Cumpriram-se 100 dias sobre a eleição de Bento XVI, a 19 de Abril, tempo mais que suficiente para que o Papa, que muitos classificavam como distante e frio, tenha sabido ganhar o carinho dos católicos.
As constantes referências a João Paulo II, o seu predecessor, ajudam a criar esse clima de simpatia, reforçado pela decisão de dispensar o período de espera de cinco anos para que se iniciasse o processo de beatificação. “Be-ne-de-tto!” é o grito que mais se tem ouvido nos seus encontros com os peregrinos, seja na Praça de São Pedro, seja na região alpina do Vale de Aosta, onde passa as suas férias até amanhã.
Estes dias deixaram claras as linhas mestras da acção de Bento XVI, que herda o pesado legado de João Paulo II, com os seus mais de 26 anos de pontificado. Numa atitude de continuidade, o Papa alemão tem apostado no ecumenismo, no diálogo inter-religioso e na construção da paz e da justiça como os seus principais compromissos.
Paz e unidade são, sem sombra de dúvida, as duas ideias chaves deste início de magistério do Papa Ratzinger, um homem que não abandonou a sua determinação na luta contra o relativismo “de um mundo ocidental cansado da sua própria cultura” (preocupação bem visível nos constantes apelos em defesa das raízes cristãs da Europa), mas que se apresenta mais capaz de fazer sínteses do que quando desempenhava funções como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.
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