Com mais
de dois mil anos
da era cristã
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Olhando friamente para esta guerra que ferve, fico pensativo: como é possível que, com mais de dois mil anos da era cristã, os homens não sejam capazes de se entender? Israelitas e árabes odeiam-se de morte, precisamente na terra onde Jesus nasceu.
Penso que por ali, por onde Jesus caminhou e falou, ensinando regras de sã convivência, apoiadas no mandamento que nos deixou (amai-vos uns aos outros como eu vos amei), será difícil haver um entendimento nas próximas gerações. Os radicalismos de ambas as partes, a incapacidade de perdoar e os ódios ancestrais não deixarão que a paz seja uma constante para aqueles povos.
Se é verdade que os terrorismos árabes não podem ser compreendidos e justificados pelo mundo, o mesmo mundo também não pode aceitar que Israel massacre um país, o Líbano (os antigos fenícios, navegadores e comerciantes), destruindo-o e matando um povo indefeso. Os ataques das tropas israelitas estão a ser desproporcionados, apesar dos argumentos de que pretendem acabar com os terroristas. Israel não quererá desaparecer do mapa. Mas sabe que, se perder a guerra, o Estado hebraico não terá hipótese de sobrevivência. Daí o desespero com que luta há tantos anos, numa região que lhe é hostil.
Toda a gente pede o fim da guerra. Toda a gente reclama o diálogo. Contudo, nada se vislumbra e o conflito ainda pode vir a alargar-se, com o envolvimento da Síria e do Irão. Depois será o caos na terra onde Jesus nasceu e viveu.
Fernando Martins