Se as ciências exactas não são tão exactas quanto se fazem crer, as outras, a grande maioria, com uma infinidade de causas, declinações, cruzamentos, hipóteses, evoluções imprevisíveis e desgaste do tempo, são duma enorme fragilidade de análise. À medida que mergulhamos nos dados da história nos apercebemos da grande humildade que se exige para não dizer apenas sim e não, preto e branco, bom e mau. E ainda menos, provisório ou definitivo. Esta procura não é doentia, nem fruto das convulsões dos tempos. Pelo contrário: cada vez há mais gente cansada do momentâneo e incerto, do relativo e volúvel, da dúvida e incerteza. Daí, possivelmente, o recurso aos absolutos do transcendente, preternatural, para não falar dos mistérios caseiros, curas, cartomancias e benzeduras.
Sendo tecnicamente iguais os anos, horas, minutos e segundos em todos os tempos, percebemos que as análises e desenvolvimentos dependem muito das velocidades da mudança, da correria do tempo nas diferentes tábuas da história.
Ao celebrar-se mais um aniversário da Revolução do 25 de Abril de 1974 sempre se precipitam as análises de ar científico nos acontecimentos desenhados nos últimos anos da nossa história. E a verdade vem ao de cima: crescem analistas embrulhados nas suas próprias experiências, ideologias e dogmatismos. Em cada ano fazem parar a história para repetirem as próprias histórias. Recusam submeter a leitura aos critérios do todo, do tempo, dos contextos. Como se a Revolução dos Cravos fosse o único elemento a atravessar-se na nossa caminhada. Tivesse ou não havido a revolução não estaríamos hoje como em 1974. Multiplicam-se as causas das inúmeras transformações que se operaram na família, na cultura, na política, na Igreja. Requisita-se assim, aos sábios, uma leitura serena dos eventos no seu significado integral e não apenas em meia dúzia de foguetes mais vistosos. A história faz-se com a emersão de elementos escondidos e aparentemente insignificantes que alimentam os grandes troncos. Como a água, humilde e casta que alimenta, sem se ver, as grandes florestas. Ainda estamos muito longe de compreender os factos que irrigaram a nossa história, para esta chegar como chegou até nós.
Sendo tecnicamente iguais os anos, horas, minutos e segundos em todos os tempos, percebemos que as análises e desenvolvimentos dependem muito das velocidades da mudança, da correria do tempo nas diferentes tábuas da história.
Ao celebrar-se mais um aniversário da Revolução do 25 de Abril de 1974 sempre se precipitam as análises de ar científico nos acontecimentos desenhados nos últimos anos da nossa história. E a verdade vem ao de cima: crescem analistas embrulhados nas suas próprias experiências, ideologias e dogmatismos. Em cada ano fazem parar a história para repetirem as próprias histórias. Recusam submeter a leitura aos critérios do todo, do tempo, dos contextos. Como se a Revolução dos Cravos fosse o único elemento a atravessar-se na nossa caminhada. Tivesse ou não havido a revolução não estaríamos hoje como em 1974. Multiplicam-se as causas das inúmeras transformações que se operaram na família, na cultura, na política, na Igreja. Requisita-se assim, aos sábios, uma leitura serena dos eventos no seu significado integral e não apenas em meia dúzia de foguetes mais vistosos. A história faz-se com a emersão de elementos escondidos e aparentemente insignificantes que alimentam os grandes troncos. Como a água, humilde e casta que alimenta, sem se ver, as grandes florestas. Ainda estamos muito longe de compreender os factos que irrigaram a nossa história, para esta chegar como chegou até nós.