estrela do Mar” e ancoradouro de fé, mas também de “acolhimento fraterno”, onde as “forças se retemperam e a energia espiritual se reencontra”. Admirando a coragem dos homens do mar, D. António enalteceu as suas virtudes e a sua generosidade, confiando à Senhora dos Navegantes “as suas intenções, súplicas e preces”.
A festa da Senhora dos Navegantes é uma iniciativa do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré (GEGN), contando com o apoio da paróquia, do Stella Maris, das autarquias, de diversas entidades e de particulares. Este ano, integrou-se nas comemorações em curso dos 200 anos da abertura da Barra de Aveiro, que ocorreu em 3 de Abril de 1808, pelas 7 horas da noite, como reza a história.
Para além da eucaristia de sábado, os festejos tiveram outros momentos significativos, nomeadamente a procissão pela ria, com Nossa Senhora envolvida por embarcações de pesca e de recreio, bem como de outras fainas lagunares, todas cheias de gente. Ano após ano, esta é uma experiência rara para muitos. Rara, porque proporciona a alguns a oportunidade de ver e de sentir a ria por dentro, com a alegria a marcar presença contagiante.
Depois da procissão, a Filarmónica Gafanhense e os ranchos folclóricos convidados emprestaram um colorido festivo ao arraial que se seguiu à celebração da missa, presidida pelo Bispo de Aveiro, junto à igreja da Senhora dos Navegantes. Esta igreja acastelada foi benzida há 144 anos, precisamente em 6 de Setembro de 1863.
Nas margens da laguna aveirense, muitos acorreram para saudar a Senhora dos Navegantes. Em São Jacinto, porém, como já vem sendo hábito, a devoção à Virgem atingiu um ponto muito alto. Flores e saudações, fanfarra e a imagem da Senhora das Areias testemunharam a fé das gentes daquela freguesia do concelho de Aveiro.
No Forte da Barra, a Senhora dos Navegante foi recebida com emoção por muita gente, directa ou indirectamente ligada ao mar e à ria. Depois da eucaristia, actuou a Filarmónica Gafanhense e houve Folclore, com a participação do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, do Grupo Folclórico e Recreativo de Tabuadelo (Guimarães), do Rancho Folclórico “Camponeses da Beira-Ria (Murtosa) e do Rancho Folclórico da Ribeira (Ovar).
Alfredo Ferreira da Silva, presidente do GEGN e responsável pela organização, adiantou ao “Correio do Vouga” que esta iniciativa nasceu aquando da participação do grupo na EXPO’98, na sequência de uma troca de impressões com ranchos etnográficos de outras terras piscatórias. Depois da reflexão que se impôs, foi retomada a tradição, que tem vindo a merecer cada vez mais aceitação do povo destas terras banhadas pela ria e pelo mar, disse. No entanto, referiu uma dificuldade: “falta-nos o que havia antigamente em grande quantidade: mais barcos moliceiros, que davam outro encanto à procissão.”
Fernando Martins