PROFECIA
NO NOSSO TEMPO?
Tudo tem o seu tempo e a sua hora. Tudo vai rodando. De forma que a história se vai repetindo e refrescando, sempre igual e sempre diferente.Com as culturas, civilizações, crenças, sucessão de impérios, descobertas, muitas delas ingenuamente tomadas como invenções. Tudo afinal está encontrado e o fascínio de tudo redescobrir torna o homem protagonista do seu tempo, na ilusão de ter reinventado tudo. É bonito este ciclo, esta infância redescoberta da criação, vista pelos crentes como continuidade do Génesis.
Também no nosso tempo. Plasmados pelo novo, nunca visto, nunca usado, nunca ultrapassado sentimos, na velocidade e na multiplicação até ao infinito das hipóteses lançadas pela ciência, tecnologia e comunicação, a ilusão do nunca acontecido e o orgulho da página nova de história que se escreve nas nossas vidas.
Mesmo com a certeza de que não inventámos a pólvora, somos convidados a celebrar o nosso tempo como um dom renovado de Deus ao homem. Não se trata duma cegueira ilusória que coloca o humano contra o divino, o tempo contra a eternidade. Se é bom relativizar muitas das nossas mecânicas certezas, é importante sentir que trouxemos à história o nosso contributo bem diferente de algumas maldições que pairam sobre a nossa forma de edificar o tempo. A modernidade tem o seu quê de novo, rico, humano, e solidário. É muito mais que um amontoado de lixos formados por música estridente, arquitectura quadrada, pintura de jacto, poesia depressiva e romances fatalistas. Somos muito mais que um grupo aniquilado de drogados, visionários esquizofrénicos ou sonhadores extasiados pelo vazio. A procura dos valores espirituais ou culturais do nosso tempo tem de situar-se nos módulos da contemporaneidade e não nas categorias dum passado que teve o seu olhar e o tempo de se dizer. Dizer o presente com o passado é distorcer toda a leitura e cercear os novos caminhos que o nosso tempo tem todo o direito de abrir e criar. Estará na moda definir esta geração como viciada de relativismo. Como se o seu contrário fosse apenas virtude. Como se os novos valores pousassem sobre o abismo. Isso seria a recusa do Espírito como estímulo dos novos passos da história. Digamos doutra forma: andam por aí os profetas. Não é justo aniquilá-los por simples arritmia. Cultural ou religiosa
Tudo tem o seu tempo e a sua hora. Tudo vai rodando. De forma que a história se vai repetindo e refrescando, sempre igual e sempre diferente.Com as culturas, civilizações, crenças, sucessão de impérios, descobertas, muitas delas ingenuamente tomadas como invenções. Tudo afinal está encontrado e o fascínio de tudo redescobrir torna o homem protagonista do seu tempo, na ilusão de ter reinventado tudo. É bonito este ciclo, esta infância redescoberta da criação, vista pelos crentes como continuidade do Génesis.
Também no nosso tempo. Plasmados pelo novo, nunca visto, nunca usado, nunca ultrapassado sentimos, na velocidade e na multiplicação até ao infinito das hipóteses lançadas pela ciência, tecnologia e comunicação, a ilusão do nunca acontecido e o orgulho da página nova de história que se escreve nas nossas vidas.
Mesmo com a certeza de que não inventámos a pólvora, somos convidados a celebrar o nosso tempo como um dom renovado de Deus ao homem. Não se trata duma cegueira ilusória que coloca o humano contra o divino, o tempo contra a eternidade. Se é bom relativizar muitas das nossas mecânicas certezas, é importante sentir que trouxemos à história o nosso contributo bem diferente de algumas maldições que pairam sobre a nossa forma de edificar o tempo. A modernidade tem o seu quê de novo, rico, humano, e solidário. É muito mais que um amontoado de lixos formados por música estridente, arquitectura quadrada, pintura de jacto, poesia depressiva e romances fatalistas. Somos muito mais que um grupo aniquilado de drogados, visionários esquizofrénicos ou sonhadores extasiados pelo vazio. A procura dos valores espirituais ou culturais do nosso tempo tem de situar-se nos módulos da contemporaneidade e não nas categorias dum passado que teve o seu olhar e o tempo de se dizer. Dizer o presente com o passado é distorcer toda a leitura e cercear os novos caminhos que o nosso tempo tem todo o direito de abrir e criar. Estará na moda definir esta geração como viciada de relativismo. Como se o seu contrário fosse apenas virtude. Como se os novos valores pousassem sobre o abismo. Isso seria a recusa do Espírito como estímulo dos novos passos da história. Digamos doutra forma: andam por aí os profetas. Não é justo aniquilá-los por simples arritmia. Cultural ou religiosa