do ministro
das Finanças
O ministro das Finanças tem mantido uma atitude de sereno optimismo quanto ao cumprimento da meta para o défice orçamental deste ano. É uma meta difícil, pois implica descer de 6% do PIB em 2005 para 4,6% em 2006. Ou seja, 1,4 pontos percentuais num só ano, façanha que o Estado português jamais conseguiu no passado.
A tranquilidade - pelo menos aparente - de Teixeira dos Santos transmite confiança, dando a impressão de que as contas públicas estão controladas. Mas se os factos vierem a desmentir o ministro, ainda que apenas por algumas décimas, o rombo na credibilidade governamental será considerável, em Portugal e no estrangeiro.
A aposta arriscada do Governo conta com alguns factores a seu favor. A ligeira melhoria na conjuntura económica nacional, em primeiro lugar. Se o PIB crescer este ano acima do previsto, a meta da redução do défice terá mais possibilidades de ser atingida. Porque a percentagem indicada se fará em relação a um PIB maior e porque o crescimento económico aumenta a colecta fiscal. Mas, por enquanto, trata-se mais de uma esperança do que de um facto. Até porque a recuperação verificada no primeiro trimestre assenta numa forte subida das exportações de bens e serviços, que os números de Abril não confirmam.
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